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A 4º edição da Feira Nacional da Reforma Agrária, que durou quatro dias e terminou neste domingo (14), foi um baita sucesso. Passear pelo Parque da Água Branca, na capital paulista, foi algo contagiante e inspirador. A festança popular organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) reuniu cerca de 320 mil pessoas; comercializou 560 toneladas de alimentos saudáveis; serviu 80 mil pratos de comida de todo o país; teve dezenas de shows musicais e várias atividades de formação. Um evento inesquecível, emocionante!
A feira também serviu para mostrar a força do MST e para reforçar a solidariedade ao movimento, que volta a ser alvo de violentos ataques dos agrotrogloditas, da bancada ruralista no parlamento e da mídia monopolista. Ministros do governo Lula e o próprio vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, estiveram presentes no evento e rechaçaram a nova ofensiva da extrema-direita, dos bolsonaristas, com a criação da chamada “CPI do MST”, que visa explicitamente criminalizar as lutas sociais e fustigar a administração federal.
Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, foi irônico em seu discurso no placo principal: “Querem a CPI para investigar o MST. Mas vão ver que ali tem suco de uva sem trabalho escravo. Vão encontrar produtos que não têm agrotóxico. Vão encontrar soja não transgênica”. No mesmo rumo, o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, afirmou que “a CPI vai ser uma grande oportunidade de o Brasil conhecer o MST, que vai sair dela mais respeitado, tendo mais visibilidade e sendo mais admirado”.
A ofensiva no parlamento e na mídia ruralista
Apesar da grandiosidade da feira, a mídia ruralista – que acha que o agro é pop – preferiu ofuscar o evento. Ela segue dando maior destaque aos bolsonaristas que bancaram a CPI – depois ela finge não ter responsabilidade pela ascensão do fascismo no Brasil. O novo ataque ao MST é violento. Além da ofensiva na Câmara Federal, nas Assembleias Legislativas há uma ação articulada contra o movimento. Desde o início da atual legislatura, em fevereiro, já foram apresentados 24 projetos de lei em 15 estados e no Distrito Federal que punem as ocupações de terras, impõem multas pesadas e aceleram as reintegrações de posse. Também foram propostas a criação de CPIs contra o MST em três estados – São Paulo, Bahia e Pará.
Como alerta João Paulo Rodrigues, da direção nacional dos sem-terra, “a direita vai usar o parlamento federal e as Assembleias Legislativas do país inteiro para enfrentar o MST”. O movimento já foi alvo de várias outras CPIs. A última delas ocorreu em 2009, no segundo governo Lula, e foi proposta pelo deputado Onyx Lorenzoni, que depois virou um dos jagunços do bolsonarismo. Não dá para subestimar esses ataques. Nesse sentido, o êxito da 4ª Feira da Reforma Agrária ajuda a enfrentar os agrotrogloditas! Mas é preciso reforçar a solidariedade!
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