Por Cadu Amaral, em seu blog:
Mais uma vez o valor das passagens do transporte público tem seu aumento. Geralmente eles ocorrem todos os anos e sempre com o argumento da inflação dos custos do setor e reajustes salariais dos trabalhadores. Há casos de que o intervalo do acréscimo do preço é maior, mas é raro.
Junto com os aumentos, principalmente quando esses são abusivos, ocorrem protestos de rua. Especialmente os estudantes saem às ruas para tentar barrá-los. E quase sempre a Polícia Militar (PM) não sabe como lidar com a situação. Com lógica de estado de guerra, a pancada sempre come, como se diz no popular.
Em São Paulo, tivemos momentos que pareciam aqueles do exército brasileiro durante a ditadura civil-militar em protestos contra a arbitrariedade imposta aos brasileiros sob o “incentivo” da CIA e do governo estadunidense. Aqui em Maceió também aconteceu, no dia de ontem, uma passeata no Centro da cidade. Mas tudo ocorreu de forma pacífica.
E assim como no período ditatorial, a “grande imprensa” defende a pancadaria fardada. O adjetivo mais leve dado aos manifestantes é “vândalo”. Até mesmo quando jornalistas são presos, como Piero Locatelli de CartaCapital, apenas por estarem no local realizando seu trabalho, os barões da mídia publicam aberrações como “a PM foi obrigada a reagir com violência”. Mas lamentável mesmo é ver que tem jornalista que produz esse tipo de coisa. Essa é, sem sombra de dúvida, uma categoria sem solidariedade.
Vale a lembrança que quando protestos acontecem na Europa, mesmo com alto grau de violência, os manifestantes sempre são chamados assim como são: manifestantes. A síndrome de vira-lata é latente em nossa mídia.
É óbvio que o valor das passagens, cedo ou tarde, precisa ser reajustado. Mas isso deve ocorrer dentro de um limite e não com a discrepância que se vê por aí. Ônibus velhos, sempre lotados e que nunca cumpre horário – isso quando tem horário a cumprir – dão a tônica da qualidade do transporte público no Brasil. Também é óbvio que, por vezes, acontece excesso por parte de manifestantes, mas aí cabe ao Estado, lidar com isso de forma que não se trate de repressão ao direito de se manifestar. Em via de regra é a polícia quem inicia o confronto a fim de dispersar multidões.
Lembro-me de quando estava no Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) em um ato contra aumento da passagem de ônibus em Maceió, em 2007 e um policial me provocava o tempo inteiro esperando que eu lhe dissesse algo para que me prendesse. Por sorte a imprensa estava no local e chamei o comandante, na frente de todos, acusando o comportamento nada parcimonioso do fardado.
A legitimidade de questionar os reajustes dos preços do transporte público é mais do que legítimo, porém há quem tenha para si o discurso midiático do vandalismo sob a manta da distorção do direito de ir e vir. Aumentar o valor das passagens é também uma transgressão ao direito de ir e vir. Se o peso do transporte no orçamento familiar aumenta, especialmente entre os usuários de coletivos, aumenta a dificuldade de locomoção.
O que vale mais, defender o direito a transporte público de qualidade e barato para quem precisa ou o incômodo que causam as passeatas para quem está dentro de um carro com ar condicionado? O capitalismo é o centro da lógica consumista que nos assola. Se o transporte público é ruim, as pessoas vão comprar carros. As ruas ficam cheias e a poluição do ar e sonora aumentam.
Defender o direito a um preço baixo e qualidade alta no transporte público é essencial até para quem não utiliza o serviço. O espírito coletivista para uma boa convivência em sociedade agradece.
Mais uma vez o valor das passagens do transporte público tem seu aumento. Geralmente eles ocorrem todos os anos e sempre com o argumento da inflação dos custos do setor e reajustes salariais dos trabalhadores. Há casos de que o intervalo do acréscimo do preço é maior, mas é raro.
Junto com os aumentos, principalmente quando esses são abusivos, ocorrem protestos de rua. Especialmente os estudantes saem às ruas para tentar barrá-los. E quase sempre a Polícia Militar (PM) não sabe como lidar com a situação. Com lógica de estado de guerra, a pancada sempre come, como se diz no popular.
Em São Paulo, tivemos momentos que pareciam aqueles do exército brasileiro durante a ditadura civil-militar em protestos contra a arbitrariedade imposta aos brasileiros sob o “incentivo” da CIA e do governo estadunidense. Aqui em Maceió também aconteceu, no dia de ontem, uma passeata no Centro da cidade. Mas tudo ocorreu de forma pacífica.
E assim como no período ditatorial, a “grande imprensa” defende a pancadaria fardada. O adjetivo mais leve dado aos manifestantes é “vândalo”. Até mesmo quando jornalistas são presos, como Piero Locatelli de CartaCapital, apenas por estarem no local realizando seu trabalho, os barões da mídia publicam aberrações como “a PM foi obrigada a reagir com violência”. Mas lamentável mesmo é ver que tem jornalista que produz esse tipo de coisa. Essa é, sem sombra de dúvida, uma categoria sem solidariedade.
Vale a lembrança que quando protestos acontecem na Europa, mesmo com alto grau de violência, os manifestantes sempre são chamados assim como são: manifestantes. A síndrome de vira-lata é latente em nossa mídia.
É óbvio que o valor das passagens, cedo ou tarde, precisa ser reajustado. Mas isso deve ocorrer dentro de um limite e não com a discrepância que se vê por aí. Ônibus velhos, sempre lotados e que nunca cumpre horário – isso quando tem horário a cumprir – dão a tônica da qualidade do transporte público no Brasil. Também é óbvio que, por vezes, acontece excesso por parte de manifestantes, mas aí cabe ao Estado, lidar com isso de forma que não se trate de repressão ao direito de se manifestar. Em via de regra é a polícia quem inicia o confronto a fim de dispersar multidões.
Lembro-me de quando estava no Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) em um ato contra aumento da passagem de ônibus em Maceió, em 2007 e um policial me provocava o tempo inteiro esperando que eu lhe dissesse algo para que me prendesse. Por sorte a imprensa estava no local e chamei o comandante, na frente de todos, acusando o comportamento nada parcimonioso do fardado.
A legitimidade de questionar os reajustes dos preços do transporte público é mais do que legítimo, porém há quem tenha para si o discurso midiático do vandalismo sob a manta da distorção do direito de ir e vir. Aumentar o valor das passagens é também uma transgressão ao direito de ir e vir. Se o peso do transporte no orçamento familiar aumenta, especialmente entre os usuários de coletivos, aumenta a dificuldade de locomoção.
O que vale mais, defender o direito a transporte público de qualidade e barato para quem precisa ou o incômodo que causam as passeatas para quem está dentro de um carro com ar condicionado? O capitalismo é o centro da lógica consumista que nos assola. Se o transporte público é ruim, as pessoas vão comprar carros. As ruas ficam cheias e a poluição do ar e sonora aumentam.
Defender o direito a um preço baixo e qualidade alta no transporte público é essencial até para quem não utiliza o serviço. O espírito coletivista para uma boa convivência em sociedade agradece.
0 comentários:
Postar um comentário