Por Renato Rovai, em seu blog:
A senadora e ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, anunciou hoje sua saída do PT. Depois de 33 anos, o fim da relação não foi dos mais amigáveis. Marta deixa a legenda fazendo barulho e criando caso. Bem ao estilo Marta, o que não significa que ela não mudou muito nos últimos tempos.
O mandato de Marta como deputada federal foi muito bom. Ela era um pouco o Jean Willys da época, assumia temas polêmicos e com competência conseguia levar vários debates no Congresso.
Como prefeita, Marta tentou um discurso belezura, mas terminou fazendo o melhor governo que a cidade teve para a periferia. E até por isso ainda hoje é querida nos bairros mais pobres de São Paulo.
Na disputa com Kassab, ela já mostrou que sua sede por poder podia passar dos limites. E veio a famosa frase: “é casado, tem filho?”.
Depois, Marta se elege para o Senado, numa disputa difícil e onde evitava o candidato a governador de sua chapa, o atual ministro Aloysio Mercadante.
Antes tinha sido uma discreta ministra do Turismo e depois foi uma medíocre ministra da Cultura. Aliás, no ministério da Cultura, por exemplo, Marta reservava tempo e dinheiro para a indústria da moda e detonava os Pontos de Cultura. Tratava-os como algo ilegal, um esquema. Fez exatamente o inverso da sua gestão na prefeitura, deixou à míngua a cultura de periferia e colocou recursos apenas nos espaços de elite.
Ao fim e ao cabo, na eleição passada, se o seu voto tivesse sido filmado como o do senador José Sarney, talvez hoje ela não pudesse fazer um discurso tão de decepcionada.
Marta tem todo o direito de sair do PT. E o PT também tem o direito de pedir seu mandato de volta. Mas isso não significa que o divórcio precise ser tão ruidoso.
Mas ele está sendo assim barulhento porque Marta quer mostrar que mudou. E não porque ela quer denunciar que o PT deixou de ser o que era.
Marta não sai do PT pela esquerda. Sai com um discurso 15 de março, com uma crítica pouco estrutural e exageradamente blasé. Com um discurso de eu sou brasileira e nunca desisto, odeio a corrupção, mas não discuto sonegação.
E a partir da revista que tanto a esculhambou, sai buscando o diálogo com a elite paulistana que nunca lhe deu votos. E com quem tanto brigou como prefeita, deputada e mulher pública.
Isso não costuma dar certo.
Marta tende a ficar sem os votos daqueles que nunca confiaram nela e ao mesmo tempo pode ficar sem sua história, porque está preferindo recontá-la.
Num momento tão bonito e significativo da sua vida, fazer isso é algo muito arriscado. E só faz sentido se tudo que se viveu de verdade não valeu a pena. Se o PT mudou e ela quer pular fora do barco, nada mais justo. Mas ir por outro lado do rio é outra história.
O mandato de Marta como deputada federal foi muito bom. Ela era um pouco o Jean Willys da época, assumia temas polêmicos e com competência conseguia levar vários debates no Congresso.
Como prefeita, Marta tentou um discurso belezura, mas terminou fazendo o melhor governo que a cidade teve para a periferia. E até por isso ainda hoje é querida nos bairros mais pobres de São Paulo.
Na disputa com Kassab, ela já mostrou que sua sede por poder podia passar dos limites. E veio a famosa frase: “é casado, tem filho?”.
Depois, Marta se elege para o Senado, numa disputa difícil e onde evitava o candidato a governador de sua chapa, o atual ministro Aloysio Mercadante.
Antes tinha sido uma discreta ministra do Turismo e depois foi uma medíocre ministra da Cultura. Aliás, no ministério da Cultura, por exemplo, Marta reservava tempo e dinheiro para a indústria da moda e detonava os Pontos de Cultura. Tratava-os como algo ilegal, um esquema. Fez exatamente o inverso da sua gestão na prefeitura, deixou à míngua a cultura de periferia e colocou recursos apenas nos espaços de elite.
Ao fim e ao cabo, na eleição passada, se o seu voto tivesse sido filmado como o do senador José Sarney, talvez hoje ela não pudesse fazer um discurso tão de decepcionada.
Marta tem todo o direito de sair do PT. E o PT também tem o direito de pedir seu mandato de volta. Mas isso não significa que o divórcio precise ser tão ruidoso.
Mas ele está sendo assim barulhento porque Marta quer mostrar que mudou. E não porque ela quer denunciar que o PT deixou de ser o que era.
Marta não sai do PT pela esquerda. Sai com um discurso 15 de março, com uma crítica pouco estrutural e exageradamente blasé. Com um discurso de eu sou brasileira e nunca desisto, odeio a corrupção, mas não discuto sonegação.
E a partir da revista que tanto a esculhambou, sai buscando o diálogo com a elite paulistana que nunca lhe deu votos. E com quem tanto brigou como prefeita, deputada e mulher pública.
Isso não costuma dar certo.
Marta tende a ficar sem os votos daqueles que nunca confiaram nela e ao mesmo tempo pode ficar sem sua história, porque está preferindo recontá-la.
Num momento tão bonito e significativo da sua vida, fazer isso é algo muito arriscado. E só faz sentido se tudo que se viveu de verdade não valeu a pena. Se o PT mudou e ela quer pular fora do barco, nada mais justo. Mas ir por outro lado do rio é outra história.
2 comentários:
Esqueceram do relaxa e goza.
Marta está fazendo o jogo, querendo enganar a elite que se votar nela ela vai fazer o mesmo governo.
Irretocável Renato, perfeito. O ego da Marta sempre foi maior que o combinado, são os cacoetes de elite que ela nunca perdeu.
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