Reproduzo artigo de Juarez Guimarães, publicado no sítio Carta Maior:
Se a figura anônima, sinistra e multiforme do caluniador dominou a cena da última quinzena do primeiro turno das eleições, parece ser agora a figura pública, irradiante e multitudinária do cidadão ativo que vai ao centro. Se a primeira fazia da mídia empresarial a sua morada e espelho de amplificação, a segunda está nas ruas, das cidades ou virtuais, com suas vozes e gestos insubmissos.
Se, ao final do primeiro turno, a candidatura Serra havia se encorpado à direita, como se o inconsciente conservador brasileiro tivesse vindo à tona, de fanáticos religiosos ao que há de protofascismo entendido como reação agressiva à presença dos pobres e negros na democracia brasileira, a candidatura Dilma Roussef está se encorpando claramente à esquerda.
À postura saliente do clero de ultra-direita, a tradição da Teologia da Libertação, com Dom Pedro Casaldáliga, Dom Tomaz Balduíno, Leonardo Boff e Frei Betto à frente, tomou em uníssomo o seu posicionamento político unitário mais importante nos últimos dez anos. O voto crítico do PSOL em Dilma Roussef, com a derrota dos setores mais sectários, deve ser justamente valorizado para diálogos futuros. O engajamento nítido e vibrante do MST, que já havia decidido o “voto contra Serra” no primeiro turno, assim como da Consulta Popular, ajudaram a criar uma espécie de frente única dos movimentos sociais.
Em torno ao posicionamento de Chico Buarque, esta espécie de fundamento gauche do que há de melhor na tradição cultural brasileira, promoveu-se, enfim, o encontro dos artistas e intelectuais no Rio de Janeiro, elaborando pela primeira vez uma espécie de aura lírica da campanha. Reitores de universidades federais, professores e cientistas de todo o país, a UNE com suas tradições e rebeldias estudantis, vieram a público dar testemunho dos progressos qualitativos alcançados nos governos Lula.
O que havia de esquerda e progressista em torno à candidatura de Marina decidiu-se pelo apoio à candidatura Dilma. Esta consciência ecológica crítica é fundamental pois nela está, de novo, a reivindicação do eco-socialismo, da fusão do vermelho e do verde. O posicionamento equívoco de Marina, equilibrando-se com os setores fisiológicos e conservadores do PV, frustrou e entristeceu quem apostava na reafirmação dos seus compromissos com os pobres e oprimidos do Brasil.
Houve, de enorme importância, um fenômeno novo: a formação de uma vastíssima rede democrática na Internet, informativa e argumentativa, com picos que eram registrados inclusive como recordes na rede mundial. Alguns blogs – como o da Cidadania de Eduardo Guimarães, o Blog de Rodrigo Vianna, de Nassif, o portal da Carta Maior e o portal da Carta Capital, e dezenas de outros – passaram a centralizar e dialogar com centenas de milhares de pessoas cotidianamente. Jornais eletrônicos diários de campanha passaram a ser feitos.
Mas, principalmente, tomada de um sentimento dramático, a militância cidadã da esquerda brasileira, entendida em uma significação muito ampla, como social, política e cultural ao mesmo tempo, como centenas de milhares, talvez como alguns milhões de ativistas, entraram decididamente na campanha. Em Belo Horizonte, mesmo após as divisões e derrotas amargas colhidas no primeiro turno, esta militância cidadã fez o que parecia impossível e que desde 1989 não era feito: conseguiu abraçar a Avenida do Contorno, a principal avenida da cidade, em um encontro de antigas e novas gerações, repondo no centro da vida pública da capital de Minas os motivos e esperanças da esquerda. O jornal Estado de Minas, de domingo 24 de outubro, trazia a chamada discretamente estampada na página 13: "Militância do PT repete a campanha de Lula e volta às ruas em apoio à candidatura de Dilma" e a manchete: “Abraço à Contorno depois de 21 anos”.
Como anotou Maria Inez Nassif, no jornal Valor Econômico, desde 2002 a esquerda brasileira não alcançava um arco tão amplo. Mas talvez, nem aí, no momento daquela vitória histórica, este arco fosse socialmente tão vasto e tão colorido.
Revolução democrática: o nome que precisa ser dito
O segundo turno das eleições de 2006 pode ser entendido historicamente como uma derrota política programática dos neoliberais, mais nítida ainda daquela que ocorreu em 2002. O ataque central feito às privatizações desmontou a identidade da candidatura Alckmin que, certamente obedecendo aos estímulos do marketing político que lhe soprava que esta agenda era impopular, apareceu vestido em uma camiseta da Caixa Econômica Federal. Não é apenas por ser uma imagem, mas exatamente por expressar um conceito, que a figura algo ridícula do conservador de terno preto Alckmin vestindo uma camiseta de uma estatal significou o segundo turno: ele veio a ter menos votos do que aqueles obtidos no primeiro turno.
E como se expressasse imediatamente a conquista pública obtida neste segundo turno, uma nova legitimidade para a ação econômica do Estado e para as políticas sociais, o segundo governo Lula foi exatamente marcado pelo PAC e pela expansão do emprego, do salário-mínimo, das políticas sociais, da agricultura familiar, que vieram coladas e impulsionando as novas dinâmicas macro-econômicas.
Mas se fomos capazes de compreender que Serra estava escavando uma possibilidade de vitória, articulando uma frente ampla liberal-conservadora, fanática religiosa e proto-fascista, é absolutamente necessário que revelemos claramente para o cidadão brasileiro – e para nós próprios! – o sentido e o nome do que estamos construindo. No caso de Serra, trata-se exatamente de um projeto de uma contra-revolução democrática, no sentido de que todas as conquistas democráticas obtidas nos dois mandatos de Lula – de não repressão e participação dos movimentos sociais, de direitos do trabalho e novos direitos sociais, de soberania nacional e reposicionamento público do estado – estariam em perigo com uma eventual vitória.
Se compreendemos a política democrática como formação de consensos sociais amplos, de razões argumentativas que disputam legitimidades e interesses publicamente, então, a comunicação não pode ser mais vista como externa à política. Não se faz a política e, depois, a comunicação. O conceito e a imagem estão já no próprio ato da política democrática. Assim, se não falamos inteiramente a linguagem da democracia, um campo será aberto, como foi no primeiro turno, para que um discurso liberal conservador ocupe o centro da cena. Se não falamos que lutamos contra a corrupção – é impressionante que este tema não tenho sido sequer abordado nos programas de Dilma – então, ficamos vulneráveis à acusação incessante e diariamente repetida que o PT e o governo Lula são corruptos.
Quando se fala dos feitos do governo Lula mas não se fala da sua base cidadã ativa, que tornou possível estes feitos, então, é como se um recado de desmobilização fosse transmitido. Quando criticamos a mídia empresarial, é porque ela seca o pluralismo de opiniões, dá voz aos poderosos e fecha a boca da população, é porque queremos uma opinião pública democrática, mais plural, mais informada e mais reflexiva no país. Se não falamos isto, então, ficamos de novo vulneráveis à campanha que somos a favor da volta da censura do estado quando criticamos a mídia empresarial.
Neste segundo turno, a campanha de Dilma adquiriu claramente – desde o debate decisivo da tv Bandeirantes, logo no início do segundo turno – um discurso político antagonístico ( ao contrário da propaganda auto-referida do primeiro turno), passou a dialogar com o movimento ativo das suas bases democráticas e sociais e, principalmente, foi capaz de recolocar no centro da agenda de campanha o eixo aprofundamento das mudanças ou retrocesso do Brasil. Todas as pesquisas publicadas – na média de seus índices e nas linhas dinâmicas da definição de voto – refletem estas vitórias políticas da campanha de Dilma sobre a campanha reacionária dirigida pelo PSDB.
Mas o que acontecerá nesta última semana?
O retorno do caluniador?
Utilizando-se de uma analogia militar para caracterizar a “fúria midiática” nestes últimos dias das eleições, Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, fala em “bombardeio de saturação”. Utilizando-se de um raciocínio semelhante, um outro analista fala da “concentração de todas as calúnias” a partir de um artifício – “uma igreja evangélica queimada”, um carro de reportagem da Globo depredado ou qualquer outro fato que se possa imaginar. Uma “armação” imprevista será feita no último debate da Globo?
Esperar expectante, angustiado e ansioso ou, pior ainda, dar já por vencida uma eleição que não foi conquistada?
Decididamente, esta não é a melhor atitude: é preciso uma iniciativa política central, que marque os dias finais da provável vitória de Dilma e que neutralize a ação potencial dos reacionários. Nos seus últimos dias de campanha, a candidatura Tarso Genro conseguiu neutralizar a pressão de voto pelo segundo turno e o anti-petismo forte no Sul, ocupando a cena política com um “Pacto Republicano”, frente a entidades sociais e democráticas do Estado, assumindo compromissos de direitos e participação cidadã, soldando sua base política e social.
Já se elaborou no centro do governo Lula, a proposta da Consolidação das Leis Sociais, articulada à institucionalização das Conferências Nacionais e de todo uma cultura participativa no governo federal. Por que não trazê-la à público agora, como síntese que solda e aglutine toda a base política e social que sustenta a candidatura Dilma?
Voto a voto, até a última hora do último dia, a militância cidadã da campanha de Dilma está em expansão. Confirmando que estamos diante do maior épico feminino de nossa história, a foto de Dilma - militante dos anos sessenta, candidata à presidência – já aparece em dezenas de milhares de camisetas militantes em todo o Brasil. Esta Dilma presentificada estava por todos os lados, por mais de vinte pontos, no abraço à avenida do Contorno em Belo Horizonte. Nesta imagem da multiplicação democrática de sua figura, na linha do passado e do futuro, mora o conceito da revolução democrática.
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10 MOMENTOS DA POlÍTICA EXTERNA TUCANA
1. SIVAM e a insegurança nacional
Apesar de o governo ter dispensado licitação pública para o SIVAM – Sistema de Vigilância da Amazônia, no valor de US$ 1,4 bilhão -, invocando a segurança nacional, o tenente-brigadeiro Marco Antônio de Oliveira, coordenador do projeto, ofereceu aos Estados Unidos acesso total aos dados produzidos pelo sistema (fato relatado em telegrama de 28/06/94 ao Departamento de Estado americano por David Zweifel, cônsul dos EUA no Rio de Janeiro). O americano Alexander F. Watson, secretário de Estado assistente, declarou: “We are pleased that Raytheon Corporation won the contract to construct SIVAM – the largest commercial contract for a US firm in Brazil in many years”. FHC autorizou a assinatura do contrato com a Raytheon em 27 de maio de 1995.
2. CIA e Polícia Federal
No dia 12/04/95, quatro meses depois da chegada do tucano à presidência, foi celebrado o “Acordo de Cooperação Mútua Brasil-Estados Unidos para a Redução da Demanda, Prevenção do Uso Indevido e Combate à Produção e ao Tráfico Ilícito de Entorpecentes”. Esse acordo oficializou a presença do Drug Enforcement Administration (DEA) e da CIA no Brasil. Desde então, os EUA aumentaram o fornecimento de recurso e “investigative equipment such as tape recorders, video camcorders and digital still cameras”, bem como o treinamento de agentes da Polícia Federal. No dia 18/11/97, o delegado da PF Luiz Zubcov disse que a “CIA se valia do programa de cooperação com a Polícia Federal para manter sua base de coleta de informações no Brasil” - dando origem à sindicância 1414/97 na Corregedoria da Polícia Federal.
3. O tucano e Fujimori
No dia 22/07/99, Fernando Henrique Cardoso condecorou, em Lima (Peru) seu colega peruano Alberto Fujimori com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais importante comenda brasileira (Agência Folha, 22/07/99). Além da medalha, o presidente brasileiro intermediou o asilo político de Vladimiro Montesinos, que recebia da CIA US$ 5 milhões ao ano sob o pretexto de combater o tráfico de drogas. O tucano foi, ainda, o primeiro presidente do planeta a reconhecer a eleição fraudulenta de Fujimori e a apoiar seu terceiro mandato, que acabou desaguando em sua deposição e fuga para o Japão.
4. ALCA
O projeto de formação de uma Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) visava a possibilitar que os EUA incrementassem suas exportações, penetrando nos mercados latino-americanos, bem como garantir o acesso aos recursos naturais da região, como o petróleo, o minério, a água e a biodiversidade da Amazônia. Ao mesmo tempo, os EUA buscavam resguardar os setores menos competitivos de sua economia, preservando os instrumentos não tarifários como os subsídios agrícolas. Esse projeto prejudicaria enormemente os países da região pois significaria o estabelecimento de uma área preferencial hemisférica em detrimento da autonomia na formulação de suas políticas econômicas – além de, politicamente, garantir a hegemonia dos EUA sobre a América Latina.
Apesar da resistência do Itamaraty em relação ao projeto, fortes setores dentro do executivo federal o defendiam. Após o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães denunciar publicamente a ALCA como parte da estratégia de manutenção da hegemonia econômica e política dos Estados Unidos, no dia 26/03/2000, o Chanceler de FHC, Celso Lafer, exonerou-o da direção do IPRI. A ALCA foi descartada apenas no Governo Lula.
5. África? Onde Mesmo?
Em junho de 1998, após um jantar na casa de campo da presidência dos EUA, o intelectual-príncipe FHC mostrou-se impressionado com os conhecimentos da então primeira-dama americana Hillary Clinton e comentou com um diplomata: “Ela conhece o assunto. Fala de líderes africanos que eu não sei nem quem são” (VEJA, 17/06/98). O fato de o Presidente do Brasil conhecer menos líderes africanos que a primeira-dama americana não é um acaso: em suas viagens, FHC permaneceu 170 dias entre os Estados Unidos e a Europa e visitou apenas quatro países africanos, onde cumpriu agenda de míseros 13 dias. Ademais, durante seu governo, algumas embaixadas em países africanos foram fechadas. Em seus 8 anos de mandato, Lula visitou 29 países (alguns mais de uma vez), totalizando mais visitas ao Continente do que a somatória das visitas de todos os presidentes anteriores, além de dobrar o número de Embaixadas brasileiras na região (Estado de São Paulo, 08/07/10).
6. Do pelourinho para o tronco
Em 1993, ainda no Governo Itamar Franco, FHC foi responsável, primeiro como chanceler e depois como ministro da Fazenda, por renegociar a dívida externa brasileira, que naquele momento era de aproximadamente US$ 55 bilhões. Um fracasso: as negociações levaram a um agravamento da dependência brasileira em relação aos financiamentos externos. Segundo o Embaixador Rubens Ricupero, o Brasil trocou “de dívida, mas não de canga, passando do pelourinho para o tronco”, subordinando-se mais e mais às políticas de Washington e do FMI (Ricupero, Rubens – Folha de São Paulo, 05/10/2003). Em 2008, durante o Governo do PT, Brasil tornou-se, pela primeira vez, credor internacional.
7. Desvalorização do Real e, de novo, a Dívida Externa
Em 1998, apesar do consenso entre grande parte dos economista sobre a sobrevalorização do Real, FHC rechaçava a ideia de uma desvalorização da moeda, com o argumento de que tal medida”assustaria o mercado”. Na verdade, sua resistência vinha do receio de prejudicar sua reeleição, em 03/10/98. No dia 13/11 do mesmo ano, o FMI e os Estados Unidos – sempre do lado de FHC – concederam ao tucano uma ajuda de US$ 41,5 bilhões, novamente “para acalmar o mercado”. Esse dinheiro, nas palavras do economista Joseph Stiglitz, ex-diretor do Banco Mundial, foi para o bolso de financistas, que lucravam especulando com a moeda sobrevalorizada. Em cerca de um mês, o Brasil perdeu 2/3 de suas reservas internacionais. A dívida externa saltava de US$ 126 bilhões, em 1990, para US$ 236 bilhões, em 2000 – aumentando quase 100%.
8. Diplomacia “pé-no-chão”
Sintomaticamente, no dia 31/01/02, Celso Lafer, Ministro de Estado das Relações Exteriores do Brasil, sujeitou-se, apesar de toda a legislação internacional, a tirar os sapatos e ficar descalço, a fim de ser revistado por seguranças do aeroporto de Miami. Tirou o sapato novamente antes de tomar o avião para Washington e – pela terceira vez – ao embarcar para Nova York, desonrando mais uma vez seu cargo de ministro de Estado e o País ao qual servia (ou deveria estar servindo). O chanceler britânico, Jack Straw, que estava nos EUA no mesmo período, não se submeteu ao mesmo tratamento (Revista Época, 04/03/2002). Já no Governo do PT, Lula pode afirmar: “Quando inventaram a história de tirar o sapato eu disse para o Celso (Amorim): “ministro meu que tirar o sapato deixará de ser ministro. Se tiver que tirar o sapato, volte para o Brasil, porque não exigimos que ninguém tire o sapato aqui” (Discurso de Lula na Formatura dos Diplomatas do IRBr, 21/04/2010).
9. Guerra do Iraque, Bush e controle de armas
Em 2002, a permanência do embaixador brasileiro José Maurício Bustani no cargo de Diretor-Geral da Organização para a Proibição das Armas Química (OPAQ) representava um obstáculo aos preparativos para a guerra contra o Iraque – George W. Bush acusava o Iraque de possuir armas químicas, biológicas e nucleares de destruição em massa. Hoje, 2010, é consensual que essas armas nunca existiriam e que essa acusação não passou de um pretexto para se levar adiante a guerra. Na época, o Embaixador Bustani se recusou a isentar os EUA do regime de inspeção existente e empenhava-se, de igual modo, a convencer o Iraque a aceitar a vistoria internacional por parte de inspetores independentes.
Uma solução pacífica, como a proposta pelo Embaixador Bustani, não convinha a Bush: eliminaria o principal pretexto para guerra contra o Iraque. Em janeiro de 2002, o subsecretário do Departamento de Estado dos EUA, John Bolton, comunicou ao Embaixador do Brasil em Washington que os EUA estavam descontentes com a atuação de Bustani. Apesar do apoio de setores do Itamaraty a Bustani, após reunião com o secretário de Estado Collin Powel, no dia 31/01/2002, Celso Lafer prometeu que não resistiria à decisão do governo americano. Em entrevista, Lafer admitiu que não era “fora de propósito imaginar” que os EUA quisessem uma “pessoa mais leve nessa função” (Valor, 11/04/2002). O Embaixador Bustani, sem suporte de Lafer, foi destituído do cargo em 21/04/2002.
10. Diplomacia à la Galvão Bueno
O Mercosul foi esvaziado de política pela dupla FHC-Menem com a ajuda de Domingo Cavallo, o ministro argentino que adorava as áreas de livre comércio, como Serra. Em 1999, por exemplo, no marco das sérias dificuldades geradas em diferentes setores produtivos argentinos derivados da crise internacional de 1997-1998 e da desvalorização brasileira de janeiro de 1999, o Brasil reagiu com dureza frente a medidas de proteção do setor de Têxteis tomadas pela Argentina. Apesar de parceiro no Mercosul, o Brasil recorreu à OMC contra a Argentina, gerando um evidente mal-estar entre os dois principais países do bloco (Informe-MERCOSUL, 1999-2000). A falta de sensibilidade política do Governo Tucano é ainda hoje lembrada pelos argentinos. Como afirmou o tradicional jornal argentino Clarín, em matéria de 21/04/2010, Serra “Puede desde luego conquistar el desprestigio regional”. Não é pouca coisa.
Acho interessante a bandeira azul e verde da Dilma. Os adversários quando querem forjar situação contra o PT, normalmente usam a cor vermelha, que tradicionalmente é do Partido dos Trabalhadores. Usam o vermelho para associar à violência. O truque 'camaleão' de utilizar outras cores na campanha dilmista é muito útil para neutralizar o ódio ao vermelho.
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