Por Altamiro Borges
A explosão de revolta na Inglaterra fez aflorar os preconceitos mais reacionários das elites dominantes e da sua mídia venal. O primeiro-ministro conservador David Cameron está histérico. Só trata os manifestantes como “criminosos, bandidos, marginais”. Aventou, inclusive, a possibilidade de acionar o Exército contra os rebeldes e quer censurar o uso das redes sociais na internet.
Já a mídia burguesa, a mesma que produziu o império de Rupert Murdoch, lembra a imprensa do século XIX com seus panfletos hidrófobos contra as greves operárias. Com poucas exceções, seus colunistas bem pagos criticam os “vândalos” que tomaram as ruas de Londres. Num jornalismo ideologizado, eles exigem mais repressão e prisões. A mídia colonizada do Brasil segue a toada.
Perfil dos presos desmente a direita
A tentativa de incriminar unicamente as “gangues juvenis” e de estigmatizar os imigrantes não resiste aos fatos. A polícia britânica já prendeu mais de 1.500 pessoas e indiciou cerca de 500. O perfil dos detidos, porém, desmente a versão preconceituosa de Cameron e da mídia. Parte dos indiciados é formada por jovens brancos britânicos, alguns inclusive oriundos de famílias ricas.
Vaguinaldo Marinheiro, correspondente da Folha em Londres, cita o caso da jovem Laura Johnson. “Ela estudou na escola pública que ficou entre as quatro mais bem avaliadas do país, teve ótimas notas e freqüenta cursos de inglês e italiano”. Laura foi acusada de ter saqueado um shopping. Ela nega, mas terá agora de usar um localizador e está proibida de sair de casa das 19 às 6 horas.
“Os criminosos serão caçados e punidos”
Outro caso curioso é de uma menina de 11 anos detida em Nottingham. Ela confessou ter saqueado uma loja em Londres, mas se recusou a pedir desculpas por seus atos. A onda de revolta em Londres foi detonada a partir do assassinato de um jovem negro, mas rapidamente mostrou a grave situação social do país – com altas taxas de desemprego e falta de perspectiva para os jovens.
Para contê-la, o governo conversador apelou exclusivamente para a violência. O dispositivo militar em Londres conta agora com 16 mil agentes, quando o normal são 3 mil. A violência policial, já conhecida pelos brasileiros na brutal execução de Jean Charles, foi exacerbada ainda mais. A ordem do direitista David Cameron é reprimir. “Os criminosos serão caçados e punidos”, esbraveja.
Panela de pressão segue no fogo
Toda essa violência pode até estancar a explosão espontânea de revolta, mas não resolverá os graves problemas sociais do país. A panela de pressão segue no fogo. O Reino Unido sob hegemonia dos neoliberais - sejam conservadores ou trabalhistas – afunda na crise capitalista. Em 2009, o PIB recuou 4,9%; no ano passado, houve uma leve recuperação; e a previsão para este ano é de um mísero crescimento de 1,4%. Com isso, o desemprego explode no país. Ele já passa de 25% entre os jovens.
Diante do agravamento da crise, os neoliberais britânicos saquearam bilhões de libras dos cofres públicos para socorrer os bancos e as corporações empresariais. Na outra ponta, eles fizeram drásticos cortes nos gastos sociais – até o orçamento da polícia foi reduzido e daí a idéia bizarra de Cameron de acionar o Exército. Nos bairros da periferia de Londres a redução nos programas de assistência foi de mais de 70%. Os jovens estão desamparados – sem emprego, sem cultura, sem esporte, sem nada!
Cameron e a mídia corrupta
Esse cenário devastador revela quem são os culpados pelos distúrbios em Londres e em outras cidades do Inglaterra. Não são os jovens que ocupam desordenadamente as ruas. Os verdadeiros criminosos estão nas salas refrigeradas do governo e das corporações empresariais. Eles saquearam o país, frustraram qualquer expectativa de futuro e ainda reprimem com crueldade quem protesta.
Um dos “criminosos” mais perigosos é o próprio primeiro ministro David Cameron. Eleito em 2010, ele está cercado de bandidos. Antes mesmo da explosão de revolta em Londres, ele já era criticado pelos desumanos cortes nos gastos sociais e por sua ligação com a máfia midiática de Rupert Murdoch, que patrocinou escutas ilegais e subornou político. Um de seus assessores foi editor do tablóide “News of the World”. Ou seja: não dá para aceitar as histerias de Cameron e da mídia corrupta e corrompida.
A explosão de revolta na Inglaterra fez aflorar os preconceitos mais reacionários das elites dominantes e da sua mídia venal. O primeiro-ministro conservador David Cameron está histérico. Só trata os manifestantes como “criminosos, bandidos, marginais”. Aventou, inclusive, a possibilidade de acionar o Exército contra os rebeldes e quer censurar o uso das redes sociais na internet.
Já a mídia burguesa, a mesma que produziu o império de Rupert Murdoch, lembra a imprensa do século XIX com seus panfletos hidrófobos contra as greves operárias. Com poucas exceções, seus colunistas bem pagos criticam os “vândalos” que tomaram as ruas de Londres. Num jornalismo ideologizado, eles exigem mais repressão e prisões. A mídia colonizada do Brasil segue a toada.
Perfil dos presos desmente a direita
A tentativa de incriminar unicamente as “gangues juvenis” e de estigmatizar os imigrantes não resiste aos fatos. A polícia britânica já prendeu mais de 1.500 pessoas e indiciou cerca de 500. O perfil dos detidos, porém, desmente a versão preconceituosa de Cameron e da mídia. Parte dos indiciados é formada por jovens brancos britânicos, alguns inclusive oriundos de famílias ricas.
Vaguinaldo Marinheiro, correspondente da Folha em Londres, cita o caso da jovem Laura Johnson. “Ela estudou na escola pública que ficou entre as quatro mais bem avaliadas do país, teve ótimas notas e freqüenta cursos de inglês e italiano”. Laura foi acusada de ter saqueado um shopping. Ela nega, mas terá agora de usar um localizador e está proibida de sair de casa das 19 às 6 horas.
“Os criminosos serão caçados e punidos”
Outro caso curioso é de uma menina de 11 anos detida em Nottingham. Ela confessou ter saqueado uma loja em Londres, mas se recusou a pedir desculpas por seus atos. A onda de revolta em Londres foi detonada a partir do assassinato de um jovem negro, mas rapidamente mostrou a grave situação social do país – com altas taxas de desemprego e falta de perspectiva para os jovens.
Para contê-la, o governo conversador apelou exclusivamente para a violência. O dispositivo militar em Londres conta agora com 16 mil agentes, quando o normal são 3 mil. A violência policial, já conhecida pelos brasileiros na brutal execução de Jean Charles, foi exacerbada ainda mais. A ordem do direitista David Cameron é reprimir. “Os criminosos serão caçados e punidos”, esbraveja.
Panela de pressão segue no fogo
Toda essa violência pode até estancar a explosão espontânea de revolta, mas não resolverá os graves problemas sociais do país. A panela de pressão segue no fogo. O Reino Unido sob hegemonia dos neoliberais - sejam conservadores ou trabalhistas – afunda na crise capitalista. Em 2009, o PIB recuou 4,9%; no ano passado, houve uma leve recuperação; e a previsão para este ano é de um mísero crescimento de 1,4%. Com isso, o desemprego explode no país. Ele já passa de 25% entre os jovens.
Diante do agravamento da crise, os neoliberais britânicos saquearam bilhões de libras dos cofres públicos para socorrer os bancos e as corporações empresariais. Na outra ponta, eles fizeram drásticos cortes nos gastos sociais – até o orçamento da polícia foi reduzido e daí a idéia bizarra de Cameron de acionar o Exército. Nos bairros da periferia de Londres a redução nos programas de assistência foi de mais de 70%. Os jovens estão desamparados – sem emprego, sem cultura, sem esporte, sem nada!
Cameron e a mídia corrupta
Esse cenário devastador revela quem são os culpados pelos distúrbios em Londres e em outras cidades do Inglaterra. Não são os jovens que ocupam desordenadamente as ruas. Os verdadeiros criminosos estão nas salas refrigeradas do governo e das corporações empresariais. Eles saquearam o país, frustraram qualquer expectativa de futuro e ainda reprimem com crueldade quem protesta.
Um dos “criminosos” mais perigosos é o próprio primeiro ministro David Cameron. Eleito em 2010, ele está cercado de bandidos. Antes mesmo da explosão de revolta em Londres, ele já era criticado pelos desumanos cortes nos gastos sociais e por sua ligação com a máfia midiática de Rupert Murdoch, que patrocinou escutas ilegais e subornou político. Um de seus assessores foi editor do tablóide “News of the World”. Ou seja: não dá para aceitar as histerias de Cameron e da mídia corrupta e corrompida.
0 comentários:
Postar um comentário