Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Após as pesquisas Vox Populi e Datafolha, agora é o Ibope que capta não apenas meros sinais de perda de aprovação ao governo Dilma, mas perda explícita. Apesar de leituras incorretas que vinham sendo feitas – sendo uma delas de autoria de ninguém mais, ninguém menos do que de Marcos Coimbra, diretor do primeiro instituto citado –, não fiquei surpreso.
Só para fundamentar a discussão, porém, reproduzo os números da nova pesquisa CNI/Ibope, que aponta queda na aprovação de Dilma Rousseff e de seu governo. O percentual dos que deram nota ótimo/bom caiu de 56% no levantamento de março para 48% agora. Com isso, subiram os conceitos de regular (de 27% para 36%) e ruim/péssimo (5% para 12%).
O Datafolha já havia captado o aumento da taxa de reprovação e queda na aprovação, ainda que dentro da margem de erro. E o equívoco de Marcos Coimbra consistiu em achar que o fato de a Folha de São Paulo do último domingo ter escondido a pesquisa em que a aprovação a Dilma só caiu dentro da margem de erro se deveu ao resultado ter sido bom.
Coimbra disse isso em um texto incompreensível após uma pesquisa incompreensível do instituto Vox Populi em que foi criada uma muleta estatística caracterizada pelos conceitos insólitos de “regular-positivo” e “regular-negativo”, já que o conjunto de conceitos usuais (bom, ótimo, regular, ruim e péssimo) já não esconde mais a nudez do rei – ou da rainha.
Antes que você, militante petista, se exaspere, peço que tente se lembrar de que este que escreve sempre foi considerado “mais petista do que qualquer petista de carteirinha”. Todavia, o que de melhor julgo que posso fazer pelo governo Dilma, neste momento, é alertá-lo, pois ainda há tempo para a presidente refletir sobre seu rumo.
A aprovação à forma como Dilma governa também caiu. O percentual dos que aprovam passou de 73% para 67%, e a taxa dos que desaprovam passou de 12% para 25%. E apesar de Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da CNI, dizer que a aprovação ainda é “bastante elevada se comparada aos índices verificados nos governos de Lula e FHC”, em estatística o que interessa é a tendência, mais do que os números crus.
Ora, mas e por que a aprovação do governo não cairia se, desde o início do ano, Dilma não faz outra coisa além de dar razão às críticas que, em conjunto com Lula, recebeu da mídia durante o governo anterior? Ao ir prestigiar a Folha em sua festa de aniversário, justo o veículo responsável por dois dos ataques políticos mais baixos que já vi (o “menino do MEP” e a ficha falsa), a presidente se rendeu.
A aproximação de Dilma com a mídia que criticou tanto o governo do qual ela participou tão ativamente e que agora mostra uma invasão de corruptos que ela mesma nomeou para o próprio governo, por mais que a mídia diga que seria “faxina” que ela estaria fazendo é óbvio que só está limpando o que sujou, por essa linha de pensamento.
Ninguém poderia ter causado maior dano ao governo Lula e ao governo Dilma do que a própria presidente ao reconhecer, tacitamente e sem querer (espero), que as críticas tinham fundamento.
Como escrevi já no início do ano, nas primeiras semanas do governo Dilma, o cargo de presidente da República é um cargo político. Se ocupado por alguém que não gosta de fazer política – ou que não sabe fazer -, aí fica difícil.
Se a mídia pinta alguns desvios comuns em todos os governos – inclusive nos de São Paulo e Minas Gerais, ainda que estes não sejam noticiados – como um fenômeno particular deste governo, e se quem nomeou os corruptos, indiretamente, foram Dilma e Lula, como impedir que a população vá concluindo que a mídia tinha razão?
Os recuos de Dilma no enfrentamento da ética seletiva da mídia afetam não só a sua imagem, mas a de Lula e de todo o PT e dão razão à mídia tucana. Por isso essa mídia e a oposição não estão fazendo alarde sobre a queda evidente e incontestável da aprovação a Dilma, porque ela mesma vai se enterrando e aos companheiros.
A diferença da relação do ex-presidente Lula e da presidente Dilma com a mídia, a desistência de democratizar de verdade a comunicação, a queda ininterrupta de ministros logo depois de a presidente tê-los escolhido, tudo isso vai minando a imagem deste governo em um momento preocupante porque o bem-estar social que ajudou a elegê-lo pode sofrer abalos por conta da crise internacional que se avizinha.
Volto a repetir o que já disse incontáveis vezes: a forma mais eficiente de ajudar a enfraquecer o governo Dilma é endossando os rumos de sua condução política. A rendição da presidente à mídia é a única coisa que alguém poderia fazer para enfraquecer um governo que começou extremamente forte. Ela está se suicidando politicamente.
Após as pesquisas Vox Populi e Datafolha, agora é o Ibope que capta não apenas meros sinais de perda de aprovação ao governo Dilma, mas perda explícita. Apesar de leituras incorretas que vinham sendo feitas – sendo uma delas de autoria de ninguém mais, ninguém menos do que de Marcos Coimbra, diretor do primeiro instituto citado –, não fiquei surpreso.
Só para fundamentar a discussão, porém, reproduzo os números da nova pesquisa CNI/Ibope, que aponta queda na aprovação de Dilma Rousseff e de seu governo. O percentual dos que deram nota ótimo/bom caiu de 56% no levantamento de março para 48% agora. Com isso, subiram os conceitos de regular (de 27% para 36%) e ruim/péssimo (5% para 12%).
O Datafolha já havia captado o aumento da taxa de reprovação e queda na aprovação, ainda que dentro da margem de erro. E o equívoco de Marcos Coimbra consistiu em achar que o fato de a Folha de São Paulo do último domingo ter escondido a pesquisa em que a aprovação a Dilma só caiu dentro da margem de erro se deveu ao resultado ter sido bom.
Coimbra disse isso em um texto incompreensível após uma pesquisa incompreensível do instituto Vox Populi em que foi criada uma muleta estatística caracterizada pelos conceitos insólitos de “regular-positivo” e “regular-negativo”, já que o conjunto de conceitos usuais (bom, ótimo, regular, ruim e péssimo) já não esconde mais a nudez do rei – ou da rainha.
Antes que você, militante petista, se exaspere, peço que tente se lembrar de que este que escreve sempre foi considerado “mais petista do que qualquer petista de carteirinha”. Todavia, o que de melhor julgo que posso fazer pelo governo Dilma, neste momento, é alertá-lo, pois ainda há tempo para a presidente refletir sobre seu rumo.
A aprovação à forma como Dilma governa também caiu. O percentual dos que aprovam passou de 73% para 67%, e a taxa dos que desaprovam passou de 12% para 25%. E apesar de Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da CNI, dizer que a aprovação ainda é “bastante elevada se comparada aos índices verificados nos governos de Lula e FHC”, em estatística o que interessa é a tendência, mais do que os números crus.
Ora, mas e por que a aprovação do governo não cairia se, desde o início do ano, Dilma não faz outra coisa além de dar razão às críticas que, em conjunto com Lula, recebeu da mídia durante o governo anterior? Ao ir prestigiar a Folha em sua festa de aniversário, justo o veículo responsável por dois dos ataques políticos mais baixos que já vi (o “menino do MEP” e a ficha falsa), a presidente se rendeu.
A aproximação de Dilma com a mídia que criticou tanto o governo do qual ela participou tão ativamente e que agora mostra uma invasão de corruptos que ela mesma nomeou para o próprio governo, por mais que a mídia diga que seria “faxina” que ela estaria fazendo é óbvio que só está limpando o que sujou, por essa linha de pensamento.
Ninguém poderia ter causado maior dano ao governo Lula e ao governo Dilma do que a própria presidente ao reconhecer, tacitamente e sem querer (espero), que as críticas tinham fundamento.
Como escrevi já no início do ano, nas primeiras semanas do governo Dilma, o cargo de presidente da República é um cargo político. Se ocupado por alguém que não gosta de fazer política – ou que não sabe fazer -, aí fica difícil.
Se a mídia pinta alguns desvios comuns em todos os governos – inclusive nos de São Paulo e Minas Gerais, ainda que estes não sejam noticiados – como um fenômeno particular deste governo, e se quem nomeou os corruptos, indiretamente, foram Dilma e Lula, como impedir que a população vá concluindo que a mídia tinha razão?
Os recuos de Dilma no enfrentamento da ética seletiva da mídia afetam não só a sua imagem, mas a de Lula e de todo o PT e dão razão à mídia tucana. Por isso essa mídia e a oposição não estão fazendo alarde sobre a queda evidente e incontestável da aprovação a Dilma, porque ela mesma vai se enterrando e aos companheiros.
A diferença da relação do ex-presidente Lula e da presidente Dilma com a mídia, a desistência de democratizar de verdade a comunicação, a queda ininterrupta de ministros logo depois de a presidente tê-los escolhido, tudo isso vai minando a imagem deste governo em um momento preocupante porque o bem-estar social que ajudou a elegê-lo pode sofrer abalos por conta da crise internacional que se avizinha.
Volto a repetir o que já disse incontáveis vezes: a forma mais eficiente de ajudar a enfraquecer o governo Dilma é endossando os rumos de sua condução política. A rendição da presidente à mídia é a única coisa que alguém poderia fazer para enfraquecer um governo que começou extremamente forte. Ela está se suicidando politicamente.
0 comentários:
Postar um comentário