Editorial do jornal Brasil de Fato:
O ano de 2014 ficará marcado na história do Brasil. Não somente pelo decepcionante desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo de futebol, mas entes de tudo, no plano da luta política. 2014 consolidou uma tendência surgida após as manifestações de junho de 2013: a crescente polarização da luta política em nosso país. Ou seja, consolidou a contradição entre os anseios do povo brasileiro pelo aprofundamento da cidadania política e social e o atraso das instituições da República enquanto obstáculos ao avanço das conquistas populares.
Nesse cenário, grande parte das forças populares concluíram que lutar por uma profunda e democrática mudança no sistema político é fundamental para recolocar as reformas estruturais na agenda da sociedade brasileira. O caráter conservador do Congresso Nacional inviabiliza que o mesmo leve à frente a tarefa da mudança estrutural do sistema político. Por isso, somente uma constituinte exclusiva e soberana pode de fato contribuir para destravar os obstáculos institucionais que impedem o avanço das reivindicações democráticas e populares.
Assim, do seio desta contradição emergiu uma bandeira política com potencial de massas e boa capacidade de unificar as forças populares: a Constituinte Exclusiva do Sistema Político. Foi justamente esta meta síntese que mobilizou milhares de militantes sociais na construção de um Plebiscito Popular durante o ano de 2014 e que atingiu seu auge entre 1 e 7 de setembro. 7.754.436 milhões de brasileiros de brasileiras participaram desta extraordinária experiência de pedagogia de massas, sendo que, em torno de 95% dos votantes se manifestaram favoráveis a uma Constituinte Exclusiva do Sistema Político
Desde 1989 não tínhamos um processo eleitoral tão polarizado e que deixou os interesses de classes tão demarcados. O imperialismo e as forças neoliberais apoiados nas candidaturas de Marina Silva e Aécio Neves buscavam uma vitória eleitoral que certamente alteraria a correlação de forças na América Latina a favor das forças conservadoras. Este retrocesso foi evitado, antes de tudo, devido à mobilização do povo que saiu às ruas para garantir a reeleição da presidenta Dilma.
Neste sentido a presidenta Dilma foi reeleita portadora de um grande capital político. Trata-se da energia mobilizadora da militância e do ânimo e expectativa de diversos movimentos sociais de que seria aplicado um programa de governo capaz de aprofundar as conquistas. Entretanto os sinais provenientes no processo de composição da equipe ministerial não são bons. Os estrategistas do Planalto estão jogando esse capital político na lata do lixo. Estão fazendo concessões no campo onde residiu a principal derrota programática das forças neoliberais, justamente na economia.
O erro reside em tentar reconstruir o arranjo político que o presidente Lula arquitetou no seu primeiro mandato quando fez concessões ao conservadorismo na economia e ao mesmo tempo viabilizou maioria parlamentar no Congresso Nacional, apesar da tentativa de golpe em 2005, com o chamado processo do “mensalão”. O momento político e econômico é outro. Naquele momento a economia internacional com a demanda chinesa por matérias primas era favorável às exportações das comodities brasileiras. Para 2015, a demanda chinesa por matérias primas segue bem menor e as expectativas de crescimento da economia internacional são baixíssimas.
Além disso, o governo lula potencializou o crédito e o consumo para retomar o crescimento. Nesse momento a crise fiscal deixa pouquíssimas margens para estas duas variáveis. Acrescente-se que as consequências da operação Lava Jato na economia serão, ao que tudo indica, bastante prejudiciais para a retomada dos investimentos produtivos.
Por tudo isso, em 2015, precisaremos construir uma ampla unidade em defesa das reformas estruturais em torno de uma bandeira política com potencial de massas: a Constituinte do Sistema Político. Por fim, não podemos deixar de registrar a importante vitória do povo cubano diante dos primeiros passos para acabar com o desumano bloqueio econômico sobre Cuba. Viva Cuba! Viva a luta dos povos!
O ano de 2014 ficará marcado na história do Brasil. Não somente pelo decepcionante desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo de futebol, mas entes de tudo, no plano da luta política. 2014 consolidou uma tendência surgida após as manifestações de junho de 2013: a crescente polarização da luta política em nosso país. Ou seja, consolidou a contradição entre os anseios do povo brasileiro pelo aprofundamento da cidadania política e social e o atraso das instituições da República enquanto obstáculos ao avanço das conquistas populares.
Nesse cenário, grande parte das forças populares concluíram que lutar por uma profunda e democrática mudança no sistema político é fundamental para recolocar as reformas estruturais na agenda da sociedade brasileira. O caráter conservador do Congresso Nacional inviabiliza que o mesmo leve à frente a tarefa da mudança estrutural do sistema político. Por isso, somente uma constituinte exclusiva e soberana pode de fato contribuir para destravar os obstáculos institucionais que impedem o avanço das reivindicações democráticas e populares.
Assim, do seio desta contradição emergiu uma bandeira política com potencial de massas e boa capacidade de unificar as forças populares: a Constituinte Exclusiva do Sistema Político. Foi justamente esta meta síntese que mobilizou milhares de militantes sociais na construção de um Plebiscito Popular durante o ano de 2014 e que atingiu seu auge entre 1 e 7 de setembro. 7.754.436 milhões de brasileiros de brasileiras participaram desta extraordinária experiência de pedagogia de massas, sendo que, em torno de 95% dos votantes se manifestaram favoráveis a uma Constituinte Exclusiva do Sistema Político
Desde 1989 não tínhamos um processo eleitoral tão polarizado e que deixou os interesses de classes tão demarcados. O imperialismo e as forças neoliberais apoiados nas candidaturas de Marina Silva e Aécio Neves buscavam uma vitória eleitoral que certamente alteraria a correlação de forças na América Latina a favor das forças conservadoras. Este retrocesso foi evitado, antes de tudo, devido à mobilização do povo que saiu às ruas para garantir a reeleição da presidenta Dilma.
Neste sentido a presidenta Dilma foi reeleita portadora de um grande capital político. Trata-se da energia mobilizadora da militância e do ânimo e expectativa de diversos movimentos sociais de que seria aplicado um programa de governo capaz de aprofundar as conquistas. Entretanto os sinais provenientes no processo de composição da equipe ministerial não são bons. Os estrategistas do Planalto estão jogando esse capital político na lata do lixo. Estão fazendo concessões no campo onde residiu a principal derrota programática das forças neoliberais, justamente na economia.
O erro reside em tentar reconstruir o arranjo político que o presidente Lula arquitetou no seu primeiro mandato quando fez concessões ao conservadorismo na economia e ao mesmo tempo viabilizou maioria parlamentar no Congresso Nacional, apesar da tentativa de golpe em 2005, com o chamado processo do “mensalão”. O momento político e econômico é outro. Naquele momento a economia internacional com a demanda chinesa por matérias primas era favorável às exportações das comodities brasileiras. Para 2015, a demanda chinesa por matérias primas segue bem menor e as expectativas de crescimento da economia internacional são baixíssimas.
Além disso, o governo lula potencializou o crédito e o consumo para retomar o crescimento. Nesse momento a crise fiscal deixa pouquíssimas margens para estas duas variáveis. Acrescente-se que as consequências da operação Lava Jato na economia serão, ao que tudo indica, bastante prejudiciais para a retomada dos investimentos produtivos.
Por tudo isso, em 2015, precisaremos construir uma ampla unidade em defesa das reformas estruturais em torno de uma bandeira política com potencial de massas: a Constituinte do Sistema Político. Por fim, não podemos deixar de registrar a importante vitória do povo cubano diante dos primeiros passos para acabar com o desumano bloqueio econômico sobre Cuba. Viva Cuba! Viva a luta dos povos!
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