Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:
Pela manhã, nesta terça-feira (18/março), a manchete principal da “Folha online” eram os problemas no Itaquerão – o estádio da abertura da Copa. Ok, há problemas nos estádios para a Copa. Mas reparem: o risco no Itaquerão não é faltar arquibancada, iluminação, vestiário, gramado… Não. Vejam o que diz a reportagem da “Folha”:
“Quatro itens da arena causam maior apreensão: as áreas VIP, os espaços comerciais, a cobertura e os telões. A FIFA sabe que os lounges VIP, espécie de antessalas dos camarotes, onde circularão os chefes de EStado, estarão inacabados em 15 de abril. O piso do espaço estrará no cimento e sem luminárias. As especificações técnicas da FIFA dizem que essas áreas devem ter carpete e luminárias.”
A “Folha” está preocupada com o carpete do Itaquerão. Essa era a manchete pela manhã (depois trocada pela crise na Criméia). Mas e a falta d´água em São Paulo? Ah, não me venham falar nesse assunto desagradável…
Nos portais da internet, de forma discreta, brotou hoje a notícia estranha: o governo de São Paulo, do PSDB de Alckmin, já fala em usar água do fundo da represa para “segurar” o abastecimento até outubro. Outubro. Mês da eleição. Certo…
É a raspa do tacho. Tirada da lama: essa é a água que São Paulo vai beber durante 4 meses. Tudo pra evitar a palavra “racionamento” num ano eleitoral.
Na “Folha”, a notícia estava escondida, no pé da página principal do Portal – http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/03/1427060-reserva-do-sistema-cantareira-pode-abastecer-grande-sp-por-4-meses.shtml. Agora, imaginem se o governo federal buscasse água da lama para abastecer quase 10 milhões de pessoas? Isso seria manchete durante quantos dias? Para os responsáveis por tal descalabro, os editoriais da família Frias pediriam o que: fuzilamento? afogamento no rio Tietê?
No fim-de-semana, eu já havia escrito sobre isso: o paulista médio vai levar um susto quando descobrir que o drama da água é mais sério do que se imagina. A mídia paulista, amiga dos tucanos, prefere prever a quebra da Petrobras, o estouro da inflação, o desemprego. Urubulinos esquecem de olhar pro mundo real. Pode faltar água pra 10 milhões de pessoas. Só isso.
Aqui, no Portal Terra, você encontra mais informações sobre o tema. Curiosamente, as palavras “Alckmin” e “PSDB” não são citadas nenhuma vez.
A utilização da água armazenada nas profundezas das represas do sistema Cantareira, chamada de “volume morto” e considerado um plano B pelo governo estadual para tentar evitar um racionamento, poderá abastecer 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo por quatro meses, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
A companhia iniciou recentemente as obras de instalação de 17 bombas que vão captar esse “volume morto” da represa de Atibainha, uma das seis do sistema Cantareira. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A previsão da Sabesp é que essa água esteja disponível para consumo somente a partir de julho. Até lá, espera usar aquilo que já existe no sistema Cantareira.
A partir daí, no tradicional período de seca, a companhia calcula que a água das profundezas será suficiente para abastecer a população por, no mínimo, quatro meses. O Estado nunca tinha precisado captar a água do fundo dos reservatórios porque eles jamais ficaram em níveis tão baixos em seus 40 anos de vida. A expectativa da Sabesp é retirar ao menos 200 bilhões de litros de água do “volume morto” dos reservatórios.
Pela manhã, nesta terça-feira (18/março), a manchete principal da “Folha online” eram os problemas no Itaquerão – o estádio da abertura da Copa. Ok, há problemas nos estádios para a Copa. Mas reparem: o risco no Itaquerão não é faltar arquibancada, iluminação, vestiário, gramado… Não. Vejam o que diz a reportagem da “Folha”:
“Quatro itens da arena causam maior apreensão: as áreas VIP, os espaços comerciais, a cobertura e os telões. A FIFA sabe que os lounges VIP, espécie de antessalas dos camarotes, onde circularão os chefes de EStado, estarão inacabados em 15 de abril. O piso do espaço estrará no cimento e sem luminárias. As especificações técnicas da FIFA dizem que essas áreas devem ter carpete e luminárias.”
A “Folha” está preocupada com o carpete do Itaquerão. Essa era a manchete pela manhã (depois trocada pela crise na Criméia). Mas e a falta d´água em São Paulo? Ah, não me venham falar nesse assunto desagradável…
Nos portais da internet, de forma discreta, brotou hoje a notícia estranha: o governo de São Paulo, do PSDB de Alckmin, já fala em usar água do fundo da represa para “segurar” o abastecimento até outubro. Outubro. Mês da eleição. Certo…
É a raspa do tacho. Tirada da lama: essa é a água que São Paulo vai beber durante 4 meses. Tudo pra evitar a palavra “racionamento” num ano eleitoral.
Na “Folha”, a notícia estava escondida, no pé da página principal do Portal – http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/03/1427060-reserva-do-sistema-cantareira-pode-abastecer-grande-sp-por-4-meses.shtml. Agora, imaginem se o governo federal buscasse água da lama para abastecer quase 10 milhões de pessoas? Isso seria manchete durante quantos dias? Para os responsáveis por tal descalabro, os editoriais da família Frias pediriam o que: fuzilamento? afogamento no rio Tietê?
No fim-de-semana, eu já havia escrito sobre isso: o paulista médio vai levar um susto quando descobrir que o drama da água é mais sério do que se imagina. A mídia paulista, amiga dos tucanos, prefere prever a quebra da Petrobras, o estouro da inflação, o desemprego. Urubulinos esquecem de olhar pro mundo real. Pode faltar água pra 10 milhões de pessoas. Só isso.
Aqui, no Portal Terra, você encontra mais informações sobre o tema. Curiosamente, as palavras “Alckmin” e “PSDB” não são citadas nenhuma vez.
A utilização da água armazenada nas profundezas das represas do sistema Cantareira, chamada de “volume morto” e considerado um plano B pelo governo estadual para tentar evitar um racionamento, poderá abastecer 8,8 milhões de pessoas na Grande São Paulo por quatro meses, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
A companhia iniciou recentemente as obras de instalação de 17 bombas que vão captar esse “volume morto” da represa de Atibainha, uma das seis do sistema Cantareira. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
A previsão da Sabesp é que essa água esteja disponível para consumo somente a partir de julho. Até lá, espera usar aquilo que já existe no sistema Cantareira.
A partir daí, no tradicional período de seca, a companhia calcula que a água das profundezas será suficiente para abastecer a população por, no mínimo, quatro meses. O Estado nunca tinha precisado captar a água do fundo dos reservatórios porque eles jamais ficaram em níveis tão baixos em seus 40 anos de vida. A expectativa da Sabesp é retirar ao menos 200 bilhões de litros de água do “volume morto” dos reservatórios.
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