Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Os nossos jornais são, realmente, o máximo. Fizeram uma “revolução silenciosa” e aboliram o padrão mundial de jornalismo que se implantou pelo mundo – aqui, pelas mãos de Pompeu de Souza e Luis Paulistano, dois marcos do jornalismo. Os nossos velhos “narizes de cera” deram lugar ao “lead” e à ideia da pirâmide invertida na informação: o mais importante vem primeiro.
Hoje, por exemplo, a reportagem “Com alta de imposto, governo compensou extinção da CPMF“, da Folha, tem de ser lida até o último parágrafo para que você saiba sobre quem incidiu a tal “alta de imposto”.
E descobrir que não foi sobre você, amigo leitor.
A matéria está correta no conteúdo, mas é construída dentro da linha de pensamento dominante de explorar a famosa “carga tributária” que faz a União arrecadar cada vez mais impostos.
Mas, se você olhar bem, a matéria só tem dados que contém mudanças sadias na estrutura dos impostos e das receitas da União.
A primeira é a de que as estatais passaram, como deve ser, a dar melhores resultados financeiros para seu dono: o Governo brasileiro.
A segunda é que o Imposto sobre Operações Financeiras passou a arrecadar mais não tanto em função da elevação das alíquotas, simplesmente, mas sobre a expansão do crédito no país – e sem contar o imobiliário, que é isento de imposto, para pessoas físicas. O estoque das operações de crédito no Brasil, desde 2006, mais do que dobrou, passando de R$ 733 bilhões em dezembro daquele ano, para R$ 1,7 trilhão, em dezembro de 2010.
Logo, a arrecadação do imposto ter também mais do que dobrado não é essencialmente resultado da elevação da alíquota em 0,38% para compensar a CPMF, mas da expansão imensa sofrida pela base da tributação.
Por último, ficamos sabendo que este aumento da carga tributária está incidindo – vejam que coisa absurda – sobre o lucro dos bancos, que tiveram elevada de 9% para 15% a alíquota de sua Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a CSLL. Como os bancos vêm registrando lucros recordes balanço após balanço, também é lógico que a arrecadação suba e, como se vê, sem comprometer em nada a invejável saúde financeira de que desfrutam.
A matéria, repito, contém todos os dados verdadeiros, inclusive o de que a expansão da arrecadação se deve ao nível mais elevado de atividade econômica.
Mas dá um trabalho danado para a gente poder entender uma coisa básica quando se trata de imposto: quem o está pagando.
Os nossos jornais são, realmente, o máximo. Fizeram uma “revolução silenciosa” e aboliram o padrão mundial de jornalismo que se implantou pelo mundo – aqui, pelas mãos de Pompeu de Souza e Luis Paulistano, dois marcos do jornalismo. Os nossos velhos “narizes de cera” deram lugar ao “lead” e à ideia da pirâmide invertida na informação: o mais importante vem primeiro.
Hoje, por exemplo, a reportagem “Com alta de imposto, governo compensou extinção da CPMF“, da Folha, tem de ser lida até o último parágrafo para que você saiba sobre quem incidiu a tal “alta de imposto”.
E descobrir que não foi sobre você, amigo leitor.
A matéria está correta no conteúdo, mas é construída dentro da linha de pensamento dominante de explorar a famosa “carga tributária” que faz a União arrecadar cada vez mais impostos.
Mas, se você olhar bem, a matéria só tem dados que contém mudanças sadias na estrutura dos impostos e das receitas da União.
A primeira é a de que as estatais passaram, como deve ser, a dar melhores resultados financeiros para seu dono: o Governo brasileiro.
A segunda é que o Imposto sobre Operações Financeiras passou a arrecadar mais não tanto em função da elevação das alíquotas, simplesmente, mas sobre a expansão do crédito no país – e sem contar o imobiliário, que é isento de imposto, para pessoas físicas. O estoque das operações de crédito no Brasil, desde 2006, mais do que dobrou, passando de R$ 733 bilhões em dezembro daquele ano, para R$ 1,7 trilhão, em dezembro de 2010.
Logo, a arrecadação do imposto ter também mais do que dobrado não é essencialmente resultado da elevação da alíquota em 0,38% para compensar a CPMF, mas da expansão imensa sofrida pela base da tributação.
Por último, ficamos sabendo que este aumento da carga tributária está incidindo – vejam que coisa absurda – sobre o lucro dos bancos, que tiveram elevada de 9% para 15% a alíquota de sua Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a CSLL. Como os bancos vêm registrando lucros recordes balanço após balanço, também é lógico que a arrecadação suba e, como se vê, sem comprometer em nada a invejável saúde financeira de que desfrutam.
A matéria, repito, contém todos os dados verdadeiros, inclusive o de que a expansão da arrecadação se deve ao nível mais elevado de atividade econômica.
Mas dá um trabalho danado para a gente poder entender uma coisa básica quando se trata de imposto: quem o está pagando.
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