quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
Por que a Globo é tão odiada
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
O que leva a Globo a ser tão detestada?
Vi o vídeo acima no Facebook, e ele é expressivo. Mesmo numa manifestação que não tem o dedo do PT e dos petistas, a Globo provoca repulsa. E isso quando o repórter que a representa tem a estatura e o relativo prestígio de Caco Barcellos.
O problema está no passado. Roberto Marinho, o homem que fez a Globo ser o que é, adquiriu uma imagem poderosa de aproveitador. Na percepção generalizada, o regime militar favoreceu Roberto Marinho – a começar pela concessão que permitiu a criação da TV Globo — e recebeu em troca um copioso apoio editorial.
A rejeição à Globo se origina nisso – e diversos esforços feitos sobretudo depois da morte de Roberto Marinho fracassaram no objetivo de melhorar a imagem da Globo.
É um paradoxo que, sendo tão odiada, a Globo seja tão vista – ainda que sua audiência, na Era Digital, venha minguando. (Uma reportagem da Folha mostrou que, desde o começo das medições, jamais foi tão baixo o público da Globo como em 2011.) O virtual monopólio da Globo como que forçou o espectador a sintonizar nela em muitas ocasiões, ainda que tapando o nariz. No futebol, por exemplo.
Que a audiência não se traduziu em prestígio fica claro quando se vê a influência da Globo sobre os eleitores. A má vontade da Globo em relação a Lula e a Dilma – o diretor do telejornalismo Ali Kamel, um dos “aloprados” da emissora, é fanaticamente antipetista, bem como comentaristas como Merval Pereira e Arnaldo Jabor, para não falar no âncora William Waack – não impediu que o PT vencesse as últimas eleições presidenciais.
A Globo, indiretamente, sempre se beneficiou da brutal inépcia dos concorrentes na televisão quer em conteúdo, quer em gestão. É uma aberração que a Record, movida pelo dinheiro fácil extraído dos crédulos, simplesmente copie a Globo em vez de fazer coisa nova e superior. Se inovasse, em vez de imitar, a Record atalharia a disputa pela liderança, ajudada pelo cansaço da programação da Globo, expressa em programas como o Fantástico. Mas os bispos parecem muito entretidos com seus sermões caçaníqueis para ver a programação de emissoras como a BBC, de onde poderia ver a inspiração para um salto de qualidade.
A falta de opções do telespectador ajudou a Globo a seguir adiante mesmo atraindo tanto ódio. Mas agora a festa tende a acabar por causa da internet. Se a concorrência não oferece alternativa, a internet dá às pessoas possibilidades infinitas de se livrar da Globo.
Para a Globo, ontem foi melhor que hoje e hoje vai ser melhor que amanhã. No futuro, as pessoas tentarão explicar como uma emissora tão antipatizada pôde ter a audiência que um dia teve.
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4 comentários:
A Globo está no caminho certo que seguir a TUPY, nos anos 70. Eles não sabem fazer jornalismo como a RECORD e outras emissoras, fica patente que os seus jornalistas são subservientes ao patrão, e isto é péssimo para um noticiário. Eugênio.
Coitado do Barcelos, também quem manda trabalhar numa empresa que vive pregando o golpe.
Altamiro, o Paulo Nogueira tem toda a razão, a rede globo está entrando em decadência e a Record não se deu conta de que poderia fazer a virada. Já era, vai ficar para trás, acho que a solução é realmente a REDE BRASIL.
Essa empresa tem que ter mais financiamento e na democratização da midia devemos entender a importancia de uma empresa estatal com autonomia politica para realmente dar noticias isentas do pais, do continente, do mundo. Já que as privadas não estão nem aí para a informação, para a cultura nacional de qualidade, para o respeito as minorias, para entender o mundo em transformação so a REDE BRASIL pra tanto.
Os jornalista, artistas, intelectuais da ativa e os recem-formados ou em formação devem olhar a REDE BRASIL com outros olhos e começar a pedir verba exclusiva para ela vindo do televisores, dos computadores, dos telefones. Sei que devemos ter um olhar para o orçamento, a verdadeira reforma precisa de dinheiro, sei que isso não é fácil. Venho analisando a redistribuição de verbas de patrocínio e vejo erros gritantes que devem ser reavaliados. Acho que a diversificação deve ser feita de maneira mais formal. Acho que a Rede Brasil deve se pulverizar mais ainda e chamar esses profissionais autonomos para dentro do sistema. O governo já está fazendo o diagnostico de quanto formadores de informação independentes existe. Acho que devemos ir para o segundo passo.
A unica maneira de mudar o que está aí não é pulverizando simplesmente e sim condensando na REDE BRASIL. As universidade federais nas suas várias faculdades de treinamento a informação já deveriam está pensando nisso há tempos, desde que o Franklin Martins fez a primeira revolução das comunicações, esse é um processo que deve ser visto de maneira mais profunda.
Fico muito, mas muito incomodada com a acomodação daqueles que deveriam está propondo saidas para combater a PORCARIA que se tornou as redes de TV, RÁDIO e logo logo a INTERNET. A ousadia é tão pifia que não aparece. TODAS as Universidades Federais deveriam está brigando se acotovelando para resolver esse grande MAL e ele não será resolvido com apenas a DEMOCRATIZAÇÃO DA MIDIA.
Não não vai, uma vez bandido, bandido até morrer,a salvação está na REDE BRASIL de Rádio, TV e INTERNET e JORNAL. A marca REDE BRASIL já está consolidada só tem que ser mais trabalhada e integrada a outras redes continentais, talvez a REDE LATINOAMERICANA, ou REDE CONTINENTAL. O processo de transição também não pode ser amadora como foi até agora, ela deve ser multidisciplinar, afinal a comunicação é área estratégica, a cultura é área estratégia, a união continental elimina grandes males que até hoje nos assola.
Deve-se pensar para o futuro, a REDE GLOBO como bem diz o texto já está morta, só falta enterrar, nada de ficar acendendo vela para mau defunto. A criança está em gestação, logo logo nascerá e ainda nem fizemos o berço para acomodá-lo
Ela ganha da Record,felizmente,querido amigo.
Sugiro um link para o blog do PHA,o "Conversa Afiada".
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2012/01/13/a-diferenca-entre-dilma-e-alckmin-e-profunda/
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