sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Relatora da CPMI é ameaçada de morte

Senadora Eliziane Gama
Por Altamiro Borges


Após receber várias ameaças de morte, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, será escoltada por três policiais legislativos. A autorização para a ação dos agentes foi dada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A denúncia das ameaças foi feita durante a votação do relatório final da CPMI nesta quarta-feira (18). Os familiares da senadora também seriam alvo dos criminosos, que teriam anunciado que poderiam surpreendê-la em aeroportos.

“Diante de tudo que eu recebi nesse celular e de ameaças, não há dúvida nenhuma que como alguém que tem uma família que precisa de mim, eu preciso de um apoio, de uma defesa. Não podemos subestimar. São pessoas que não têm nenhum senso de humanidade”, afirmou Eliziane Gama. Segundo matéria do Estadão, “as ameaças foram reunidas pela equipe da senadora em um documento que será enviado à Polícia Federal e à Advocacia-Geral do Senado para embasar eventuais investigações”.

A autorização concedida por Rodrigo Pacheco para que a senadora passe a ser escoltada permite que os policiais a acompanhem em Brasília, no Maranhão e durante voos. “Eliziane Gama ainda atrelou as ameaças sofridas com os embates tidos com parlamentares bolsonaristas no plenário da CPMI. De acordo com a senadora, os ataques aumentavam na medida em que ela se envolvia em confrontos com os oposicionistas. As perseguições a ela também aumentaram na reta final do colegiado, por causa do relatório em que propôs o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 60 pessoas”, descreve o jornal.

Assessor aloprado do deputado Carlos Jordy  

Logo após a votação do relatório final da CPMI ocorreu inclusive uma confusão nos corredores do Senado. Um assessor do hidrófobo deputado Carlos Jordy (PL-RJ) fez várias provocações contra parlamentares governistas. A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) foi um dos alvos do miliciano Rodrigo Duarte Bastos, que berrava colérico: “O povo do Hamas é terrorista. Terroristas, terroristas”. Diante da repercussão do caso, o bolsonarista chegou a anunciar a exoneração do aloprado. “É inadmissível a postura de um assessor discutindo com quem quer que seja no Congresso ou agindo como militante”, afirmou. Pouco depois, porém, o deputado recuou.

Rodrigo Bastos é o típico miliciano bolsonarista. “O Estadão descobriu que ele já foi acusado de espancar o seu pastor por conta de uma dívida e de atropelar o cachorro da vizinha. O jornal teve acesso à íntegra do primeiro processo. As agressões ocorreram no dia 13 de fevereiro de 2017, no centro de Niterói, Rio de Janeiro. A vítima chegou a ficar desacordada por causa dos socos e pontapés”.

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