Por Altamiro Borges
Silvio Berlusconi, o primeiro-ministro neofascista da Itália, decidiu esbanjar arrogância contra o governo brasileiro após o anúncio da não extradição do ativista Cesare Battisti. Ontem (2), o bravateiro anunciou que vai recorrer ao Tribunal de Haia para anular a decisão soberana do Brasil. Seu ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, também enviou uma carta à presidente Dilma Rousseff solicitando que ela “reconsidere a decisão do seu antecessor”.
Nela, em tom de provocação, o governo italiano afirma que está decidido a utilizar “todas as vias” para conseguir a extradição de Battisti. Segundo as agências internacionais de noticia, Silvio Berlusconi já teria encaminhado à Câmara dos Deputados o pedido de congelamento de um acordo de colaboração econômica entre Itália e Brasil que deveria ser ratificado em janeiro. Ele previa o empréstimo ao Brasil de 5 bilhões de euros (US$ 6,7 bilhões) para a compra de naves, mísseis e radares. A mídia italiana, quase totalmente controlada pelo “imperador” Berlusconi, estimula todos os dias o ódio contra a decisão do governo brasileiro.
Um neofascista corrupto
Toda esta onda de bravatas, que atemoriza a mídia colonizada do Brasil, só evidencia a fraqueza do governo neofascista da Itália. Silvio Berlusconi não está com esta bola toda – e não deveria ser levado muito a sério. No mês passado, ele quase foi apeado do cargo. “Sobreviveu por margem estreita a uma moção de não-confiança, que deixou seu governo de centro-direita agarrado ao poder por apenas três votos de diferença”, noticiou O Globo em 14 de dezembro – o mesmo jornal que agora aplaude a postura "enérgica" do primeiro-ministro. Nas ruas das principais cidades italianas, milhares de jovens pedem a sua cabeça diariamente.
Berlusconi, que gosta de se jactar por suas orgias, inclusive com menores de idade, é acusado de vários crimes – remessa ilegal de divisas, desvio de recursos públicos, sonegação fiscal, entre outros. Apontado como o 15º homem mais rico de planeta e o maior milionário da Itália, ele concentra uma fortuna estimada em US$ 20 bilhões – a maior parte dela sob investigação da Justiça. O notório corrupto, que já foi condenado várias vezes, só mantém sua força eleitoral graças, entre outros fatores, ao seu poder midiático. Desde 1974, quando comprou seu primeiro canal de televisão, ele passou a controlar os meios de comunicação do país.
O imperador da mídia
“Em pouco tempo, ele expandiu o seu domínio no setor, multiplicando suas emissoras através de uma rede de televisões locais, reunidas na empresa Mediaset. A programação era centrada em concursos e programas de entretenimento, semelhante à do brasileiro Sílvio Santos. Em 1985, o governo francês lhe concedeu a primeira rede privada daquele país, La Cinq, e adquiriu ações da Chain e Cinema 5. Um ano depois comprou os Estúdios Roma e o clube de futebol A. C. Milan, do qual tornou-se presidente. Em 1988 comprou a maior cadeia de grandes armazéns da Itália, La Standa”.
“Em 26 de janeiro de 1990 obteve a presidência do grupo Mondadori, editor do diário "La Repubblica" e dos semanários "L'espresso", "Época" e "Panorama". No final da década, Berlusconi incorporou a seu patrimônio a cadeia de vídeos Blockbuster, portais de acesso à internet e uma participação na Olivetti. O conglomerado Fininvest, que criou em 1975, cumpriu a função de integrar suas múltiplas propriedades e participações na TV, imprensa, edições, publicidade, seguros e serviços financeiros, convertendo-se na terceira empresa privada do país”, descreve o portal UOL, numa rápida biografia que agora a Folha omite.
O cinismo de Berlusconi
No caso da não extradição de Cesare Battisti, o primeiro-ministro neofascista também esbanja bravatas. Ele tenta salvar seu decrépito governo com novos factóides, revivendo os piores instintos do período da “guerra fria” para alimentar falsos sentimentos nacionalistas. O seu cinismo é descarado. Há cerca de 50 foragidos italianos com pedidos de extradição em várias partes do mundo, mas a sua gritaria é seletiva. Ele persegue ativistas de esquerda e agride governos progressistas, como o de Lula, mas não mexe um dedo pela extradição de famosos terroristas de direita.
Um caso emblemático envolve Delfo Zorzi, 62 anos, ex-líder da seita neofascista “Ordine Nuovo”, que promoveu, nos anos 60 e 70, inúmeros atentados à bomba, “beneficiando-se da proteção do serviço secreto italiano que, por sua vez, tinha ligações com as ‘operações encobertas’ da CIA no país”. A agência dos EUA implantou na Itália, na década de 50, uma rede clandestina chamada “Gládio” para realizar atentados e organizar milícias armadas. Zorzi foi condenado em primeiro grau, e depois absolvido, pelo atentado da Piazza Fontana, em Milão, em 1969, que resultou em 17 mortos e 84 feridos. Atualmente, está sendo processado pelo atentado em Brescia, em 1974, contra uma manifestação sindical antifascista, que causou oito mortes e mais de 90 feridos.
Protetor dos agentes da CIA
Zorzi vive há anos no Japão, onde se naturalizou e tornou-se um rico empresário do setor têxtil. O pedido de extradição feito ao Japão jamais foi atendido, nem o governo italiano fez muito para isso. Detalhe: o defensor de Zorzi é o advogado (e deputado do ‘Forza Itália’, partido do governo) Gaetano Pecorrella, que vem a ser também um dos advogados pessoais do próprio Berlusconi. Outro detalhe: vários ex-integrantes do ‘Ordine Nuovo’ são hoje militantes da AN (partido herdeiro do neofascista do Movimento Sociale Italiano – MSI) e da ‘Lega Nord’, um partido xenófobo. NA e Lega são aliados de Berlusconi e integram seu governo.
Num caso mais recente, que também evidência o cinismo do primeiro-ministro, juízes de Milão solicitaram, em 2006, a extradição de 26 agentes da CIA que seqüestraram o egípcio Abu Omar, acusado de ligações com Al Qaeda. Ele foi uma das vítimas da “extraordinary renditions”, as prisões ilegais efetuadas pela CIA durante a “guerra global contra o terror” patrocinada pelo ex-presidente Bush. Omar foi detido ilegalmente na Itália e torturado durante meses em prisões clandestinas. Pela lei italiana, o seqüestro é considerado uma grave violação do código penal do país e da convenção européia dos direitos humanos, que proíbe prisões ilegais e torturas. Mas o governo italiano não moveu uma palha para obter a extradição dos agentes da CIA.
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Silvio Berlusconi, o primeiro-ministro neofascista da Itália, decidiu esbanjar arrogância contra o governo brasileiro após o anúncio da não extradição do ativista Cesare Battisti. Ontem (2), o bravateiro anunciou que vai recorrer ao Tribunal de Haia para anular a decisão soberana do Brasil. Seu ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, também enviou uma carta à presidente Dilma Rousseff solicitando que ela “reconsidere a decisão do seu antecessor”.
Nela, em tom de provocação, o governo italiano afirma que está decidido a utilizar “todas as vias” para conseguir a extradição de Battisti. Segundo as agências internacionais de noticia, Silvio Berlusconi já teria encaminhado à Câmara dos Deputados o pedido de congelamento de um acordo de colaboração econômica entre Itália e Brasil que deveria ser ratificado em janeiro. Ele previa o empréstimo ao Brasil de 5 bilhões de euros (US$ 6,7 bilhões) para a compra de naves, mísseis e radares. A mídia italiana, quase totalmente controlada pelo “imperador” Berlusconi, estimula todos os dias o ódio contra a decisão do governo brasileiro.
Um neofascista corrupto
Toda esta onda de bravatas, que atemoriza a mídia colonizada do Brasil, só evidencia a fraqueza do governo neofascista da Itália. Silvio Berlusconi não está com esta bola toda – e não deveria ser levado muito a sério. No mês passado, ele quase foi apeado do cargo. “Sobreviveu por margem estreita a uma moção de não-confiança, que deixou seu governo de centro-direita agarrado ao poder por apenas três votos de diferença”, noticiou O Globo em 14 de dezembro – o mesmo jornal que agora aplaude a postura "enérgica" do primeiro-ministro. Nas ruas das principais cidades italianas, milhares de jovens pedem a sua cabeça diariamente.
Berlusconi, que gosta de se jactar por suas orgias, inclusive com menores de idade, é acusado de vários crimes – remessa ilegal de divisas, desvio de recursos públicos, sonegação fiscal, entre outros. Apontado como o 15º homem mais rico de planeta e o maior milionário da Itália, ele concentra uma fortuna estimada em US$ 20 bilhões – a maior parte dela sob investigação da Justiça. O notório corrupto, que já foi condenado várias vezes, só mantém sua força eleitoral graças, entre outros fatores, ao seu poder midiático. Desde 1974, quando comprou seu primeiro canal de televisão, ele passou a controlar os meios de comunicação do país.
O imperador da mídia
“Em pouco tempo, ele expandiu o seu domínio no setor, multiplicando suas emissoras através de uma rede de televisões locais, reunidas na empresa Mediaset. A programação era centrada em concursos e programas de entretenimento, semelhante à do brasileiro Sílvio Santos. Em 1985, o governo francês lhe concedeu a primeira rede privada daquele país, La Cinq, e adquiriu ações da Chain e Cinema 5. Um ano depois comprou os Estúdios Roma e o clube de futebol A. C. Milan, do qual tornou-se presidente. Em 1988 comprou a maior cadeia de grandes armazéns da Itália, La Standa”.
“Em 26 de janeiro de 1990 obteve a presidência do grupo Mondadori, editor do diário "La Repubblica" e dos semanários "L'espresso", "Época" e "Panorama". No final da década, Berlusconi incorporou a seu patrimônio a cadeia de vídeos Blockbuster, portais de acesso à internet e uma participação na Olivetti. O conglomerado Fininvest, que criou em 1975, cumpriu a função de integrar suas múltiplas propriedades e participações na TV, imprensa, edições, publicidade, seguros e serviços financeiros, convertendo-se na terceira empresa privada do país”, descreve o portal UOL, numa rápida biografia que agora a Folha omite.
O cinismo de Berlusconi
No caso da não extradição de Cesare Battisti, o primeiro-ministro neofascista também esbanja bravatas. Ele tenta salvar seu decrépito governo com novos factóides, revivendo os piores instintos do período da “guerra fria” para alimentar falsos sentimentos nacionalistas. O seu cinismo é descarado. Há cerca de 50 foragidos italianos com pedidos de extradição em várias partes do mundo, mas a sua gritaria é seletiva. Ele persegue ativistas de esquerda e agride governos progressistas, como o de Lula, mas não mexe um dedo pela extradição de famosos terroristas de direita.
Um caso emblemático envolve Delfo Zorzi, 62 anos, ex-líder da seita neofascista “Ordine Nuovo”, que promoveu, nos anos 60 e 70, inúmeros atentados à bomba, “beneficiando-se da proteção do serviço secreto italiano que, por sua vez, tinha ligações com as ‘operações encobertas’ da CIA no país”. A agência dos EUA implantou na Itália, na década de 50, uma rede clandestina chamada “Gládio” para realizar atentados e organizar milícias armadas. Zorzi foi condenado em primeiro grau, e depois absolvido, pelo atentado da Piazza Fontana, em Milão, em 1969, que resultou em 17 mortos e 84 feridos. Atualmente, está sendo processado pelo atentado em Brescia, em 1974, contra uma manifestação sindical antifascista, que causou oito mortes e mais de 90 feridos.
Protetor dos agentes da CIA
Zorzi vive há anos no Japão, onde se naturalizou e tornou-se um rico empresário do setor têxtil. O pedido de extradição feito ao Japão jamais foi atendido, nem o governo italiano fez muito para isso. Detalhe: o defensor de Zorzi é o advogado (e deputado do ‘Forza Itália’, partido do governo) Gaetano Pecorrella, que vem a ser também um dos advogados pessoais do próprio Berlusconi. Outro detalhe: vários ex-integrantes do ‘Ordine Nuovo’ são hoje militantes da AN (partido herdeiro do neofascista do Movimento Sociale Italiano – MSI) e da ‘Lega Nord’, um partido xenófobo. NA e Lega são aliados de Berlusconi e integram seu governo.
Num caso mais recente, que também evidência o cinismo do primeiro-ministro, juízes de Milão solicitaram, em 2006, a extradição de 26 agentes da CIA que seqüestraram o egípcio Abu Omar, acusado de ligações com Al Qaeda. Ele foi uma das vítimas da “extraordinary renditions”, as prisões ilegais efetuadas pela CIA durante a “guerra global contra o terror” patrocinada pelo ex-presidente Bush. Omar foi detido ilegalmente na Itália e torturado durante meses em prisões clandestinas. Pela lei italiana, o seqüestro é considerado uma grave violação do código penal do país e da convenção européia dos direitos humanos, que proíbe prisões ilegais e torturas. Mas o governo italiano não moveu uma palha para obter a extradição dos agentes da CIA.
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2 comentários:
O PIG italiano publica e o PIG brasileiro reproduz: ai, que medo, a Itália promete retaliações ao Brasil.Não vou mais dormir, não vou mais comer só pensando nesse "legado" que Lula deixou para Dilma.O PIG está muito repetitivo. Cansa até.
Só paspalhos e safados brasileiros que vivem da bonança da viúva apoiam a estadia em hotel de luxo desse assassino e ladrãozinho barato italiano. São figuras nojentas e despreparadas como o "bogreru pogreççista" deste blog que fazem do Brasil o atraso do atraso do terceiromundismo patético
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