Charge: Kleber |
Crescem as tensões no PL – o partido que é comandado pelo fisiológico Valdemar Costa Neto, mas que tem um inquilino agressivo, o fascista Jair Bolsonaro. Já há quem especule que o casamento de conveniência não deve durar muito tempo e que a legenda de aluguel vai rachar. O próprio ex-presidente falou neste final de semana em “implosão” da sigla. Os bombeiros correram para apagar o incêndio, mas os estragos são evidentes. O que está em jogo neste momento é a montagem das chapas para as eleições municipais de outubro, com a briga fratricida entre os bolsonaristas raivosos e os pragmáticos do partido.
A cena mais recente dessa tensão se deu com a entrevista de Valdemar Costa Neto ao jornal O Diário, do interior paulista. Provocando a horda fascista, o dono do PL fez alguns elogios ao atual presidente. Entre outras coisas, afirmou que “Lula é um camarada do povo, é completamente diferente do Bolsonaro. E é um fenômeno ele chegar aonde chegou. O José Alencar era vice-presidente, nós fizemos parte do governo. E Lula foi bem no governo também, elegeu a Dilma depois. Não tem comparação com Bolsonaro. Primeiro que o Lula tem muito prestígio, ele não tem o carisma que Bolsonaro tem, mas tem popularidade, é conhecido por todos os brasileiros. O Bolsonaro não, tem um mandato só”.
Deputados bolsonaristas e milicianos digitais não perdoaram a franqueza e bateram duro no político velhaco. O próprio ex-presidente não conteve sua fúria. Em conversa com fiéis seguidores, no Rio de Janeiro, ele chutou o balde. “Essa semana tive um problema sério, não vou falar com quem, mas eu disse: ‘Se continuar assim, você vai implodir o partido’. Pessoa do partido dando declarações absurdas, dizendo que o Lula é popular. Tá. Manda ele vir tomar uma 51 aqui na esquina. Ele não vem”, choramingou o magoado “capetão”.
Projeto de eleger mais de mil prefeitos
Diante da cólera do fascista, Valdemar Costa Neto até correu para salvar o projeto partidário que visa eleger mais de mil prefeitos em 2024. Segundo postagem do site Metrópoles nesta segunda-feira (15), “o presidente nacional do PL procurou bolsonaristas nas últimas horas para medir o estrago de uma entrevista que concedeu recentemente elogiando Lula. Embora a entrevista tenha sido dada em dezembro, um vídeo editado com as falas de Valdemar passou a repercutir na semana passada, gerando reação de bolsonaristas nas redes sociais... Após a repercussão negativa, Valdemar conversou por telefone com ao menos dois parlamentares da ala bolsonarista do PL: o senador Magno Malta e o deputado federal Sóstenes Cavalcante”.
Ainda segundo a matéria, “ambos avaliaram que o dirigente não errou propositadamente, mas, sim, em razão do ‘histórico’ da legenda de ser governista em gestões do PT. ‘O Valdemar errou por conta do histórico dele, de ser governista, não foi intencionalmente. Ele precisa entender que hoje ele tem lado e que, quando você tem lado, não elogia o adversário’, disse à coluna, sob reserva, um aliado de Bolsonaro... Nesse cenário, Valdemar foi aconselhado por parlamentares bolsonaristas a submergir nos próximos dias, para que o assunto seja esquecido e a crise arrefeça”. Até quando esse teatrinho oportunista vai se sustentar?
0 comentários:
Postar um comentário