Da Rede Brasil Atual:
José Maria Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa do 2014, será alvo de um ato de escracho no próximo domingo (11) devido às suas ligações com a ditadura e sua suposta responsabilidade na morte do jornalista Vladimir Herzog. O grupo Articulação Estadual pela Memória, Verdade e Justiça de São Paulo é quem organiza o evento, que será realizado no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, região central de São Paulo.
Em 1975, durante a ditadura, quando Marin era deputado estadual pela Arena – o partido político que dava sustentação ao regime – proferiu um discurso criticando a ausência da TV Cultura na cobertura de um evento do governo. Em sua fala, ele exigia que alguma providência fosse tomada em relação ao tipo de jornalismo que a emissora praticava, para que a “tranquilidade” fosse recuperada no estado. Dezesseis dias depois, Vladimir Herzog, então diretor de Jornalismo da TV Cultura, foi preso e assassinado nas dependências do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).
O episódio da morte de Herzog marcou a luta contra a ditadura no Brasil. Ele era militante do PCB, posto na ilegalidade desde o Ato Institucional nº 2 (AI-2), em 1965. Em 24 de outubro de 1975, foi convocado por agentes do Exército brasileiro para prestar depoimento sobre sua relação com o PCB. No dia seguinte, compareceu às instalações do DOI-Codi, onde foi torturado e assassinado. A ditadura divulgou a versão de que ele teria se enforcado.
“Não admitimos que, até hoje, as circunstâncias que levaram à morte de Vladimir Herzog não tenham sido completamente esclarecidas e seus responsáveis não tenham sido punidos! Não consentiremos que homens dessa estirpe continuem a gozar de tal influência no governo e na sociedade!”, diz a carta do evento.
O texto também lembra uma série de discursos de Marin em defesa dos órgãos de repressão - entre eles, um com elogios ao trabalho do delegado Sérgio Paranhos Fleury e sua equipe. Fleury foi responsável pelo assassinato de vários militantes políticos, como Carlos Marighella, e acusado de chefiar o Esquadrão da Morte.
De fato, Marin foi um dos maiores defensores do regime. Depois de ser jogador de futebol, ele começou sua carreira política como vereador de São Paulo, pelo PRP, de Plínio Salgado, mas logo se filiou ao Arena. Foi vice-governador de Paulo Maluf, também então da Arena, em São Paulo, e chegou a governar o estado entre 1982 e 1983, quando enfrentou denúncias de ações excessivas da Polícia Militar contra atitudes consideradas contrárias ao governo.
Com o fim da ditadura, Marin se candidatou a prefeito de São Paulo e a senador, mas perdeu as duas eleições. Voltou-se então para o mundo dos dirigentes esportivos. Chegou à vice-presidência da CBF e virou presidente depois que Ricardo Teixeira renunciou ao cargo, em março deste ano.
O ato de escracho será às 14 horas.
Em 1975, durante a ditadura, quando Marin era deputado estadual pela Arena – o partido político que dava sustentação ao regime – proferiu um discurso criticando a ausência da TV Cultura na cobertura de um evento do governo. Em sua fala, ele exigia que alguma providência fosse tomada em relação ao tipo de jornalismo que a emissora praticava, para que a “tranquilidade” fosse recuperada no estado. Dezesseis dias depois, Vladimir Herzog, então diretor de Jornalismo da TV Cultura, foi preso e assassinado nas dependências do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).
O episódio da morte de Herzog marcou a luta contra a ditadura no Brasil. Ele era militante do PCB, posto na ilegalidade desde o Ato Institucional nº 2 (AI-2), em 1965. Em 24 de outubro de 1975, foi convocado por agentes do Exército brasileiro para prestar depoimento sobre sua relação com o PCB. No dia seguinte, compareceu às instalações do DOI-Codi, onde foi torturado e assassinado. A ditadura divulgou a versão de que ele teria se enforcado.
“Não admitimos que, até hoje, as circunstâncias que levaram à morte de Vladimir Herzog não tenham sido completamente esclarecidas e seus responsáveis não tenham sido punidos! Não consentiremos que homens dessa estirpe continuem a gozar de tal influência no governo e na sociedade!”, diz a carta do evento.
O texto também lembra uma série de discursos de Marin em defesa dos órgãos de repressão - entre eles, um com elogios ao trabalho do delegado Sérgio Paranhos Fleury e sua equipe. Fleury foi responsável pelo assassinato de vários militantes políticos, como Carlos Marighella, e acusado de chefiar o Esquadrão da Morte.
De fato, Marin foi um dos maiores defensores do regime. Depois de ser jogador de futebol, ele começou sua carreira política como vereador de São Paulo, pelo PRP, de Plínio Salgado, mas logo se filiou ao Arena. Foi vice-governador de Paulo Maluf, também então da Arena, em São Paulo, e chegou a governar o estado entre 1982 e 1983, quando enfrentou denúncias de ações excessivas da Polícia Militar contra atitudes consideradas contrárias ao governo.
Com o fim da ditadura, Marin se candidatou a prefeito de São Paulo e a senador, mas perdeu as duas eleições. Voltou-se então para o mundo dos dirigentes esportivos. Chegou à vice-presidência da CBF e virou presidente depois que Ricardo Teixeira renunciou ao cargo, em março deste ano.
O ato de escracho será às 14 horas.
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