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A greve geral de 22 de Março de 2012 constitui um importante marco na luta dos trabalhadores portugueses contra o agravamento da exploração, pela segurança e estabilidade no emprego, por um salário justo. Um importante marco na luta contra a arbitrariedade patronal, contra a violenta e antidemocrática ofensiva que as troikas - nacional e estrangeira - desencadearam no sentido da destruição de direitos individuais e colectivos duramente conquistados.
Uma grande jornada de luta construída sobre a corajosa determinação de trabalhadores de todas as áreas e sectores de actividade, da indústria aos serviços públicos, da banca às escolas, universidades e instalações de saúde, dos transportes ao sector das comunicações, dos portos aos call-centers.
Trabalhadores que enfrentaram, na preparação e realização desta poderosa greve, uma multifacetada campanha de intimidação, desmobilização, repressão, silenciamento e deturpação que o grande patronato, o governo e a comunicação social ao seu serviço empreenderam a uma escala sem precedentes.
Deve ser destacado como especialmente negativo o envolvimento directo - em vários aspectos em violação da lei - das forças de segurança, em muitos casos agindo como autênticos piquetes anti-greve. Envolvimento que é clara expressão da evolução repressiva e antidemocrática que a actual ofensiva do governo e do grande patronato inevitavelmente comporta. Repressão directa que acompanha outras formas de repressão que se vêm manifestando em crescendo: repressão económica e social, arbitrariedade patronal, perseguição a activistas sindicais e membros de comissões de trabalhadores. E o persistente crescimento do desemprego e da precariedade, que constituem em si mesmos liquidação efectiva de direitos dos trabalhadores.
Foi contra esta brutal ofensiva que a grande jornada de 22 de Março foi erguida, com exemplar coragem, resistência e consciência de classe. Para além da poderosa dimensão e impacto que alcançou é nesse plano que esta Greve Geral tem o seu mais elevado significado.
Os trabalhadores portugueses não vergam nem cedem.
E a imensa coragem e força colectiva de que novamente deram provas constituem a mais segura garantia de que, tarde ou cedo, vencerão.
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