Por Altamiro Borges
O artigo critica o discurso de Lula por ocasião da entrega
do título de Cidadão Paulistano na noite de segunda-feira. Nele, o ex-presidente
abordou a tentativa de “parte da oposição e da imprensa” de derrubá-lo durante
a crise do chamado mensalão do PT – em 2005/06. O Estadão deve ter se sentido
incomodado, já que participou ativamente desta frustrada ação golpista.
Obsessões e fantasmas do jornalão
Surra histórica da mídia golpista
O Estadão até hoje não engole a popularidade de Lula. Nas
eleições de 2010, ele apoiou, em editorial, o tucano José Serra e sofreu a sua
terceira derrota seguida num pleito presidencial. Em seu conservadorismo
saudoso dos tempos da Velha República, quando publicava anúncios da venda de escravos, o jornal
da famiglia Mesquita é “prisioneiro do ressentimento” – como intitula o seu
editorial de hoje (23).
Rancoroso, o editorial afirma: “Mais velho e mais sofrido –
e nem por isso mais sábio –, o ex-presidente Lula levou para a Câmara Municipal
de São Paulo suas obsessões e os seus fantasmas: as elites e o mensalão”. Além
de defender a gestão de Marta Suplicy, tão atacada pelas elites paulistanas e
pelo Estadão, Lula ainda “repetiu pela enésima vez ‘que tentaram dar um golpe
neste país’”.
Para a cínica famiglia Mesquita, a versão da história do ex-presidente é “falsa”.
Não houve tentativa de golpe. Pelo contrário. “A oposição preferiu não pedir o seu
impeachment para não traumatizar o país pela segunda vez em 13 anos... O
presidente poderia ser afastado, se as elites quisessem levar a ferro e fogo o
combate político. Se conspiração houve, em suma, foi para ‘deixar pra lá’”.
O ressentimento doentio do Estadão chega a ser patético. O
jornal acha que as elites, inclusive a midiática, podem tudo! Elas é que teriam
“salvado” o ex-presidente operário. O Estadão só não consegue explicar como Lula,
apesar do bombardeio, manteve-se no poder, conseguiu se reeleger e ainda fez a sua sucessora. Lula derrotou a mídia golpista e o Estadão não engole esta surra
histórica.
7 comentários:
Excelente texto! Mas não seria a famiglia Mesquita, embora a Civita seja "farinha podre" do mesmo saco?
Dois são os fatores que fizeram a cabeça dos eleitores brasileiro. Primeiro, os governos neo liberais não conseguiram nenhum tipo de avanço, quer na economia, quer na disparidade social. A inflação já tinha passado para dois digitos! Segundo, a população descobriu que o PIG existe, e ele é contra a equidade social. Para os gaúchos só existem dois partidos, os maragatos (Getúlio) e chimangos, (PIG, FHC). Parece que o resto do Brasil tambem está ciente destas duas correntes de pensamento e ação.
Olá, Altamiro. Acompanho o seu trabalho e aí está mais uma análise excelente. Apenas um reparo: o Estadão é da família Mesquita. (nem precisa publicar meu comentário, foi só uma contribuição) Abraços.
Miro não sei se é isso mas Lula foi convidado a prestar um depoimento em video(FHC deu um depoimento emocionado segundo fontes da Sonia Raçy)e alegou que não poderia pois é aniversário e casamento e ele se dedicaria de corpo e alma a sua esposa,acho que foi esse o motivo do ataque.
esqueci de mencionar que o video é para comemorar o lançamento de suas ediçoes digitais, vou procurar os anuncios de escravos hehe
Miro, não é família Civita, é Mesquita, embora confundam-se pelo que têem comum
Miro, creio que a familia proprietária seja mesquita e não civita.
Abs
Cristiano Dourado-Brasilia
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