Por Altamiro Borges
Os cinco aumentos seguidos da taxa básica de juros (Selic), o drástico corte de R$ 53 bilhões nos gastos públicos e a manutenção da libertinagem cambial já produzem efeitos. Numa ponta, os bancos multiplicam seus lucros e elogiam os tecnocratas do governo. Na outra ponta, os trabalhadores sentem a queda no ritmo de geração de emprego – e, evidentemente, passam a criticar Dilma Rousseff.
O Ministério do Trabalho divulgou ontem os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os números são preocupantes. Até julho último, o Brasil gerou 1,593 milhão de vagas formais. O resultado é 14% menor do que o verificado no mesmo período de 2010, quando foram gerados 1,856 milhão de empregos.
Sinais preocupantes
As centrais sindicais reagiram com críticas à queda na geração de emprego e temem por um futuro ainda pior. Já os tais “agentes do mercado”, nome fantasia dos agiotas financeiros, encararam a redução como “normal” – afinal, não é o emprego nem o lucro deles que correm risco. Para Rafael Bacciotti, da consultoria Tendências, houve uma mera “acomodação do mercado”. Haja frieza!
Diante destes sinais preocupantes, o governo tenta manter as aparências. Ao divulgar os dados do Caged, o ministro Carlos Lupi se disse otimista e manteve a sua previsão da criação de 3 milhões de empregos formais em 2011. “Este ano, por não ser eleitoral, temos um comportamento diferente do ano passado. Vamos ter um acréscimo muito mais significativo, com concurso público”, justificou.
As previsões desencontradas
Cláudio Dedecca, professor da Unicamp e um dos maiores especialistas no tema, duvida que isto ocorra. Em decorrência da crise capitalista internacional e das medidas ortodoxas adotadas pelo governo Dilma, ele avalia que “a atividade econômica vai crescer menos, tudo indica que deve crescer em torno de 4%. De tal modo, a geração de emprego deve ficar entre 1,5 e 1,7 milhão”.
Os últimos indicadores parecem confirmar a previsão do economista. Em julho, o Brasil criou 140.563 empregos, 22,7% a menos do que o registrado em julho de 2010, quando foram abertas 181.796 vagas. Foi a segunda maior queda na criação de vagas na comparação com igual mês de 2010. Os dados de agosto vão indicar quem está certo – o ministro ou o professor Dedecca.
No altar no “deus-mercado”
Para o “deus-mercado”, evidentemente, o ideal é que sobre mais grana para os rentistas – com mais juros, menos crédito, mais aperto fiscal e total libertinagem cambial. Se a economia sofrerá uma freada com a manutenção dessa política, reduzindo a criação de emprego, danem-se os trabalhadores! Eles não estão lá muito preocupados com a nação e com o povo brasileiro.
Os cinco aumentos seguidos da taxa básica de juros (Selic), o drástico corte de R$ 53 bilhões nos gastos públicos e a manutenção da libertinagem cambial já produzem efeitos. Numa ponta, os bancos multiplicam seus lucros e elogiam os tecnocratas do governo. Na outra ponta, os trabalhadores sentem a queda no ritmo de geração de emprego – e, evidentemente, passam a criticar Dilma Rousseff.
O Ministério do Trabalho divulgou ontem os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os números são preocupantes. Até julho último, o Brasil gerou 1,593 milhão de vagas formais. O resultado é 14% menor do que o verificado no mesmo período de 2010, quando foram gerados 1,856 milhão de empregos.
Sinais preocupantes
As centrais sindicais reagiram com críticas à queda na geração de emprego e temem por um futuro ainda pior. Já os tais “agentes do mercado”, nome fantasia dos agiotas financeiros, encararam a redução como “normal” – afinal, não é o emprego nem o lucro deles que correm risco. Para Rafael Bacciotti, da consultoria Tendências, houve uma mera “acomodação do mercado”. Haja frieza!
Diante destes sinais preocupantes, o governo tenta manter as aparências. Ao divulgar os dados do Caged, o ministro Carlos Lupi se disse otimista e manteve a sua previsão da criação de 3 milhões de empregos formais em 2011. “Este ano, por não ser eleitoral, temos um comportamento diferente do ano passado. Vamos ter um acréscimo muito mais significativo, com concurso público”, justificou.
As previsões desencontradas
Cláudio Dedecca, professor da Unicamp e um dos maiores especialistas no tema, duvida que isto ocorra. Em decorrência da crise capitalista internacional e das medidas ortodoxas adotadas pelo governo Dilma, ele avalia que “a atividade econômica vai crescer menos, tudo indica que deve crescer em torno de 4%. De tal modo, a geração de emprego deve ficar entre 1,5 e 1,7 milhão”.
Os últimos indicadores parecem confirmar a previsão do economista. Em julho, o Brasil criou 140.563 empregos, 22,7% a menos do que o registrado em julho de 2010, quando foram abertas 181.796 vagas. Foi a segunda maior queda na criação de vagas na comparação com igual mês de 2010. Os dados de agosto vão indicar quem está certo – o ministro ou o professor Dedecca.
No altar no “deus-mercado”
Para o “deus-mercado”, evidentemente, o ideal é que sobre mais grana para os rentistas – com mais juros, menos crédito, mais aperto fiscal e total libertinagem cambial. Se a economia sofrerá uma freada com a manutenção dessa política, reduzindo a criação de emprego, danem-se os trabalhadores! Eles não estão lá muito preocupados com a nação e com o povo brasileiro.
2 comentários:
Talvez seja legal dar uma olhada no Tijolaço do Brizola http://www.tijolaco.com/a-compulsao-da-ma-noticia-leva-a-idiotia/
onde tem uma analise sobre essa noticia.
Grandes abraços
Não seria, além da questão de lucrar com os juros, interesse do "Deus-Mercado" de que haja um exército de reserva. Ou seja, quanto menos desempregados, maior é a pressão por aumentos de salários por empresários.
Na entrevista para O GLOBO, Eike Batista declarava (e reclamava)que teve que dar uma aumento de 8,5% para os seus trabalhadores em "plena crise", pois outras empresas estavam na caça aos empregados. Contudo eu me pergunto, que diacho de crise é essa em que o desemprego cada vez é menor e os lucros de empresários como Eike 500% de lucro Batista são cada vez maiores.
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