Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Os candidatos dos dois maiores partidos de São Paulo, José Serra, do PSDB, e Fernando Haddad, do PT, vivem momentos bem distintos nesta etapa decisiva da campanha eleitoral.
Uma leitura mais cuidadosa mostra que as pesquisas do Datafolha publicadas neste final de semana só trouxeram números negativos para a campanha de Serra.
Empacado, desde que lançou sua candidatura, nos 30% de intenções de voto, o tucano viu Celso Russomanno, do PRB, subir para 26%, registrando o primeiro empate técnico.
Pior para Serra foi o seu índice de rejeição chegar a 37%, o maior já aferido pelo Datafolha nesta eleição, aos quais devem ser somados os péssimos números obtidos pelo seu principal aliado, Gilberto Kassab, do PSD, na avaliação dos prefeitos.
Kassab foi reprovado na pesquisa, com nota 4,4, a mais baixa entre os prefeitos das principais capitais do país. O seu índice de ruim e péssimo alcançou 39%, dois pontos a mais do que a rejeição de Serra. Estes números explicam porque 72% dos eleitores paulistanos declararam que não votarão em candidato apoiado pelo prefeito Gilberto Kassab.
Resta saber quem puxa quem para baixo e quem faz subir a rejeição, já que a propaganda tucana quer focar na continuidade da administração Serra-Kassab, iniciada em 2005.
Estacionado nos 7% de intenção de votos e com 12% de rejeição, o petista Fernando Haddad teve finalmente uma boa notícia nesta segunda-feira: a volta ao jogo do seu principal cabo eleitoral, o ex-presidente Lula, depois de tirar duas semanas de férias para se recuperar das sequelas deixadas pelo tratamento contra o câncer na laringe.
Lula ainda vai fazer novos exames no próximo dia 6 e, só depois disso, se for liberado pelos médicos, poderá se engajar de vez na campanha de Haddad, o principal trunfo do PT para tornar seu candidato mais conhecido da população.
Embora sua candidatura tenha sido lançada por Lula no segundo semestre do ano passado, 45% dos eleitores paulistanos ainda não sabem quem é Haddad e nem ligam seu nome ao PT, ao ex-presidente e à presidente Dilma Rousseff, que ainda não entraram na campanha.
Foi exatamente em razão deste desconhecimento que Russomanno cresceu como o principal candidato anti-Serra. Os números da pesquisa mostram que 27% dos petistas declararam voto no candidato do PRB, enquanto apenas 15% identificaram Haddad com o partido.
De olho neste indicador, José Serra já propôs um pacto de não agressão com Russomanno em reunião promovida no apartamento de Gilberto Kassab, com a participação de Marcos Pereira, presidente nacional do PRB, segundo matéria publicada hoje pelo "Estadão".
Para os tucanos, o papel de Russomanno é importante neste momento para segurar o crescimento de Haddad - previsto por todos os partidos quando a campanha começar para valer -, já que ele navega bem no eleitorado petista.
O problema é saber o que o candidato da coligação PRB-PTB ganharia com este chamado pacto de não agressão, se ele é o candidato que até agora melhor conseguiu encarnar a oposição à dupla Serra-Kassab.
Se o bom senso recomenda que Serra esconda Kassab na campanha, como fez com Fernando Henrique Cardoso nas eleições presidenciais de 2002, de outro lado Fernando Haddad também tem probemas na área dos apoios que só tiram votos: segundo o Datafolha, 77% dos eleitores declararam que não votam em candidato apoiado por Paulo Maluf, o novo queridinho do PT.
Numa campanha em que os marqueteiros tomaram o lugar das lideranças políticas, os valorizados publicitários tucanos e petistas devem estar quebrando a cabeça para ver como poderão reverter os números do Datafolha nos dois meses e pouco que faltam para as eleições.
Uma coisa é certa: não será apenas com o slogan do "homem novo" que o PT conseguirá dar uma cara à candidatura de Fernando Haddad, nem é fazendo seu candidato andar de bicicleta e quase cair de um skate que os tucanos diminuirão a rejeição a José Serra.
O que as pesquisas também deixam evidente é que Lula não faz falta só na campanha do PT em São Paulo, mas em todo o país. Nas principais capitais pesquisadas, o PT só lidera no Recife.
Como a presidente Dilma Rousseff já anunciou que não pretende se envolver na campanha eleitoral, com exceção de algumas incursões em São Paulo e Belo Horizonte, mais do que nunca o PT depende da saúde do ex-presidente Lula.
Uma leitura mais cuidadosa mostra que as pesquisas do Datafolha publicadas neste final de semana só trouxeram números negativos para a campanha de Serra.
Empacado, desde que lançou sua candidatura, nos 30% de intenções de voto, o tucano viu Celso Russomanno, do PRB, subir para 26%, registrando o primeiro empate técnico.
Pior para Serra foi o seu índice de rejeição chegar a 37%, o maior já aferido pelo Datafolha nesta eleição, aos quais devem ser somados os péssimos números obtidos pelo seu principal aliado, Gilberto Kassab, do PSD, na avaliação dos prefeitos.
Kassab foi reprovado na pesquisa, com nota 4,4, a mais baixa entre os prefeitos das principais capitais do país. O seu índice de ruim e péssimo alcançou 39%, dois pontos a mais do que a rejeição de Serra. Estes números explicam porque 72% dos eleitores paulistanos declararam que não votarão em candidato apoiado pelo prefeito Gilberto Kassab.
Resta saber quem puxa quem para baixo e quem faz subir a rejeição, já que a propaganda tucana quer focar na continuidade da administração Serra-Kassab, iniciada em 2005.
Estacionado nos 7% de intenção de votos e com 12% de rejeição, o petista Fernando Haddad teve finalmente uma boa notícia nesta segunda-feira: a volta ao jogo do seu principal cabo eleitoral, o ex-presidente Lula, depois de tirar duas semanas de férias para se recuperar das sequelas deixadas pelo tratamento contra o câncer na laringe.
Lula ainda vai fazer novos exames no próximo dia 6 e, só depois disso, se for liberado pelos médicos, poderá se engajar de vez na campanha de Haddad, o principal trunfo do PT para tornar seu candidato mais conhecido da população.
Embora sua candidatura tenha sido lançada por Lula no segundo semestre do ano passado, 45% dos eleitores paulistanos ainda não sabem quem é Haddad e nem ligam seu nome ao PT, ao ex-presidente e à presidente Dilma Rousseff, que ainda não entraram na campanha.
Foi exatamente em razão deste desconhecimento que Russomanno cresceu como o principal candidato anti-Serra. Os números da pesquisa mostram que 27% dos petistas declararam voto no candidato do PRB, enquanto apenas 15% identificaram Haddad com o partido.
De olho neste indicador, José Serra já propôs um pacto de não agressão com Russomanno em reunião promovida no apartamento de Gilberto Kassab, com a participação de Marcos Pereira, presidente nacional do PRB, segundo matéria publicada hoje pelo "Estadão".
Para os tucanos, o papel de Russomanno é importante neste momento para segurar o crescimento de Haddad - previsto por todos os partidos quando a campanha começar para valer -, já que ele navega bem no eleitorado petista.
O problema é saber o que o candidato da coligação PRB-PTB ganharia com este chamado pacto de não agressão, se ele é o candidato que até agora melhor conseguiu encarnar a oposição à dupla Serra-Kassab.
Se o bom senso recomenda que Serra esconda Kassab na campanha, como fez com Fernando Henrique Cardoso nas eleições presidenciais de 2002, de outro lado Fernando Haddad também tem probemas na área dos apoios que só tiram votos: segundo o Datafolha, 77% dos eleitores declararam que não votam em candidato apoiado por Paulo Maluf, o novo queridinho do PT.
Numa campanha em que os marqueteiros tomaram o lugar das lideranças políticas, os valorizados publicitários tucanos e petistas devem estar quebrando a cabeça para ver como poderão reverter os números do Datafolha nos dois meses e pouco que faltam para as eleições.
Uma coisa é certa: não será apenas com o slogan do "homem novo" que o PT conseguirá dar uma cara à candidatura de Fernando Haddad, nem é fazendo seu candidato andar de bicicleta e quase cair de um skate que os tucanos diminuirão a rejeição a José Serra.
O que as pesquisas também deixam evidente é que Lula não faz falta só na campanha do PT em São Paulo, mas em todo o país. Nas principais capitais pesquisadas, o PT só lidera no Recife.
Como a presidente Dilma Rousseff já anunciou que não pretende se envolver na campanha eleitoral, com exceção de algumas incursões em São Paulo e Belo Horizonte, mais do que nunca o PT depende da saúde do ex-presidente Lula.
1 comentários:
Acho que a aliança com Maluf foi umgrande erro. Ele é, junto com Serra, um ícone do que há de pior neste país. Alguns segundos a mais na TV, não vão ser tão importantes. O complicado é a falta de novas lideranças. Não dá para ficar tanto na dependência de Lula, por melhor que ele seja,
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