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Muito se fala atualmente da possível candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para presidente da República em 2014 e os acenos da velha mídia em dar cobertura à sua empreitada. Candidatura que se confirmada, nascerá dentro da base governista, portanto, de um dissidente da base.
Talvez se possa pensar que Eduardo Campos utilize de artimanha idêntica à da presidenta Dilma, que posou para a revista Veja, tendo até sido capa do semanário conservador. Após o fato, sua aprovação cresceu nos redutos de eleitores mais conservadores e uma visão outra da presidenta se sedimentou.
Hoje, a velha mídia fala mal de Lula, do PT, do governo e de seus ministros, mas poupa, em parte, Dilma de um radicalismo negativo em relação à sua imagem. Até porque, também, a aprovação recorde de seu modo de governar não dá margem a muitas críticas pessoais. Além disso, seria incoerente, de uma hora para outra, eles mudarem a imagem que quiseram dar à presidenta.
Convém, ainda, lembrar que a presidenta já estava eleita. Não significava, portanto, troca de favores do tipo: apoio-lhe e você se compromete a fazer o que eu quero, como é bem costumeiro nos políticos do PSDB, hoje enfraquecidos politicamente, com tamanho e influência reduzidos. Culpa da submissão à velha mídia e sua ideologia.
Pois Eduardo Campos para receber apoio da velha mídia à sua candidatura terá de seguir a cartilha dela. Se fugir, deixará de ter esse apoio.
Aqui, algumas questões se colocariam desde já, caso saia mesmo candidato. Como seriam as suas críticas ao governo federal e à administração petista? Como ignorar que muito do progresso que houve em Pernambuco, seu Estado, foi devido aos governos Lula e Dilma? Falar mal de Lula ou estar do lado de quem fala mal do PT e de Lula o tempo todo vai lhe render votos? Como a população do Nordeste, inclusive de seu Estado, assim como os brasileiros que gostam de Lula e Dilma entenderiam esse processo?
O índice dos que gostam da presidenta Dilma é tão alto que ela tem, atualmente, 58% das intenções de votos para presidente em 2014, segundo o Datafolha, em pesquisa divulgada essa semana. Pesquisa que coloca Marina Silva, Aécio Neves e Eduardo Campos como seus concorrentes ao cargo.
É importante Eduardo Campos também ter em conta que, para contornar a paranoia dos denuncismos contra a sua administração, a presidenta, habilmente, no início de seu mandato, fez o jogo da velha mídia. Após denúncias contra alguns de seus ministros, ela os demitiu. Com esse comportamento, a velha mídia ficou em apuros, porque a presidenta ganhou a imagem de austeridade e honestidade. Assim, se fez uma trégua entre a imagem de Dilma e a imagem que a mídia queria lhe dar. Com Lula, nunca houve isso. Até hoje, quando nem mais presidente é, a imagem dele é detonada o tempo todo. Parece que querem depô-lo de um cargo que nem mais ocupa.
Já a situação de Eduardo Campos é bem diferente. Nem candidatura tem assegurada ainda. Ele não terá apoio da oposição e da velha mídia para ser independente e melhorador das administrações petistas. Ele terá apoio para e se seguir a cartilha dada a ele, que todos nós sabemos qual é. Se fugir do script ficará na praia a ver navios e seu partido, o PSB, se enfraquecerá em vez de de fortalecer, como aconteceu com o PSDB no decorrer desses anos.
Na verdade, o que quer a oposição é enfraquecer Eduardo Campos que seria, com certeza, a força política mais adequada, para concorrer à sucessão da presidenta Dilma em 2018, numa alternância de forças políticas no poder.
Eduardo Campos tinha um quadro perfeito à frente, pois provavelmente teria o apoio de Lula e Dilma na empreitada de ser o Presidente do Brasil em 2018. Como atravessou o carro na frente dos bois, provocou ao menos duas coisas:
1) Pode ter se descredenciado à sucessão de Dilma. Seguramente muitos dos eleitores da presidenta e de Lula não irão votar em Eduardo Campos. Acabou o elo de confiança entre o eleitor de centro-esquerda e o governador;
2) E ele deu de mão beijada a possibilidade de o PT pleitear em 2018 uma candidatura própria, sem questionamentos. Afinal, dá para confiar em um candidato de outro partido para continuar o projeto de País iniciado por Lula e continuado por Dilma?
Eu não acredito que Lula e Eduardo estejam jogando. Com a velha mídia não se brinca. E, pelo visto, Eduardo vai acabar sua carreira em breve! Outro será içado para ser a força política do governo federal rumo a 2018!
Pior de tudo é ouvir os nomes envolvidos com o governador. Reunir-se com o deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) para decidir rumos de sua candidatura presidencial? Quem é Roberto Freire no quadro político atual? Ele tinha validade até meados dos anos 90. Depois de abdicar da bandeira do comunismo e se aliar a figuras retrógradas da política, sua força para decisões político-eleitorais diminuiu. Reunir-se com o ex-governador José Serra também não foi uma boa estratégia de estruturação de uma candidatura a presidente. Na última pesquisa Ibope, divulgada essa semana, vimos que 50% dos eleitores jamais votariam em Serra em 2014.
Outras questões importantes de uma possível candidatura Eduardo Campos.
Não adianta acreditar que o PSB do governador fortaleceu-se no Nordeste apenas devido à boa administração do governador de Pernambuco. O crescimento do PSB e de Eduardo Campos é resultado dos investimentos federais, projetos de infraestrutura e das políticas sociais dos governos Lula e Dilma em maior porcentagem.
Eduardo Campos tem sua imagem colada à de Lula e ao governo de centro-esquerda do PT. Estar dissociado de ambos, emprestando imagem para a oposição política e a velha mídia, é suicídio. Por dois motivos:
1) Mistura a tríade dos 20% de votos da oposição PSDB, DEM e PPS + velha mídia, que os sustentou até agora, mas que não dão mais dividendos eleitorais; o eleitorado brasileiro quer outro tipo de candidato.
2) Mistura ideologias de direita e esquerda. À direita, os antiPT + antilulistas. À esquerda: os petistas + centro-esquerda + lulistas + dilmistas e ainda querendo agradar os inconformados com o governo Dilma mais à esquerda. Vide a posição de Eduardo Campos em relação à MP 5095, que trata da concessão e privatização dos portos.
Afinal, como pode Eduardo Campos estar/posar ao lado da turma dos que falam mal do PT, de LULA e de DILMA depois de tanto se beneficiar de suas imagens, de se passar por aliado deles, de ser beneficiário de seus projetos e investimentos para o Estado de Pernambuco?
O PSB, por sua vez, é um amalgama de políticos, não uma estrutura partidária de bases e militância forte. Não sabemos ao certo qual a ideologia do partido, apesar da sigla Socialista, onde o candidato a prefeito de São Paulo nas últimas eleições era o Paulo Skaf, presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O que, convenhamos, não combina coma sigla “socialista”. E junto a este, no partido, se soma uma aguerrida política: Luíza Erundina, uma militante de esquerda que caminha em lado oposto, junto dos movimentos sociais e dos trabalhadores.
Hoje, se Eduardo Campos guinar sua imagem para o grupo dos anti — PT, Lula, Dilma, governo federal –, ele perde pelo menos uns 60% dos votos já sacramentados para o lado das candidaturas não opositoras ao governo petista.
O PSB não vai sair coeso da base aliada. Provavelmente, boa parte dos seus políticos vai ficar do lado do governo. É questão de sobrevivência. O partido implode em três tempos. A maioria do PSB, certamente, quer fortalecer a aliança com Dilma e crescer sua participação na administração federal, o que lhe dá visibilidade e dividendos políticos maiores do que estar junto de políticos ultrapassados.
Eduardo vai para as mãos da velha mídia e levar junto o programa socialista? Imagina divulgar onde o programa socialista? A Globo vai deixar? Os anti PT, Lula, Dilma, governo federal quando lerem “socialista” na sigla do partido vão votar nele? É possível ser o candidato socialista sem uma menção sequer às bandeiras do socialismo em horário eleitoral?
Um aparte. Quem já não leu uma notícia, um post, um comentário de um religioso conservador falando barbaridades do Socialismo?
Outro aparte. Semana passada Eduardo Campos fez um pronunciamento na casa do dono da Riachuelo para um conjunto de empresários. Aproveitando a pauta da velha mídia e as insatisfações presentes em posts das redes sociais abordou temas como,Petrobras, Renan Calheiros, a questão dos portos, reforma política, etc. Em um claro aproveitamento da pauta da velha mídia discursou de maneira genérica e afinado com a pauta jornalística da grande imprensa, em busca de ser o candidato da oposição midiática.
Eduardo Campos pode ter dividendos políticos com uma boa atuação no Senado, até crítica, em alguns aspectos, da administração federal petista. Agora, se colar sua imagem à de FHC, Serra, Roberto Freire, Bornhausen & cia e, ainda, receber beneplácito de Veja e Globo, pode de mudar de profissão, que politicamente a sua carreira acabou. Essa turma não tem mais força para eleger ninguém. Só para fazer barulho e mais nada!
1 comentários:
Meu querido, o candidato da oposição vai ser o Cerra, pare de gastar o teclado.
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