Por Altamiro Borges
Na semana passada, o Partido Comunista de Cuba realizou o seu sexto congresso nacional, que aprovou “mudanças estruturais” nos rumos do país. Fidel Castro só compareceu ao último dia do evento (19) para anunciar a sua saída da direção do partido e para conclamar a juventude a fazer as necessárias “retificações” para manter o socialismo em Cuba.
Entre outras resoluções, os congressistas decidiram abrir mais espaços na economia aos investimentos privados, adotar novos métodos de gestão das empresas estatais – visando maior eficiência produtiva – e aprimorar o sistema tributário. Houve consenso de que a economia planejada está entravada, o que gera graves problemas sociais, principalmente para a juventude.
“Preservar e aperfeiçoar o socialismo”
O congresso também aprovou mudanças políticas de impacto. Decidiu que os dirigentes partidários só poderão ter dois mandatos de cinco anos cada. Medidas foram adotadas para renovar as direções, com destaque à promoção de jovens e mulheres. Ao final do congresso, Raul Castro afirmou que todas as suas resoluções visam reforçar o rumo socialista, corrigindo os erros existentes.
“Assumo minha última tarefa com a firme convicção e compromisso de honra, que o primeiro-secretário do comitê central do Partido Comunista de Cuba tem como sua principal missão defender, preservar e prosseguir aperfeiçoando o socialismo e não permitir jamais o retorno do regime capitalista”, afirmou Raul Castro.
Mídia colonizada repete lamúria dos EUA
Como observou Marco Aurélio Garcia, assessor especial para assuntos internacionais da presidenta Dilma Rousseff, as resoluções do congresso do PCC apontam para “alterações estruturais na política e na economia”. São “mudanças complexas e necessárias”, que demandarão algum tempo para amadurecer e para serem mais bem avaliadas.
A mídia colonizada, porém, não esperou um segundo para decretar o fiasco do congresso e para destilar seu ódio anticomunista. Ela repetiu a mesma leitura “pessimista” do Departamento de Estado dos EUA. Deixando de lado as conquistas da revolução e os 49 anos do criminoso bloqueio imperialista, a mídia tentou desqualificar os esforços dos cubanos para enfrentar suas dificuldades.
“Cuba muda para ficar igual”, lamenta o Estadão
Os três jornalões direitistas, O Globo, Folha e Estadão, produziram editoriais raivosos contra Cuba. Tristes, eles constataram que as decisões do congresso não sinalizam para o retorno da “economia de mercado” – a mesma que tem produzido tantas crises e desgraças no mundo inteiro. Também lamentaram a continuidade da hegemonia do PCC e a não adoção da “democracia liberal”.
O editorial do Estadão de quinta-feira (21) decretou: “Cuba muda para ficar igual”. Na avaliação da oligárquica famiglia Mesquita, “enquanto os Castros e a velha-guarda de 1959 continuarem no poder, o que certamente acontecerá enquanto viverem, está afastada qualquer possibilidade de uma economia de mercado na ilha”. Na prática, o Estadão defende o total isolamento da ilha, com o bloqueio e as rotineiras provocações dos EUA, na linha da máfia de exilados cubanos de Miami, dos gusanos (vermes).
Eugenio Bucci agrada seus novos amos
Além dos editoriais, os jornalões acionaram seu exército de mercenários. Até jornalistas tidos como neutros, apenas para os mais ingênuos, participaram do violento bombardeio a Cuba. Eugenio Bucci, que presidiu a Radiobrás no governo Lula e hoje integra o Instituto Millenium, foi um dos mais raivosos, talvez para expiar seus “pecados” do passado e agradar os seus amos do presente.
No artigo “fundamentalismo do Estado cubano”, ele compara Cuba ao regime islâmico do Irã, distorcendo os princípios das duas Constituições – uma laica e outra religiosa. Individualista convicto, o seu objetivo é mostrar que a ilha “se converteu na tirania que é hoje – caquética, mas de pé – porque soube transformar a militância que a sustenta, dentro e fora da ilha, numa seita religiosa”.
A encarnação do “agente do imperialismo”
Como se estivesse arrependido do seu passado, Bucci afirma que “os sonhos de juventude viraram pesadelo”. Numa linguagem arrogante, ele repete os chavões do império (“em Cuba, o Estado geriátrico é o reflexo do envelhecimento não das pessoas, mas do regime”) e decreta: “A renovação anunciada no congresso dos comunistas cubanos é a antessala da morte. Física e política”.
Minimizando as agressões dos EUA nas últimas cinco décadas, o neoconvertido alega que “a ditadura cubana confinou sua gente, com a cumplicidade de muitos que se calaram, por medo de serem vistos como agentes do imperialismo”. Ele, que hoje não teme ser a “encarnação do demônio”, garante que Cuba sobrevive devido “ao discurso do país em guerra”. O imperialismo, segundo o novo ícone do Instituto Millenium, seria pura criação dos “fundamentalistas” que apoiam Cuba. Haja cegueira reacionária!
O ódio midiático às esquerdas
Todo este ranço não visa apenas atacar Cuba e as idéias socialistas. Também objetiva interferir nas orientações do Itamaraty. Igor Gielow, colunista na Folha, é explícito no artigo “E Cuba, Dilma?”. Ele apela à presidenta que siga “a sua cruzada para distinguir-se do governo Lula na política externa”, reforçando as críticas à ilha, “por quem o coração esquerdista bate tão forte”. O texto serve para evidenciar todo o ódio midiático. A sua recente ternura diante da presidenta é fugaz. Gielow não contém as provocações:
“Cuba está no centro do espírito petista. Seus militantes enchem os olhos de lágrima ao exultar gente como Che Guevara... Vamos considerar que Dilma não é uma petista histórica, mas de ocasião. Importa pouco: a presidente militou em um grupo que queria a implantação de uma ditadura comunista não muito diferente da que está definhando em Cuba agora. Os métodos dos seus colegas, basicamente o assassinato e a espoliação de opositores, não diferiam do ‘paredón’". Como se vê, o ódio não é só a Cuba!
Na semana passada, o Partido Comunista de Cuba realizou o seu sexto congresso nacional, que aprovou “mudanças estruturais” nos rumos do país. Fidel Castro só compareceu ao último dia do evento (19) para anunciar a sua saída da direção do partido e para conclamar a juventude a fazer as necessárias “retificações” para manter o socialismo em Cuba.
Entre outras resoluções, os congressistas decidiram abrir mais espaços na economia aos investimentos privados, adotar novos métodos de gestão das empresas estatais – visando maior eficiência produtiva – e aprimorar o sistema tributário. Houve consenso de que a economia planejada está entravada, o que gera graves problemas sociais, principalmente para a juventude.
“Preservar e aperfeiçoar o socialismo”
O congresso também aprovou mudanças políticas de impacto. Decidiu que os dirigentes partidários só poderão ter dois mandatos de cinco anos cada. Medidas foram adotadas para renovar as direções, com destaque à promoção de jovens e mulheres. Ao final do congresso, Raul Castro afirmou que todas as suas resoluções visam reforçar o rumo socialista, corrigindo os erros existentes.
“Assumo minha última tarefa com a firme convicção e compromisso de honra, que o primeiro-secretário do comitê central do Partido Comunista de Cuba tem como sua principal missão defender, preservar e prosseguir aperfeiçoando o socialismo e não permitir jamais o retorno do regime capitalista”, afirmou Raul Castro.
Mídia colonizada repete lamúria dos EUA
Como observou Marco Aurélio Garcia, assessor especial para assuntos internacionais da presidenta Dilma Rousseff, as resoluções do congresso do PCC apontam para “alterações estruturais na política e na economia”. São “mudanças complexas e necessárias”, que demandarão algum tempo para amadurecer e para serem mais bem avaliadas.
A mídia colonizada, porém, não esperou um segundo para decretar o fiasco do congresso e para destilar seu ódio anticomunista. Ela repetiu a mesma leitura “pessimista” do Departamento de Estado dos EUA. Deixando de lado as conquistas da revolução e os 49 anos do criminoso bloqueio imperialista, a mídia tentou desqualificar os esforços dos cubanos para enfrentar suas dificuldades.
“Cuba muda para ficar igual”, lamenta o Estadão
Os três jornalões direitistas, O Globo, Folha e Estadão, produziram editoriais raivosos contra Cuba. Tristes, eles constataram que as decisões do congresso não sinalizam para o retorno da “economia de mercado” – a mesma que tem produzido tantas crises e desgraças no mundo inteiro. Também lamentaram a continuidade da hegemonia do PCC e a não adoção da “democracia liberal”.
O editorial do Estadão de quinta-feira (21) decretou: “Cuba muda para ficar igual”. Na avaliação da oligárquica famiglia Mesquita, “enquanto os Castros e a velha-guarda de 1959 continuarem no poder, o que certamente acontecerá enquanto viverem, está afastada qualquer possibilidade de uma economia de mercado na ilha”. Na prática, o Estadão defende o total isolamento da ilha, com o bloqueio e as rotineiras provocações dos EUA, na linha da máfia de exilados cubanos de Miami, dos gusanos (vermes).
Eugenio Bucci agrada seus novos amos
Além dos editoriais, os jornalões acionaram seu exército de mercenários. Até jornalistas tidos como neutros, apenas para os mais ingênuos, participaram do violento bombardeio a Cuba. Eugenio Bucci, que presidiu a Radiobrás no governo Lula e hoje integra o Instituto Millenium, foi um dos mais raivosos, talvez para expiar seus “pecados” do passado e agradar os seus amos do presente.
No artigo “fundamentalismo do Estado cubano”, ele compara Cuba ao regime islâmico do Irã, distorcendo os princípios das duas Constituições – uma laica e outra religiosa. Individualista convicto, o seu objetivo é mostrar que a ilha “se converteu na tirania que é hoje – caquética, mas de pé – porque soube transformar a militância que a sustenta, dentro e fora da ilha, numa seita religiosa”.
A encarnação do “agente do imperialismo”
Como se estivesse arrependido do seu passado, Bucci afirma que “os sonhos de juventude viraram pesadelo”. Numa linguagem arrogante, ele repete os chavões do império (“em Cuba, o Estado geriátrico é o reflexo do envelhecimento não das pessoas, mas do regime”) e decreta: “A renovação anunciada no congresso dos comunistas cubanos é a antessala da morte. Física e política”.
Minimizando as agressões dos EUA nas últimas cinco décadas, o neoconvertido alega que “a ditadura cubana confinou sua gente, com a cumplicidade de muitos que se calaram, por medo de serem vistos como agentes do imperialismo”. Ele, que hoje não teme ser a “encarnação do demônio”, garante que Cuba sobrevive devido “ao discurso do país em guerra”. O imperialismo, segundo o novo ícone do Instituto Millenium, seria pura criação dos “fundamentalistas” que apoiam Cuba. Haja cegueira reacionária!
O ódio midiático às esquerdas
Todo este ranço não visa apenas atacar Cuba e as idéias socialistas. Também objetiva interferir nas orientações do Itamaraty. Igor Gielow, colunista na Folha, é explícito no artigo “E Cuba, Dilma?”. Ele apela à presidenta que siga “a sua cruzada para distinguir-se do governo Lula na política externa”, reforçando as críticas à ilha, “por quem o coração esquerdista bate tão forte”. O texto serve para evidenciar todo o ódio midiático. A sua recente ternura diante da presidenta é fugaz. Gielow não contém as provocações:
“Cuba está no centro do espírito petista. Seus militantes enchem os olhos de lágrima ao exultar gente como Che Guevara... Vamos considerar que Dilma não é uma petista histórica, mas de ocasião. Importa pouco: a presidente militou em um grupo que queria a implantação de uma ditadura comunista não muito diferente da que está definhando em Cuba agora. Os métodos dos seus colegas, basicamente o assassinato e a espoliação de opositores, não diferiam do ‘paredón’". Como se vê, o ódio não é só a Cuba!
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