Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Daqui a algumas horas, teremos o primeiro ensaio do que passa a ser, a partir de agora, a campanha eleitoral.
Até este momento, falou a mídia, o que seria natural se tivéssemos jornalismo equilibrado no Brasil.
Como não temos, o discurso único que praticam representa uma violação, muito grave, no processo de formação de consciência da população.
Porque partidos e políticos, execrados ou louvados ao bel prazer das conveniências políticas dos grupos empresariais que controlam nossa imprensa, valorizam-se ou desvalorizam-se aos olhos do eleitor de acordo com isso, muito mais do que pelo que dizem, pelo que fizeram ou a qual conjunto de ideias se filiam.
Com o início do horário eleitoral, porém, este monopólio se quebra, embora não termine a hegemonia terrível que exerce no processo de comunicação política brasileiro, reduzido a sua voz única e monocórdia.
Desta vez, porém, este processo tem características muito especiais.
Inicia-se sob um momento de comoção real: a morte trágica de um candidato e a sua substituição por outra pessoa, Marina Silva, ela própria antes candidata e com expressivo resultado eleitoral.
Sobre esta realidade, a mídia exerceu seu poder e a amplificou ao paroxismo, transformando o candidato morto em mártir e a sua vice numa espécie de herdeira de sua santidade.
Ao mesmo tempo, ofereceu-se à tosca elite brasileira, cuja mesquinhez supera em muito a sua parca inteligência, uma alternativa que lhes reacende o sonho de derrotar Dilma, Lula e um projeto que, ao trancos e barrancos, vai tornando o Brasil mais desenvolvido e justo.
No Facebook, um amigo se expressa de maneira direta e clara sobre isso, quando se comentava o fato de Marina ter atingido, rapidamente, a condição de favorita entre os mais ricos e os mais escolarizados, justamente aqueles que deveriam, em tese, ter melhores condições de resistir, pela razão, ao bombardeio midiático.
“Em 1989, o problema era não deixar Lula ganhar. Collor foi o cavalo vencedor do páreo em que correram Mario Covas, Brizola e Ulysses Guimarães. Em 2014, o problema não é eleger Marina. É evitar a reeleição de Dilma. E para isso vale, está valendo. qualquer aposta”.
Entre estes, a motivação do voto é esta, não outra.
A batalha pelo voto se concentrará no lado oposto, no povão, onde, apesar de Dilma ter vantagem, ainda é mais baixo o índice de definição dos votos.
Entre os que ganham dois salários mínimos ou menos (quase 50% da população) a proporção de eleitores que se declaram indecisos é o triplo da que se registra entre os mais ricos.
Como este grupo é a maioria, ali cada ponto percentual vale dez vezes mais do que entre os de maior renda.
É ali que fez efeito a comoção, que deu a Marina Silva, entre eles, as intenções de voto que Eduardo Campos não tinha.
E é ali, como em nenhum outro segmento da população que fará efeito, a partir de hoje, o ressurgimento de uma figura referencial: Lula.
A figura paternal do governante popular – tão repugnante aos ideólogos petistas que não queriam ver em Lula a continuidade de uma história de lutas sociais que atravessou o século 20 e floresceu no século 21 – é o que pode fazer contraponto à onda da mídia.
Ele, e não discursos tecnocráticos e nem mesmo a exibição pura e simples de realizações de governo, é quem será capaz de chamar as pessoas ao mundo da razão e de seus próprios interesses.
Afinal, o povão é capaz – muito mais do que as elites, que se entopem de riqueza e não são gratas por isso ao Brasil – de saber se é ou não mais fácil ter um emprego, se os salários melhoraram, se a casa própria é mais acessível, se tornou-se mais fácil estudar, se suas vidas mudaram para melhor nos últimos 12 anos.
Marina é a comoção produzida. Lula deve ser a emoção que brota.
Daqui a algumas horas, teremos o primeiro ensaio do que passa a ser, a partir de agora, a campanha eleitoral.
Até este momento, falou a mídia, o que seria natural se tivéssemos jornalismo equilibrado no Brasil.
Como não temos, o discurso único que praticam representa uma violação, muito grave, no processo de formação de consciência da população.
Porque partidos e políticos, execrados ou louvados ao bel prazer das conveniências políticas dos grupos empresariais que controlam nossa imprensa, valorizam-se ou desvalorizam-se aos olhos do eleitor de acordo com isso, muito mais do que pelo que dizem, pelo que fizeram ou a qual conjunto de ideias se filiam.
Com o início do horário eleitoral, porém, este monopólio se quebra, embora não termine a hegemonia terrível que exerce no processo de comunicação política brasileiro, reduzido a sua voz única e monocórdia.
Desta vez, porém, este processo tem características muito especiais.
Inicia-se sob um momento de comoção real: a morte trágica de um candidato e a sua substituição por outra pessoa, Marina Silva, ela própria antes candidata e com expressivo resultado eleitoral.
Sobre esta realidade, a mídia exerceu seu poder e a amplificou ao paroxismo, transformando o candidato morto em mártir e a sua vice numa espécie de herdeira de sua santidade.
Ao mesmo tempo, ofereceu-se à tosca elite brasileira, cuja mesquinhez supera em muito a sua parca inteligência, uma alternativa que lhes reacende o sonho de derrotar Dilma, Lula e um projeto que, ao trancos e barrancos, vai tornando o Brasil mais desenvolvido e justo.
No Facebook, um amigo se expressa de maneira direta e clara sobre isso, quando se comentava o fato de Marina ter atingido, rapidamente, a condição de favorita entre os mais ricos e os mais escolarizados, justamente aqueles que deveriam, em tese, ter melhores condições de resistir, pela razão, ao bombardeio midiático.
“Em 1989, o problema era não deixar Lula ganhar. Collor foi o cavalo vencedor do páreo em que correram Mario Covas, Brizola e Ulysses Guimarães. Em 2014, o problema não é eleger Marina. É evitar a reeleição de Dilma. E para isso vale, está valendo. qualquer aposta”.
Entre estes, a motivação do voto é esta, não outra.
A batalha pelo voto se concentrará no lado oposto, no povão, onde, apesar de Dilma ter vantagem, ainda é mais baixo o índice de definição dos votos.
Entre os que ganham dois salários mínimos ou menos (quase 50% da população) a proporção de eleitores que se declaram indecisos é o triplo da que se registra entre os mais ricos.
Como este grupo é a maioria, ali cada ponto percentual vale dez vezes mais do que entre os de maior renda.
É ali que fez efeito a comoção, que deu a Marina Silva, entre eles, as intenções de voto que Eduardo Campos não tinha.
E é ali, como em nenhum outro segmento da população que fará efeito, a partir de hoje, o ressurgimento de uma figura referencial: Lula.
A figura paternal do governante popular – tão repugnante aos ideólogos petistas que não queriam ver em Lula a continuidade de uma história de lutas sociais que atravessou o século 20 e floresceu no século 21 – é o que pode fazer contraponto à onda da mídia.
Ele, e não discursos tecnocráticos e nem mesmo a exibição pura e simples de realizações de governo, é quem será capaz de chamar as pessoas ao mundo da razão e de seus próprios interesses.
Afinal, o povão é capaz – muito mais do que as elites, que se entopem de riqueza e não são gratas por isso ao Brasil – de saber se é ou não mais fácil ter um emprego, se os salários melhoraram, se a casa própria é mais acessível, se tornou-se mais fácil estudar, se suas vidas mudaram para melhor nos últimos 12 anos.
Marina é a comoção produzida. Lula deve ser a emoção que brota.
1 comentários:
Emocionante sua análise. Tomara que o povo beneficiado pelos Programas Sociais se desembarace da ardilosa Rede armada pela mídia. Que saiba distinguir o verdadeiro valor da política que tanto demoniza Marina e a elite que a apoia. Torço para que o Brasil se mantenha na raia do desenvolvimento com inclusão social.
Postar um comentário