Celular de Mauro Cid apavora Bolsonaro

Charge: Fraga

Por Altamiro Borges

Jair Bolsonaro respirou aliviado quando Anderson Torres, seu ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, deixou a cadeia no Guará (DF) sem abrir o bico sobre as ações terroristas do 8 de janeiro. Ele terá de usar tornozeleira eletrônica, não poderá sair à noite e nos finais de semana, está proibido de usar suas redes digitais, teve seu passaporte apreendido, entre outras medidas restritivas – mas não fez, até esse momento, delação premiada contra o seu ex-chefinho.

Agora, porém, o “capetão” tem um pesadelo ainda mais perturbador: o tenente-coronel Mauro Cid está preso e seu celular foi apreendido pela Polícia Federal. O ex-faz-tudo ainda jura fidelidade ao ex-presidente, mas seu telefone já confirmou algumas tramas golpistas e outras sujeiras envolvendo o fascista, a “santa de pau oco” Michelle Bolsonaro e vários militares. E tudo indica que o aparelho ainda tem muita coisa para revelar.

PF já mapeou linhas registradas no exterior

O site Metrópoles postou nessa segunda-feira (15) que a PF “já mapeou linhas de telefone celular registradas no exterior que eram usadas pelo tenente-coronel Mauro Cid para evitar o risco de ser grampeado... Os investigadores agora trabalham para recuperar o teor das comunicações realizadas pelo oficial do Exército no período, especialmente mensagens de texto e voz trocadas por aplicativos. O cerco ao ex-ajudante de ordens, preso desde a semana retrasada, está cada vez mais fechado”.

Em outro post no mesmo site, Guilherme Amado garante que “Mauro César Cid continuou fazendo o backup de seu celular entre a primeira e a segunda busca e apreensão de seu aparelho, o que tem sido celebrado na PF. A suposição dos investigadores era que ele teria desativado a função de salvar os dados na nuvem, após o STF já ter quebrado seu sigilo telemático... Aos poucos, a PF descobre que, além de ter mantido o hábito de salvar os arquivos na nuvem, Cid também seguiu com conversas comprometedoras por meio do WhatsApp”.

Muitos analistas apostam que a análise dos dados do celular pode fazer o tenente-coronel vegetar por algum tempo na cadeia, o que poderia levá-lo a revelar os segredos das trevas bolsonarianas. Como ironiza Bernardo Mello Franco no jornal O Globo, “se Cid não falar, seu celular falará por ele. O aparelho do militar se tornou uma usina de provas de que o golpismo era assunto corrente no gabinete presidencial”. O medo do “capetão” é tamanho que os parlamentares bolsonaristas inclusive já perderam o animo com a tal CPI do Golpe. O cerco se fecha contra o chefão da organização criminosa!