Charge: Borega |
O Exército parece não ligar muito para o desgaste de imagem sofrido nos últimos anos – principalmente a partir da ascensão do fascista Jair Bolsonaro ao poder. O processo de militarização do Estado, com milhares de nomeações, expôs generais, coronéis e outros oficiais em inúmeros casos de corrupção e regalias – da picanha ao Viagra. Os milicos também estiveram na linha de frente das conspirações golpistas, inclusive transformando o QG em Brasília em uma “incubadora de terroristas”, como denunciou o ministro da Justiça, Flávio Dino.
Mas nada disso parece abalar o “partido militar” – nem mesmo as recentes e graves denúncias contra o ex-faz-tudo do “capetão”. Nessa quinta-feira (18), o site Metrópole revelou que o “Exército decide manter salário e casa em vila militar do tenente-coronel Mauro Cid, apesar da prisão do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro... Segundo generais do Alto Comando do Exército, embora Cid não esteja trabalhando, a Força mantém os benefícios porque o militar não tem sentença transitada em julgado”.
Anda de acordo com a matéria, o famoso capacho do ex-presidente “recebe do Exército salário bruto mensal de R$ 26,2 mil”. Mauro Cid foi preso pela Polícia Federal no dia 3 de maio, em investigação que apura fraudes em cartões de vacinação. O tenente-coronel também já havia sujado a imagem já enlameada dos militares no episódio das joias dadas de presente ou de propina à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – agora apelidada também de “Misheik”. Outras denúncias gravíssimas passaram a pipocar a partir da apreensão do seu celular. Mesmo assim, ele segue com seu soldo e sua casa na vila militar garantidos.
Em outra postagem, o mesmo site informa que o “partido militar” ainda aposta na redução do impacto das acusações contra o oficial. “Generais do Alto Comando do Exército enxergaram o silêncio do tenente-coronel Mauro Cid no depoimento à Polícia Federal, nesta quinta-feira (18), como uma ‘estratégia’ para se poupar na investigação... Sob reserva, militares da cúpula do Exército dizem esperar que Cid apresente uma defesa crível em algum momento da investigação, para tentar diminuir os estragos que sua prisão causou para a Força”.
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