Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Desde o dia 18 último que uma pergunta ficou rondando a mente do blogueiro. Para não sentir-se obcecado, porém, este que vos escreve não deu muita atenção ao fato. Agora, porém, com a repetição do fenômeno a dúvida ganhou significação.
O que aconteceu no dia 18 de agosto passado? Saiu uma pesquisa Datafolha que, tal qual a de terça-feira, do Ibope, inexplicavelmente não pesquisou o embate em segundo turno entre Marina Silva e Aécio Neves.
E daí? Este seu servo, leitor, é que pergunta: por que, diabos, os dois maiores institutos de pesquisa do país não pesquisaram a possibilidade de, por exemplo, Aécio ultrapassar Dilma Rousseff e disputar o segundo turno com Marina?
Impossibilidade estatística? Alguma lei da natureza ou dos homens impede que tal confronto possa ocorrer?
Na noite de terça, logo após noticiar a sondagem do Ibope, o Jornal Nacional deu a informação, porém sem qualquer explicação: assim como o Datafolha, o Ibope não pesquisou esse cenário.
Logo vem à mente uma dúvida: a lei permite que uma mesma pesquisa eleitoral não submeta um ou mais candidatos a escrutínios aos quais submete outros?
É só para saber…
Mesmo que a lei permita, ainda seria de bom alvitre que os que encomendaram a pesquisa Ibope – bem como o próprio instituto – explicassem por que não foi pesquisado um cenário que pode até ter pouca chance de ocorrer, mas que de maneira alguma é impossível que ocorra.
Hoje, é pouco provável que Aécio passe para o segundo turno com Dilma, mas isso não impediu que o Ibope pesquisasse um eventual segundo turno entre os dois. Por que não Marina e Aécio?
Se houver uma explicação, ela deveria ser dada. Fica parecendo que não é do interesse de quem encomendou as pesquisas Ibope e Datafolha que seja exposta a possibilidade maior de que Aécio fosse massacrado em um confronto direto com Marina.
Ah, mas Aécio poderia vencer, dirão. Tudo pode acontecer, mas se ele perde de Dilma por boa margem no segundo turno o mais lógico é supor que sua derrota para Marina seria acachapante em um eventual segundo turno.
Esse parece ser o problema de quem encomendou as pesquisas Ibope e Datafolha: não querer expor mais de um péssimo resultado de Aécio numa mesma pesquisa. Queriam um mau resultado para ele (cair para terceiro lugar) e outro para Dilma (perder de Marina no segundo turno).
Pergunta: quanto mais de manipulação têm essas pesquisas?
Mas é claro que se o dileto leitor tiver uma teoria melhor para explicar esse troço tão esquisito, que fique à vontade para expor.
Debate na Band
O debate na Band começou tarde (22 horas) e terminou já no rastro da segunda hora da madrugada desta quarta.
De certa forma, foi surpreendente ver Dilma sendo alvo de todos os adversários, inclusive de Aécio e Marina. A lógica era a de que Marina fosse a mais atacada, mas nem o principal interessado em desgastá-la – Aécio – fez dela seu alvo principal, preferindo focar em Dilma.
Menos surpreendente foi Marina ir para o ataque contra Dilma e Aécio, repisando, vez após outra, o papo da “polarização” entre PT e PSDB.
Dilma se defendeu como pôde. Particularmente, o Blog julga que passou bem pelo corredor polonês dos adversários. Manteve postura digna, apesar do nervosismo que não a abandona nunca.
Marina foi, de longe, a mais serena. Parece muito segura de seu bom momento. Contudo, enrolou o tempo todo. Fugiu dos problemas que seus correligionários banqueiros e mega empresários têm com o fisco, fugiu de quase todos os temas polêmicos.
Aécio fala bem, mas abusa do caradurismo. Continua fazendo acusações éticas ao PT e ao governo Dilma apesar da montanha de problemas que ele mesmo e seu partido têm nessa seara. E acha que ninguém questiona tal contradição. Por isso está tão mal nas pesquisas.
Mas o mais interessante é que Aécio só podendo crescer, a esta altura, se tirar votos de Marina, preferiu atacar Dilma. Pode-se especular que ele acredita que pode estar no segundo turno com a petista, mas há hipótese mais provável.
Será que Aécio não tentou simular que acredita que pode voltar o segundo lugar na disputa? Parece mais provável.
Seja como for, esse debate não deverá ter maiores desdobramentos por si mesmo. Só quem viu foram os convertidos de cada lado. O povo não viu. O que for dito na mídia, portanto, é que terá influência. E, aí, todo mundo sabe o que acontecerá.
Não existe, porém, nenhum naufrágio disponível. Mesmo Dilma, alvo de todos os adversários, manteve-se firme, digna. E à versão antipetista da mídia é óbvio que blogs e redes sociais farão o contraponto.
De uma coisa, porém, pode-se ter certeza: enquanto Marina não for questionada com severidade estará consolidando a posição de segunda colocada no primeiro turno e estará acumulando forças para o segundo turno.
Nesse aspecto, parece que Aécio já está jogando a toalha. Intimidou-se diante da concorrente ao segundo lugar no primeiro turno. É óbvio que pretende apoiá-la com quando ela passar ao segundo turno – e Marina não passar ao segundo turno é uma possibilidade cada vez mais distante.
As escolhas de Aécio, porém, não escondem outro fato que este Blog vaticina e que ainda está por confirmar-se: se o PSDB apoiar Marina oficialmente no segundo turno, com direito a Aécio aparecer em seu programa de tevê e tudo, irá fazê-la perder muito apoio à esquerda.
Era isso.
Desde o dia 18 último que uma pergunta ficou rondando a mente do blogueiro. Para não sentir-se obcecado, porém, este que vos escreve não deu muita atenção ao fato. Agora, porém, com a repetição do fenômeno a dúvida ganhou significação.
O que aconteceu no dia 18 de agosto passado? Saiu uma pesquisa Datafolha que, tal qual a de terça-feira, do Ibope, inexplicavelmente não pesquisou o embate em segundo turno entre Marina Silva e Aécio Neves.
E daí? Este seu servo, leitor, é que pergunta: por que, diabos, os dois maiores institutos de pesquisa do país não pesquisaram a possibilidade de, por exemplo, Aécio ultrapassar Dilma Rousseff e disputar o segundo turno com Marina?
Impossibilidade estatística? Alguma lei da natureza ou dos homens impede que tal confronto possa ocorrer?
Na noite de terça, logo após noticiar a sondagem do Ibope, o Jornal Nacional deu a informação, porém sem qualquer explicação: assim como o Datafolha, o Ibope não pesquisou esse cenário.
Logo vem à mente uma dúvida: a lei permite que uma mesma pesquisa eleitoral não submeta um ou mais candidatos a escrutínios aos quais submete outros?
É só para saber…
Mesmo que a lei permita, ainda seria de bom alvitre que os que encomendaram a pesquisa Ibope – bem como o próprio instituto – explicassem por que não foi pesquisado um cenário que pode até ter pouca chance de ocorrer, mas que de maneira alguma é impossível que ocorra.
Hoje, é pouco provável que Aécio passe para o segundo turno com Dilma, mas isso não impediu que o Ibope pesquisasse um eventual segundo turno entre os dois. Por que não Marina e Aécio?
Se houver uma explicação, ela deveria ser dada. Fica parecendo que não é do interesse de quem encomendou as pesquisas Ibope e Datafolha que seja exposta a possibilidade maior de que Aécio fosse massacrado em um confronto direto com Marina.
Ah, mas Aécio poderia vencer, dirão. Tudo pode acontecer, mas se ele perde de Dilma por boa margem no segundo turno o mais lógico é supor que sua derrota para Marina seria acachapante em um eventual segundo turno.
Esse parece ser o problema de quem encomendou as pesquisas Ibope e Datafolha: não querer expor mais de um péssimo resultado de Aécio numa mesma pesquisa. Queriam um mau resultado para ele (cair para terceiro lugar) e outro para Dilma (perder de Marina no segundo turno).
Pergunta: quanto mais de manipulação têm essas pesquisas?
Mas é claro que se o dileto leitor tiver uma teoria melhor para explicar esse troço tão esquisito, que fique à vontade para expor.
Debate na Band
O debate na Band começou tarde (22 horas) e terminou já no rastro da segunda hora da madrugada desta quarta.
De certa forma, foi surpreendente ver Dilma sendo alvo de todos os adversários, inclusive de Aécio e Marina. A lógica era a de que Marina fosse a mais atacada, mas nem o principal interessado em desgastá-la – Aécio – fez dela seu alvo principal, preferindo focar em Dilma.
Menos surpreendente foi Marina ir para o ataque contra Dilma e Aécio, repisando, vez após outra, o papo da “polarização” entre PT e PSDB.
Dilma se defendeu como pôde. Particularmente, o Blog julga que passou bem pelo corredor polonês dos adversários. Manteve postura digna, apesar do nervosismo que não a abandona nunca.
Marina foi, de longe, a mais serena. Parece muito segura de seu bom momento. Contudo, enrolou o tempo todo. Fugiu dos problemas que seus correligionários banqueiros e mega empresários têm com o fisco, fugiu de quase todos os temas polêmicos.
Aécio fala bem, mas abusa do caradurismo. Continua fazendo acusações éticas ao PT e ao governo Dilma apesar da montanha de problemas que ele mesmo e seu partido têm nessa seara. E acha que ninguém questiona tal contradição. Por isso está tão mal nas pesquisas.
Mas o mais interessante é que Aécio só podendo crescer, a esta altura, se tirar votos de Marina, preferiu atacar Dilma. Pode-se especular que ele acredita que pode estar no segundo turno com a petista, mas há hipótese mais provável.
Será que Aécio não tentou simular que acredita que pode voltar o segundo lugar na disputa? Parece mais provável.
Seja como for, esse debate não deverá ter maiores desdobramentos por si mesmo. Só quem viu foram os convertidos de cada lado. O povo não viu. O que for dito na mídia, portanto, é que terá influência. E, aí, todo mundo sabe o que acontecerá.
Não existe, porém, nenhum naufrágio disponível. Mesmo Dilma, alvo de todos os adversários, manteve-se firme, digna. E à versão antipetista da mídia é óbvio que blogs e redes sociais farão o contraponto.
De uma coisa, porém, pode-se ter certeza: enquanto Marina não for questionada com severidade estará consolidando a posição de segunda colocada no primeiro turno e estará acumulando forças para o segundo turno.
Nesse aspecto, parece que Aécio já está jogando a toalha. Intimidou-se diante da concorrente ao segundo lugar no primeiro turno. É óbvio que pretende apoiá-la com quando ela passar ao segundo turno – e Marina não passar ao segundo turno é uma possibilidade cada vez mais distante.
As escolhas de Aécio, porém, não escondem outro fato que este Blog vaticina e que ainda está por confirmar-se: se o PSDB apoiar Marina oficialmente no segundo turno, com direito a Aécio aparecer em seu programa de tevê e tudo, irá fazê-la perder muito apoio à esquerda.
Era isso.
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