Por Altamiro Borges
Aliados dos barões da mídia, os tucanos adoram posar de defensores da “liberdade de expressão”, que confundem com a liberdade dos monopólios. Mas no seu ninho, eles gostam mesmo é de praticar a censura, cooptar a imprensa via publicidade e pressionar os patrões pela demissão dos jornalistas mais críticos. Goiás é a mais recente prova da distância entre o discurso e prática.
Na sexta-feira passada (23), a TV Brasil Central (TBC), emissora pública controlada pelo PSDB, anunciou o afastamento de Michele Bouson e Marcelo Adriani, os dois apresentadores do Jornal Brasil Central (JBC) 1ª Edição. Eles foram punidos por questionarem a situação caótica da educação em Goiás, fazendo perguntas mais duras à ex-secretária e ex-deputada Raquel Teixeira.
As ordens e a “desobediência”
A entrevista, ao vivo, ocorreu na quinta-feira. Prova da censura prévia que impera na emissora, a diretora de Telerradiodifusão da Agência Goiana de Comunicação (Agecom), Abadia Lima, prometeu que não haveria perguntas sobre a greve dos professores, o que viabilizou a presença da ex-secretária. “Ela deu ordem aos jornalistas para não entrarem no assunto e acompanhou a entrevista no estúdio para inibir qualquer tentativa”, relata a blogueira Fabiana Pulcineli, do jornal goiano O Popular.
Mas o jornalista Marcelo Adriani, cumprindo seu papel, acabou tratando do tema, sem citar expressamente a greve. Perguntou por que havia tanta dificuldade para valorizar a educação. “No dia seguinte, os dois apresentadores foram chamados por Abadia e informados de que estavam fora da função. Segundo relatos de colegas, ela reclamou da ‘desobediência’”, descreve a blogueira.
Acuado, governo recua
O afastamento dos dois profissionais revoltou os trabalhadores da emissora pública. O Sindicato dos Jornalistas de Goiás enviou ofício à Agecom questionando a censura. “Pelos relatos de um dos apresentadores, foi uma ação totalmente condenável”, criticou Cláudio Curado Neto, presidente da entidade. Diante a pressão, ontem (26) a direção da TBC foi obrigada a recuar na punição.
Segundo Fabiana Pulcineli, “a TV Brasil Central decidiu reconduzir os jornalistas Michelle Bouson e Marcelo Adriani depois que o governador Marconi Perillo (PSDB) determinou ‘providências para esclarecer os fatos’”. A notícia sobre o recuo foi confirmada pela entidade da categoria, que participou de negociação com a direção da Agecom e da TBC.
Acuado, o governador tucano ainda tentou contornar o desgaste em seu twitter: “No nosso governo não existe qualquer tipo de censura, perseguição ideológica ou cerceamento de liberdade”, disparou. Caso não houvesse a gritaria, o PSDB recuaria em mais este grave atentado contra a liberdade de expressão?
Aliados dos barões da mídia, os tucanos adoram posar de defensores da “liberdade de expressão”, que confundem com a liberdade dos monopólios. Mas no seu ninho, eles gostam mesmo é de praticar a censura, cooptar a imprensa via publicidade e pressionar os patrões pela demissão dos jornalistas mais críticos. Goiás é a mais recente prova da distância entre o discurso e prática.
Na sexta-feira passada (23), a TV Brasil Central (TBC), emissora pública controlada pelo PSDB, anunciou o afastamento de Michele Bouson e Marcelo Adriani, os dois apresentadores do Jornal Brasil Central (JBC) 1ª Edição. Eles foram punidos por questionarem a situação caótica da educação em Goiás, fazendo perguntas mais duras à ex-secretária e ex-deputada Raquel Teixeira.
As ordens e a “desobediência”
A entrevista, ao vivo, ocorreu na quinta-feira. Prova da censura prévia que impera na emissora, a diretora de Telerradiodifusão da Agência Goiana de Comunicação (Agecom), Abadia Lima, prometeu que não haveria perguntas sobre a greve dos professores, o que viabilizou a presença da ex-secretária. “Ela deu ordem aos jornalistas para não entrarem no assunto e acompanhou a entrevista no estúdio para inibir qualquer tentativa”, relata a blogueira Fabiana Pulcineli, do jornal goiano O Popular.
Mas o jornalista Marcelo Adriani, cumprindo seu papel, acabou tratando do tema, sem citar expressamente a greve. Perguntou por que havia tanta dificuldade para valorizar a educação. “No dia seguinte, os dois apresentadores foram chamados por Abadia e informados de que estavam fora da função. Segundo relatos de colegas, ela reclamou da ‘desobediência’”, descreve a blogueira.
Acuado, governo recua
O afastamento dos dois profissionais revoltou os trabalhadores da emissora pública. O Sindicato dos Jornalistas de Goiás enviou ofício à Agecom questionando a censura. “Pelos relatos de um dos apresentadores, foi uma ação totalmente condenável”, criticou Cláudio Curado Neto, presidente da entidade. Diante a pressão, ontem (26) a direção da TBC foi obrigada a recuar na punição.
Segundo Fabiana Pulcineli, “a TV Brasil Central decidiu reconduzir os jornalistas Michelle Bouson e Marcelo Adriani depois que o governador Marconi Perillo (PSDB) determinou ‘providências para esclarecer os fatos’”. A notícia sobre o recuo foi confirmada pela entidade da categoria, que participou de negociação com a direção da Agecom e da TBC.
Acuado, o governador tucano ainda tentou contornar o desgaste em seu twitter: “No nosso governo não existe qualquer tipo de censura, perseguição ideológica ou cerceamento de liberdade”, disparou. Caso não houvesse a gritaria, o PSDB recuaria em mais este grave atentado contra a liberdade de expressão?
2 comentários:
Censuram lá e usam aqui.
Censuram lá e usam aqui.
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