Por Maria Izabel Azevedo Noronha, no blog Viomundo:
Qual poderia ser a intenção do jornal O Estado de S. Paulo ao publicar nesta quinta-feira, 18/06, um editorial tão mentiroso e violento contra a nossa categoria?
Por que este jornal em franca decadência tenta espezinhar uma categoria que já vem sendo desrespeitada, violentada e desvalorizada por um governador que se vangloria de não receber a Apeoesp, de não dialogar e de só fazer o que deseja, como se fosse o senhor absoluto a educação pública estadual?
O Estadão está tão decadente que não para de suplicar por novos assinantes em propagandas na Rede Globo e outras emissoras de TV.
Nós vamos fazer a contrapropaganda, incentivando as pessoas a cancelar suas assinaturas, porque o jornal não cumpre o papel que se espera de uma imprensa democrática. Não vamos compactuar com mentiras e manipulações. O fascismo desta vez não vai vencer.
Os professores estaduais de São Paulo vêm sendo tratados com ódio e crueldade pelo Governo Estadual e pelos setores da mídia que o apoiam, como o Estadão.
A violência, a truculência e a crueldade não ocorrem apenas quando a tropa de choque avança sobre professores e professoras, como já vivemos no estado de São Paulo e em outros estados. Elas estão presentes na forma desprezível como somos tratados no nosso cotidiano, quando ousamos levantar a voz contra o descalabro das nossas escolas, contra a negação dos direitos dos nossos alunos, contra a ausência de democracia e de participação até mesmo nos assuntos que estão afetos diretamente à nossa atividade profissional.
Esta violência aumenta desmesuradamente quando exercemos nosso legítimo direito de greve. A greve, para o trabalhador, é o recurso extremo. É preciso ficar claro que é a intransigência do patrão que leva o trabalhador à greve. Os professores decidiram parar suas atividades porque o Governo do Estado de São Paulo fechou mais de 3.390 classes, realizou uma atribuição de aulas injusta e desorganizada e editou um decreto prevendo reajuste zero para o funcionalismo.
Não vamos deixar de realizar greve sempre que necessário. Em 2010 disseram que não faríamos mais greves, mas fizemos a de 2013 e a de 2015.
A propósito, aconselho os editores do Estadão a entrar em entendimentos com seu chefe, o Governador, para se colocarem de acordo quanto a qual índice de greve utilizar. A opinião pública fica confusa ao se deparar com índices tão díspares quando 4%, 2%, 5% e, agora 9% de paralisação.
Nós sabemos o tamanho da nossa greve: ela começou com 20%, subindo depois para 40%, 60% e chegando a até 80% de paralisação e só refluiu quando o Governo do Estado lançou mão de um expediente sórdido: cortou os salários dos professores, negando-lhes a subsistência. Assim, qualquer um acaba com uma greve.
Se nossa greve não tivesse assumido essas proporções, Governo e Estadão não estariam se incomodando tanto conosco. Por uma decisão consciente dos professores presentes à ultima assembleia, a greve foi suspensa, pois a resistência não poderia colocar em risco a sobrevivência dos que estavam em greve.
A greve foi suspensa, não descartada. Nosso movimento vai continuar e se ampliar em conjunto com estudantes, pais, entidades populares e todos os demais segmentos sociais que queiram participar de uma mobilização social em defesa da escola pública.
Nosso compromisso com a aprendizagem de nossos estudantes é tão sólido que fomos nós, e não a Secretaria Estadual da Educação, que buscamos entendimentos para garantir a reposição das aulas e dos conteúdos que não foram ministrados no período da greve.
O Governo Estadual “não está nem aí” para os estudantes. Durante a greve foram alocados professores eventuais, que foram explorados, ficando alguns responsáveis por grupos de duas ou três turmas. Nessas condições, como ministrar boas aulas? Diversos pais e mães vêm se manifestando nos meios de comunicação, preocupados com o fato de seus filhos chegarem ao final do ano sem nada terem aprendido.
Somos nós, professores, e não o Governador e seu Secretário, muito menos o Estadão, que estamos do lado dessas crianças e jovens, porque conhecemos suas necessidades, seu potencial, seus receios e seus sonhos. São essas crianças e jovens que estão sendo massacrados pela política autoritária e truculenta do Governo Estadual.
A realidade cobrará do Governo e do jornal O Estado de S. Paulo o devido preço pela postura que estão adotando contra a educação pública e contra os professores.
Finalmente uma dica a vocês, do Estadão: governos vão e vêm, mas nós continuaremos. Eu continuarei sendo professora, assim como milhares de outros docentes; milhões de estudantes continuarão nas escolas estaduais; e vamos trabalhar para que seus pais estejam cada vez mais atentos e participantes na educação de seus filhos.
* Maria Izabel Azevedo Noronha é presidenta da Apeoesp.
Qual poderia ser a intenção do jornal O Estado de S. Paulo ao publicar nesta quinta-feira, 18/06, um editorial tão mentiroso e violento contra a nossa categoria?
Por que este jornal em franca decadência tenta espezinhar uma categoria que já vem sendo desrespeitada, violentada e desvalorizada por um governador que se vangloria de não receber a Apeoesp, de não dialogar e de só fazer o que deseja, como se fosse o senhor absoluto a educação pública estadual?
O Estadão está tão decadente que não para de suplicar por novos assinantes em propagandas na Rede Globo e outras emissoras de TV.
Nós vamos fazer a contrapropaganda, incentivando as pessoas a cancelar suas assinaturas, porque o jornal não cumpre o papel que se espera de uma imprensa democrática. Não vamos compactuar com mentiras e manipulações. O fascismo desta vez não vai vencer.
Os professores estaduais de São Paulo vêm sendo tratados com ódio e crueldade pelo Governo Estadual e pelos setores da mídia que o apoiam, como o Estadão.
A violência, a truculência e a crueldade não ocorrem apenas quando a tropa de choque avança sobre professores e professoras, como já vivemos no estado de São Paulo e em outros estados. Elas estão presentes na forma desprezível como somos tratados no nosso cotidiano, quando ousamos levantar a voz contra o descalabro das nossas escolas, contra a negação dos direitos dos nossos alunos, contra a ausência de democracia e de participação até mesmo nos assuntos que estão afetos diretamente à nossa atividade profissional.
Esta violência aumenta desmesuradamente quando exercemos nosso legítimo direito de greve. A greve, para o trabalhador, é o recurso extremo. É preciso ficar claro que é a intransigência do patrão que leva o trabalhador à greve. Os professores decidiram parar suas atividades porque o Governo do Estado de São Paulo fechou mais de 3.390 classes, realizou uma atribuição de aulas injusta e desorganizada e editou um decreto prevendo reajuste zero para o funcionalismo.
Não vamos deixar de realizar greve sempre que necessário. Em 2010 disseram que não faríamos mais greves, mas fizemos a de 2013 e a de 2015.
A propósito, aconselho os editores do Estadão a entrar em entendimentos com seu chefe, o Governador, para se colocarem de acordo quanto a qual índice de greve utilizar. A opinião pública fica confusa ao se deparar com índices tão díspares quando 4%, 2%, 5% e, agora 9% de paralisação.
Nós sabemos o tamanho da nossa greve: ela começou com 20%, subindo depois para 40%, 60% e chegando a até 80% de paralisação e só refluiu quando o Governo do Estado lançou mão de um expediente sórdido: cortou os salários dos professores, negando-lhes a subsistência. Assim, qualquer um acaba com uma greve.
Se nossa greve não tivesse assumido essas proporções, Governo e Estadão não estariam se incomodando tanto conosco. Por uma decisão consciente dos professores presentes à ultima assembleia, a greve foi suspensa, pois a resistência não poderia colocar em risco a sobrevivência dos que estavam em greve.
A greve foi suspensa, não descartada. Nosso movimento vai continuar e se ampliar em conjunto com estudantes, pais, entidades populares e todos os demais segmentos sociais que queiram participar de uma mobilização social em defesa da escola pública.
Nosso compromisso com a aprendizagem de nossos estudantes é tão sólido que fomos nós, e não a Secretaria Estadual da Educação, que buscamos entendimentos para garantir a reposição das aulas e dos conteúdos que não foram ministrados no período da greve.
O Governo Estadual “não está nem aí” para os estudantes. Durante a greve foram alocados professores eventuais, que foram explorados, ficando alguns responsáveis por grupos de duas ou três turmas. Nessas condições, como ministrar boas aulas? Diversos pais e mães vêm se manifestando nos meios de comunicação, preocupados com o fato de seus filhos chegarem ao final do ano sem nada terem aprendido.
Somos nós, professores, e não o Governador e seu Secretário, muito menos o Estadão, que estamos do lado dessas crianças e jovens, porque conhecemos suas necessidades, seu potencial, seus receios e seus sonhos. São essas crianças e jovens que estão sendo massacrados pela política autoritária e truculenta do Governo Estadual.
A realidade cobrará do Governo e do jornal O Estado de S. Paulo o devido preço pela postura que estão adotando contra a educação pública e contra os professores.
Finalmente uma dica a vocês, do Estadão: governos vão e vêm, mas nós continuaremos. Eu continuarei sendo professora, assim como milhares de outros docentes; milhões de estudantes continuarão nas escolas estaduais; e vamos trabalhar para que seus pais estejam cada vez mais atentos e participantes na educação de seus filhos.
* Maria Izabel Azevedo Noronha é presidenta da Apeoesp.
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