Por Bepe Damasco, em seu blog:
Não sou daqueles que comemoram pesquisa favorável e execram as que não são boas. Mas, depois de tanto tempo acompanhando pesquisa eleitoral, penso que o "pulo do gato" dos institutos que servem aos interesses conservadores, como o Ibope e o Datafolha, é a tal margem de erro. Esticando para baixo e para cima a intenção de votos dos candidatos conforme seus interesses políticos, eles, ao mesmo em que se protegem de questionamentos quanto à eficiência de seus levantamentos, expõem suas preferências de forma subliminar. Às vezes, porém, a coisa escapa do controle e deixam passar flagrantes barbeiragens, como no caso da pesquisa do Ibope divulgada nesta terça-feira, 16 de setembro.
Nela, o fato novo é o crescimento de quatro pontos percentuais do candidato do PSDB, Aécio Neves, que chegou a 19%. Como pesquisa se compara com pesquisa anterior do mesmo instituto, lembramos que o tucano marcou 15% na sondagem do Ibope publicada na semana passada. Mas, pasmem, sabe de onde o Ibope quer nos fazer crer que vieram a maioria dos votos responsáveis pela subida de Aécio? Dos eleitores de Dilma. Isso mesmo.
Dos quatro pontos a mais que ele obteve, três saíram da queda da candidata do PT, que variou de 39% para 36%, e apenas um de Marina Silva - de 31% para 30%. É evidente que isso não tem cabimento e não se sustenta do ponto de vista político.
Além de várias pesquisas já terem detectado que o eleitor da Dilma é o mais fiel de todos, pois deseja continuidade e se mostra satisfeito com as mudanças ocorridas no Brasil nos últimos 12 anos, é preciso rememorar os fatos que marcaram a campanha de semana passada para cá. Sim, porque estamos tratando de uma acirrada disputa política, e não de uma queda de braço mercadológica entre um bem de consumo e outro.
Tivemos o choro de Marina e sua vitimização amplamente reverberados pela mídia monopolista e a insistência de Aécio em mostrar as fragilidades e as inconsistências de Marina como alternativa oposicionista. Já a campanha de Dilma investiu mais nas realizações do seu governo, suavizando um pouco a acertada política de revelar quem de fato Marina representa e o risco de retrocesso que um eventual governo seu representaria para o povo brasileiro. Dois grandes eventos muito positivos para a campanha aconteceram no Rio de Janeiro : o ato que reuniu 10 mil pessoas com Lula em frente à Petrobras e o evento com artistas e intelectuais.
Sobre os ataques da oposição e da imprensa à Petrobras, o que se viu foi o mais do mesmo, embora Marina tenha baixado o nível acusando o PT de colocar um diretor "para roubar a Petrobras". Tudo isso somado, convenhamos, é muito pouco para justificar, ou explicar, a pequena variação negativa de Dilma, de 3 pontos percentuais. E muito menos que o herdeiro desse contingente de eleitores seja justamente Aécio Neves, o candidato "faca nos dentes" de oposição ao governo. Não dá para entender. Está na cara que o Ibope usou o "estica e puxa" da margem de erro para poupar Marina e atingir Dilma.
Vamos supor que seja real o crescimento de Aécio. Sua campanha de fato bateu duro em Marina nos últimos dias, utilizando até com competência uma de suas inserções de TV para mostrar as ligações históricas de Marina com o PT. Mas não é preciso ser nenhum estrategista político para perceber que Aécio tirou votos da candidata do PSB, e não de Dilma. Escudado, porém, na margem de erro, o Ibope está livre de ser cobrado. O negócio é ir ajustando os resultados à realidade à medida em que se aproximam as eleições. Esse é o procedimento padrão dos nossos institutos de pesquisa.
O desenrolar da campanha nos próximos dias parece ser auspicioso para Dilma. Além de explorar na TV o encontro com os artistas e intelectuais, que sempre renderam frutos para o PT, e o ato da Petrobras, maior manifestação de rua da campanha no Rio até agora, Marina e seus assessores seguem fazendo dos seus discursos trunfos preciosos para a campanha da presidenta. Nesta terça-feira, um dos economistas que assessoram Marina disse que o regime de partilha do pré-sal tem de ser revisto, enquanto a candidata do PSB defendeu a "modernização" da CLT. Imagina o o que isso significa para a classe trabalhadora?
Não sou daqueles que comemoram pesquisa favorável e execram as que não são boas. Mas, depois de tanto tempo acompanhando pesquisa eleitoral, penso que o "pulo do gato" dos institutos que servem aos interesses conservadores, como o Ibope e o Datafolha, é a tal margem de erro. Esticando para baixo e para cima a intenção de votos dos candidatos conforme seus interesses políticos, eles, ao mesmo em que se protegem de questionamentos quanto à eficiência de seus levantamentos, expõem suas preferências de forma subliminar. Às vezes, porém, a coisa escapa do controle e deixam passar flagrantes barbeiragens, como no caso da pesquisa do Ibope divulgada nesta terça-feira, 16 de setembro.
Nela, o fato novo é o crescimento de quatro pontos percentuais do candidato do PSDB, Aécio Neves, que chegou a 19%. Como pesquisa se compara com pesquisa anterior do mesmo instituto, lembramos que o tucano marcou 15% na sondagem do Ibope publicada na semana passada. Mas, pasmem, sabe de onde o Ibope quer nos fazer crer que vieram a maioria dos votos responsáveis pela subida de Aécio? Dos eleitores de Dilma. Isso mesmo.
Dos quatro pontos a mais que ele obteve, três saíram da queda da candidata do PT, que variou de 39% para 36%, e apenas um de Marina Silva - de 31% para 30%. É evidente que isso não tem cabimento e não se sustenta do ponto de vista político.
Além de várias pesquisas já terem detectado que o eleitor da Dilma é o mais fiel de todos, pois deseja continuidade e se mostra satisfeito com as mudanças ocorridas no Brasil nos últimos 12 anos, é preciso rememorar os fatos que marcaram a campanha de semana passada para cá. Sim, porque estamos tratando de uma acirrada disputa política, e não de uma queda de braço mercadológica entre um bem de consumo e outro.
Tivemos o choro de Marina e sua vitimização amplamente reverberados pela mídia monopolista e a insistência de Aécio em mostrar as fragilidades e as inconsistências de Marina como alternativa oposicionista. Já a campanha de Dilma investiu mais nas realizações do seu governo, suavizando um pouco a acertada política de revelar quem de fato Marina representa e o risco de retrocesso que um eventual governo seu representaria para o povo brasileiro. Dois grandes eventos muito positivos para a campanha aconteceram no Rio de Janeiro : o ato que reuniu 10 mil pessoas com Lula em frente à Petrobras e o evento com artistas e intelectuais.
Sobre os ataques da oposição e da imprensa à Petrobras, o que se viu foi o mais do mesmo, embora Marina tenha baixado o nível acusando o PT de colocar um diretor "para roubar a Petrobras". Tudo isso somado, convenhamos, é muito pouco para justificar, ou explicar, a pequena variação negativa de Dilma, de 3 pontos percentuais. E muito menos que o herdeiro desse contingente de eleitores seja justamente Aécio Neves, o candidato "faca nos dentes" de oposição ao governo. Não dá para entender. Está na cara que o Ibope usou o "estica e puxa" da margem de erro para poupar Marina e atingir Dilma.
Vamos supor que seja real o crescimento de Aécio. Sua campanha de fato bateu duro em Marina nos últimos dias, utilizando até com competência uma de suas inserções de TV para mostrar as ligações históricas de Marina com o PT. Mas não é preciso ser nenhum estrategista político para perceber que Aécio tirou votos da candidata do PSB, e não de Dilma. Escudado, porém, na margem de erro, o Ibope está livre de ser cobrado. O negócio é ir ajustando os resultados à realidade à medida em que se aproximam as eleições. Esse é o procedimento padrão dos nossos institutos de pesquisa.
O desenrolar da campanha nos próximos dias parece ser auspicioso para Dilma. Além de explorar na TV o encontro com os artistas e intelectuais, que sempre renderam frutos para o PT, e o ato da Petrobras, maior manifestação de rua da campanha no Rio até agora, Marina e seus assessores seguem fazendo dos seus discursos trunfos preciosos para a campanha da presidenta. Nesta terça-feira, um dos economistas que assessoram Marina disse que o regime de partilha do pré-sal tem de ser revisto, enquanto a candidata do PSB defendeu a "modernização" da CLT. Imagina o o que isso significa para a classe trabalhadora?
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