Do site da Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul:
"A América Latina foi o laboratório do neoliberalismo no mundo, com base no tripé: desmonte do Estado, desmonte da nação e desmonte do trabalho”. Com esta afirmação, o blogueiro e jornalista Altamiro Borges iniciou suas explanações sobre o tema Conjuntura e Mídia, na 17ª Conferência Estadual. Ao longo de duas horas, o palestrante manteve atentos os participantes do evento e fomentou questionamentos importantes sobre a atual situação econômica e política do País, salientando o papel crucial da mídia tradicional na articulação de golpes contra o atual Governo e a democracia brasileira.
De acordo com Altamiro, houve grande inversão política após os experimentos neoliberais na América Latina, que ocorreu através do voto. Ou seja, a democracia viabilizou a eleição de governos de esquerda, que constituíram a maior vanguarda da luta contra o neoliberalismo no mundo. "Este movimento começou na Venezuela em 1998, quando um militar rebelde foi eleito presidente. Depois foi a vez de um operário e sindicalista ser eleito presidente no Brasil, seguido por um índio na Bolívia, um ex-guerrilheiro na Nicarágua e um jornalista e ex-guerrilheiro, em El Salvador. Agora existe uma tentativa clara de derrubar estes governos e o Brasil se encaixa neste cenário”, analisa.
Segundo o jornalista, tanto os governos Lula quanto Dilma optaram por não politizar a sociedade, evitando o debate sobre a democratização da comunicação e as políticas sociais. Graças a este equívoco estratégico, o nível de despolitização permitiu o crescimento da onda conservadora neo-fascista no País. "Hoje o negro, filho do pedreiro, chega à universidade através de políticas criadas pelo Governo, mas acha que é por meritocracia. Nunca houve debate sobre políticas sociais com a sociedade. Por outro lado, a onda conservadora estava incubada pela mídia e agora essas pessoas começaram a falar e quando falam, fazem isso com ódio de classe”, diz Altamiro.
Ao aprofundar a análise política, o painelista destaca a redução da bancada sindicalista no Congresso em 50%, enquanto houve um crescimento significativo das bancadas compostas por empresários, ruralistas e religiosos fundamentalistas. "Essa foi a primeira eleição com o ficha limpa, mas elegeu a bancada mais suja da história recente brasileira. Temos um lobista presidindo o Congresso. Um homem que rasga a constituição a todo o instante. A mídia conhece toda a ficha enorme dele, mas por que não fala nada?”, questiona Altamiro.
Pressão contra o governo
O jornalista explica que no momento de crise econômica atual o Governo fez um ajuste com medidas de direita. "A pressão do mercado é tão violenta que o Governo precisa ceder para poder sobreviver”. No entanto, Altamiro critica as medidas que causam retrocessos aos trabalhadores como as restrições ao seguro desemprego e outros auxílios. "Se é preciso cobrar, que se cobre imposto sobre o uso de jatos e helicópteros, iates e jet ski”.
O papel sórdido da Mídia
"Eu cito aqui o que Gramsci escreveu na prisão de Mussolini ainda na década de vinte: ‘quando os partidos das classes dominantes entram em crise, a imprensa ocupa o papel de partido do capital'. No Brasil a mídia está nas mãos de sete famílias, que têm interesses políticos e econômicos, além de relações diretas com o capital financeiro, o agronegócio e outros setores da economia. O império da Globo, por exemplo, foi construídas com as benesses da ditadura”, enfatiza.
O jornalista também denuncia os artifícios da mídia para atingir objetivos políticos e econômicos. "A verdadeira manipulação da mídia não é mentir, mas realçar ou omitir”. Ele salienta a ampla exposição midiática dada à Operação Lava Jato, enquanto a Zelotes, que envolve grandes grupos como o RBS, Gerdau, HSBC e outros é simplesmente omitida. "Os partidos de direita se tornaram dispositivos da mídia. Um cara que lê muito a Veja fica intoxicado e repete tudo. Essa mídia gestou a serpente fascista no Brasil e elegeu o Congresso que temos hoje”, afirma Altamiro.
Conforme o painelista, nestes doze anos de governo de esquerda a Globo levou R$ 6,2 bilhões em publicidade. "Isto é muito masoquismo. Precisamos forçar o Governo e Congresso a debater a regulação democrática da mídia. Isso existe no mundo todo. Nos Estados Unidos, por exemplo, tem uma legislação simples, que proíbe a propriedade cruzada. Isto impede a criação de cartéis midiáticos. É fundamental a criação de dispositivos para equilibrar o poder da mídia. Uma das formas que eu sugiro é a coleta de assinaturas pelo Projeto de Lei de Iniciativa Popular criado pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. Precisamos de um milhão e meio de assinaturas para pautar o projeto no Congresso.
A Comunicação sindical
"A América Latina foi o laboratório do neoliberalismo no mundo, com base no tripé: desmonte do Estado, desmonte da nação e desmonte do trabalho”. Com esta afirmação, o blogueiro e jornalista Altamiro Borges iniciou suas explanações sobre o tema Conjuntura e Mídia, na 17ª Conferência Estadual. Ao longo de duas horas, o palestrante manteve atentos os participantes do evento e fomentou questionamentos importantes sobre a atual situação econômica e política do País, salientando o papel crucial da mídia tradicional na articulação de golpes contra o atual Governo e a democracia brasileira.
De acordo com Altamiro, houve grande inversão política após os experimentos neoliberais na América Latina, que ocorreu através do voto. Ou seja, a democracia viabilizou a eleição de governos de esquerda, que constituíram a maior vanguarda da luta contra o neoliberalismo no mundo. "Este movimento começou na Venezuela em 1998, quando um militar rebelde foi eleito presidente. Depois foi a vez de um operário e sindicalista ser eleito presidente no Brasil, seguido por um índio na Bolívia, um ex-guerrilheiro na Nicarágua e um jornalista e ex-guerrilheiro, em El Salvador. Agora existe uma tentativa clara de derrubar estes governos e o Brasil se encaixa neste cenário”, analisa.
Segundo o jornalista, tanto os governos Lula quanto Dilma optaram por não politizar a sociedade, evitando o debate sobre a democratização da comunicação e as políticas sociais. Graças a este equívoco estratégico, o nível de despolitização permitiu o crescimento da onda conservadora neo-fascista no País. "Hoje o negro, filho do pedreiro, chega à universidade através de políticas criadas pelo Governo, mas acha que é por meritocracia. Nunca houve debate sobre políticas sociais com a sociedade. Por outro lado, a onda conservadora estava incubada pela mídia e agora essas pessoas começaram a falar e quando falam, fazem isso com ódio de classe”, diz Altamiro.
Ao aprofundar a análise política, o painelista destaca a redução da bancada sindicalista no Congresso em 50%, enquanto houve um crescimento significativo das bancadas compostas por empresários, ruralistas e religiosos fundamentalistas. "Essa foi a primeira eleição com o ficha limpa, mas elegeu a bancada mais suja da história recente brasileira. Temos um lobista presidindo o Congresso. Um homem que rasga a constituição a todo o instante. A mídia conhece toda a ficha enorme dele, mas por que não fala nada?”, questiona Altamiro.
Pressão contra o governo
O jornalista explica que no momento de crise econômica atual o Governo fez um ajuste com medidas de direita. "A pressão do mercado é tão violenta que o Governo precisa ceder para poder sobreviver”. No entanto, Altamiro critica as medidas que causam retrocessos aos trabalhadores como as restrições ao seguro desemprego e outros auxílios. "Se é preciso cobrar, que se cobre imposto sobre o uso de jatos e helicópteros, iates e jet ski”.
O papel sórdido da Mídia
"Eu cito aqui o que Gramsci escreveu na prisão de Mussolini ainda na década de vinte: ‘quando os partidos das classes dominantes entram em crise, a imprensa ocupa o papel de partido do capital'. No Brasil a mídia está nas mãos de sete famílias, que têm interesses políticos e econômicos, além de relações diretas com o capital financeiro, o agronegócio e outros setores da economia. O império da Globo, por exemplo, foi construídas com as benesses da ditadura”, enfatiza.
O jornalista também denuncia os artifícios da mídia para atingir objetivos políticos e econômicos. "A verdadeira manipulação da mídia não é mentir, mas realçar ou omitir”. Ele salienta a ampla exposição midiática dada à Operação Lava Jato, enquanto a Zelotes, que envolve grandes grupos como o RBS, Gerdau, HSBC e outros é simplesmente omitida. "Os partidos de direita se tornaram dispositivos da mídia. Um cara que lê muito a Veja fica intoxicado e repete tudo. Essa mídia gestou a serpente fascista no Brasil e elegeu o Congresso que temos hoje”, afirma Altamiro.
Conforme o painelista, nestes doze anos de governo de esquerda a Globo levou R$ 6,2 bilhões em publicidade. "Isto é muito masoquismo. Precisamos forçar o Governo e Congresso a debater a regulação democrática da mídia. Isso existe no mundo todo. Nos Estados Unidos, por exemplo, tem uma legislação simples, que proíbe a propriedade cruzada. Isto impede a criação de cartéis midiáticos. É fundamental a criação de dispositivos para equilibrar o poder da mídia. Uma das formas que eu sugiro é a coleta de assinaturas pelo Projeto de Lei de Iniciativa Popular criado pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. Precisamos de um milhão e meio de assinaturas para pautar o projeto no Congresso.
A Comunicação sindical
Altamiro concluiu o painel destacando a importância da qualificação e atualização da comunicação sindical. "Nós precisamos cada vez mais aperfeiçoar a comunicação dos nossos sindicatos. Hoje cada um de nós pode ser produtor de conteúdo. O movimento sindical ainda não sabe usar as ferramentas disponíveis e não compreendeu a importância da batalha da comunicação”, finalizou o jornalista.
2 comentários:
Realmente a esquerda e os movimentos sindicais e sociais não sabem usar as ferramentas para comunicar com o povo,e a onda conservadora tende a crescer,estamos vivendo um momento muito delicado,e falta comunicação ao governo Dilma,é lamentável.
Parabéns Miro, por sua lucidez e análise precisa. O governo precisa sair dessa letargia e agir firmemente parq freiar a marcha golpista. Caso contrário, veremos todas as conquistas sociais implantadas nos últimos anos caírem por terra, e experimentaramenos novamente o horror da opressão, do ódio e do medo, sob a botina dos fascistas.
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