Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula |
Mais uma vez o Foro de São Paulo, reunido em seu 19º encontro, deu relevante contribuição à unidade das esquerdas na região da América Latina e do Caribe e o impulso às lutas populares, com caráter anti-imperialista.
Durante cinco dias, de 31 de julho a 4 de agosto, cerca de 300 representantes internacionais, provenientes de 39 países, da América Latina e Caribe e de outras regiões do mundo, debateram uma vasta pauta política e ideológica, apontando para o desenvolvimento em novo nível da luta política e social das forças de esquerda.
Com justa razão, a resolução política aprovada pelo encontro assinala que “a influência positiva do Foro de São Paulo deve-se, entre outros motivos, à nossa diversidade e à nossa pluralidade interna, e é parte importante do processo de mudança em curso na América Latina e no Caribe”. Efetivamente, superando esquematismos e sectarismos, prevalece no Foro de São Paulo o espírito de unidade, vinculado a uma metodologia democrática com institucionalidade amadurecida. O Foro de São Paulo, surgido em 1990, no auge da ofensiva conservadora e neoliberal, desempenhou um papel significativo para impulsionar as forças de esquerda que hoje se encontram à frente de governos democráticos e progressistas em vários países da região e avançam no quadro das políticas com sentido democrático, patriótico e social que estão sendo aplicadas.
Um dos pontos mais marcantes dos debates do 19º Encontro, com expressão nas resoluções aprovadas, foi a elevada valorização do legado político e ideológico do pensamento e da ação do comandante bolivariano Hugo Chavez, que governou a Venezuela de 1998 a 2013, quando veio a falecer prematuramente. O nome do líder venezuelano entrou em definitivo na história das lutas e conquistas dos povos latino-americanos. As ideias que defendeu de integração e unidade dos povos com sentido anti-imperialista, seus esforços pelo protagonismo da mobilização popular, o combate às políticas de opressão e neocolonialismo do imperialismo estadunidense, sua incessante luta por uma nova ordem política e econômica internacional, impregnam hoje a ação das forças de esquerda latino-americanas. A incorporação do seu legado ao Foro de São Paulo é uma demonstração do seu amadurecimento político-ideológico do agrupamento.
O 19º Encontro do Foro de São Paulo reafirmou seus princípios e bandeiras de luta relacionados com o aprofundamento da integração regional justa, soberana e equitativa, com a consolidação dos mecanismos já existentes, como a União de Nações Sul-americanas (Unasul), o Mercado Comum do Sul (Mercosul), a Alternativa Bolivariana para os povos da Nossa América (Alba), a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), entre muitos outros.
Ao balanço positivo do 19º Encontro do Foro de São Paulo, incorporam-se a atenção, a unidade e o compromisso da esquerda latino-americana com as próximas eleições deste ano e de 2014 em diferentes países, que são fundamentais para a garantia da continuidade e do aprofundamento necessários, “para que as forças de esquerda, democráticas e progressistas saiam vitoriosas, com melhores posicionamentos e maiores espaços de poder”. Igualmente se incorporam às resoluções do 19º Encontro, a luta pela libertação dos patriotas cubanos presos injustamente em cárceres dos Estados Unidos, o apoio ao processo de paz na Colômbia, entre outras resoluções.
Todas essas resoluções e planos de ação, abordando temáticas diversas, são fundamentais para a consolidação do processo de integração e de solidariedade entre os povos da América Latina e do Caribe, sobretudo para enfrentar o imperialismo, fortalecer a soberania nacional e o poder de intervenção política das forças progressistas e revolucionárias. Em toda a parte na América Latina, urge realizar transformações de fundo, reformas estruturais democráticas, impulsionar o desenvolvimento nacional e o progresso social.
Também fez parte do processo de fortalecimento do Fórum de São Paulo neste 19º Encontro a realização de oficinas temáticas e encontros setoriais de mulheres, jovens, negros e institutos de formação política e teórica dos partidos membros, o que eleva a organicidade do Foro de São Paulo, sua estruturação e adensa sua capacidade de formulação política.
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