domingo, 11 de maio de 2014

CPI dos Pedágios e o cinismo tucano

Por Altamiro Borges

Na semana passada, a Assembleia Legislativa de São Paulo finalmente aprovou a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os bilionários pedágios que congestionam as rodovias estaduais. Mas a oposição não teve nem como festejar o resultado. De imediato, o tucanato – que hegemoniza a Alesp há quase duas décadas e sabota qualquer tipo de investigação séria no estado – manobrou e bancou o deputado Bruno Covas para presidir a comissão. O parlamentar é neto do ex-governador Mario Covas, apontado como maior responsável pela privatização das estradas paulistas. Ou seja: o PSDB adora propor CPIs em Brasília, mas faz de tudo para abortar qualquer apuração em São Paulo. Haja cinismo!

Segundo o insuspeito Estadão, que não esconde sua simpatia pelos tucanos, a manobra na indicação de Bruno Covas gerou revolta. “A oposição protestou pela presidência para evitar que os integrantes da base aliada de Alckmin, ao assumirem o cargo, blindassem o governo de eventuais investigações e, consequentemente, esvaziassem a comissão. Único representante da oposição no comando da CPI, Antonio Mentor afirmou que vai tentar evitar que a comissão naufrague. ‘É uma tradição da Casa. Mas vamos fazer a disputa no plenário para fazer as nossas convocações’, disse o petista, que propôs a CPI em 2011”, relatou o repórter Ricardo Chapola.

Até o blogueiro Josias de Souza, assíduo frequentador do ninho tucano, ironizou a decisão da Alesp. Conforme escreveu na Folha, “tucanato ama CPIs, mas apenas as de Brasília”. Para ele, a tendência inevitável é que o governador Geraldo Alckmin conduza “na coleira” a CPI requerida pelo PT. “A comissão foi proposta pelo petista Antônio Mentor. Mas é o Palácio dos Bandeirantes que vai dar as cartas. Na presidência da comissão, o bloco pró-Alckmin acomodou o tucano Bruno Covas. Ex-secretário do Meio Ambiente, ele decidiu cuidar do ambiente inteiro. Bruno Covas indicou para a função de relator da CPI outro ex-secretário de Alckmin: Davi Zaia (PPS). A minoria chiou”.

A blindagem tucana tem suas razões. Como escreveu Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, os pedágios paulistas são “a maior caixa-preta” do PSDB de São Paulo. O governo tucano simplesmente se nega a divulgar o valor arrecadado nestas praças. Mas, de acordo com o site Pedagiômetro, esse valor, em 2013, chegou a R$ 6,891 bilhões. “São Paulo tem os pedágios mais caros do Brasil. Segundo o vice-presidente da CPI dos pedágios, deputado Antonio Mentor (PT), uma viagem entre a capital e Ribeirão Preto (interior do Estado) custa, só em pedágios, 70 reais, enquanto que o mesmo trajeto em uma estrada federal custa 9 reais”. Para Eduardo Guimarães, “o tamanho da roubalheira dos pedágios irá colocar a dos trens [referindo-se ao trensalão tucano] no chinelo. Por isso o PSDB fez tanto esforço para impedir essa investigação”.

*****

Leia também:

- Pedágios de SP fariam 12 arenas da Copa

- CPI dos Pedágios e a sujeira tucana

- CPI dos Pedágios preocupa Alckmin

- Pedágio urbano e mentiras de Alckmin

- A Ilha Virgem dos tucanos

2 comentários:

Anônimo disse...

Como diz o Mino Carta , até o mundo Mineral sabe que o Bruno Covas é o verdadeira sócio oculto da CCR Rodovias e Via Oeste . Para piorar a situação o tal único oposicionista do PT na CPI é o mesmo que conchavou com o tucano Antero Paes de Barros para fazer a CPI do Banestado não dar em nada . Realmente ser tucano deve ser um grande passaporte para ficar milionário com o dinheiro publico e nunca jamais acontecer nada . E o Paulo Preto hein ?

LuizPCarlos disse...

DILMA POTENCIALIZA CAMPANHA CARIOCA AO COMBATER PEDÁGIO #LinhaAmarela DESESPERO DA OPOSIÇÃO
http://www.brasil247.com/pt/247/rs247/124681/N%C3%A3o-%C3%A9-correto-pedagiar-estradas-em-zona-urbana-diz-Dilma.htm