Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Quando vamos voltar a ter um dia normal, sem novos sobressaltos a cada momento, para podermos planejar nossas vidas e cumprir nossos compromissos pessoais e profissionais conforme marcado na agenda? Certamente, não será nesta semana que começa carregada de nuvens negras no horizonte e sob o risco de mais radicalização no cenário político.
Para quem acompanhou a intensa movimentação nas redes sociais nos dias que se seguiram à "condução coercitiva" de Lula pela Polícia Federal na sexta-feira, a previsão é de novos confrontos entre os grupos a favor e contra o ex-presidente.
Já estavam marcadas para o próximo domingo, dia 13, grandes manifestações pró-impeachment organizadas pelos movimentos Vem Pra Rua e Brasil Livre, desta vez com o apoio aberto dos líderes dos partidos de oposição. Agora, grupos pró-Lula estão planejando fazer atos nos mesmos locais e horários, o que é prenúncio de confrontos, evitados nas manifestações anteriores, pois foram marcadas para dias diferentes.
Sem querer ser alarmista, mas há uma confluência de fatos que tornam a cada dia mais dramática e complexa a crise brasileira e mais distante uma solução para sairmos do impasse político. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), por exemplo, que, em dezembro, apoiou ato em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff, agora programou uma série de protestos contra o governo, anunciando que as propostas do ajuste fiscal serão "enfrentadas nas ruas, sem tréguas e com radicalidade".
O vice-presidente Michel Temer que, nos últimos meses, procurou ficar afastado do tiroteio entre governo e oposição, voltou a falar em "reunificação", ao apontar a gravidade do momento que vivemos, durante discurso feito no domingo no interior paulista. "Hoje o que o país mais precisa é de unidade, de reunificação, um instante em que todos têm que se dar as mãos para tirar o país da crise". Reunificação em torno dele e do PMDB, é claro, já que em nenhum momento o vice citou o nome da presidente Dilma.
Após os acontecimentos da semana passada, que colocaram o governo Dilma e o ex-presidente Lula no alvo central da Operação Lava Jato, PMDB e partidos de oposição voltaram a discutir meios de acelerar o processo de impeachment na Câmara, depois de um período de hibernação.
De outro lado, a presidente Dilma procurou se reaproximar de Lula, ao visitá-lo sábado em sua casa de São Bernardo do Campo para lhe prestar solidariedade. Os dois marcaram um novo encontro para esta segunda-feira, em Brasília. Assunto é o que não falta.
Os últimos vazamentos da Lava Jato dão conta de que o próximo objetivo da operação é mover contra o ex-presidente uma ação civil de improbidade administrativa para torná-lo inelegível em 2018, o que é o grande objetivo das oposições. Para isso, os procuradores querem comprovar que empreiteiras denunciadas no Petrolão bancaram obras no sítio de Atibaia quando Lula ainda era presidente.
Desde que saiu do depoimento à Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas e foi para a sede do PT, na sexta-feira, Lula já fez dois discursos inflamados, em que abandonou a defesa jurídica e procurou levar o confronto para o campo político-eleitoral, já se colocando à disposição do partido para ser candidato a presidente em 2018. Lula quer levar a disputa para as ruas, com todos os riscos que isso pode provocar num ambiente de alta combustão.
Para completar, na quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal vai julgar a liminar que suspendeu a nomeação do promotor Wellington Lima para o Ministério da Justiça. O relator do processo, para não variar, é o ministro Gilmar Mendes.
Se o objetivo da "condução coercitiva" de Lula, uma espécie de "pré-prisão", na 24ª operação desencadeada pela Lava Jato, era testar a capacidade de reação do PT e dos movimentos sociais que apoiam o ex-presidente, vamos saber o resultado até o próximo domingo.
Para responder à pergunta que fiz na abertura desta matéria, só tenho a dizer: tudo indica que tão cedo não voltaremos a ter um dia normal. E faço outra pergunta: o caro leitor se lembra quando foi e como viveu seu último dia normal nesta guerra política sem fim, que se arrasta desde a campanha presidencial?
E vamos que vamos.
Quando vamos voltar a ter um dia normal, sem novos sobressaltos a cada momento, para podermos planejar nossas vidas e cumprir nossos compromissos pessoais e profissionais conforme marcado na agenda? Certamente, não será nesta semana que começa carregada de nuvens negras no horizonte e sob o risco de mais radicalização no cenário político.
Para quem acompanhou a intensa movimentação nas redes sociais nos dias que se seguiram à "condução coercitiva" de Lula pela Polícia Federal na sexta-feira, a previsão é de novos confrontos entre os grupos a favor e contra o ex-presidente.
Já estavam marcadas para o próximo domingo, dia 13, grandes manifestações pró-impeachment organizadas pelos movimentos Vem Pra Rua e Brasil Livre, desta vez com o apoio aberto dos líderes dos partidos de oposição. Agora, grupos pró-Lula estão planejando fazer atos nos mesmos locais e horários, o que é prenúncio de confrontos, evitados nas manifestações anteriores, pois foram marcadas para dias diferentes.
Sem querer ser alarmista, mas há uma confluência de fatos que tornam a cada dia mais dramática e complexa a crise brasileira e mais distante uma solução para sairmos do impasse político. O MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), por exemplo, que, em dezembro, apoiou ato em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff, agora programou uma série de protestos contra o governo, anunciando que as propostas do ajuste fiscal serão "enfrentadas nas ruas, sem tréguas e com radicalidade".
O vice-presidente Michel Temer que, nos últimos meses, procurou ficar afastado do tiroteio entre governo e oposição, voltou a falar em "reunificação", ao apontar a gravidade do momento que vivemos, durante discurso feito no domingo no interior paulista. "Hoje o que o país mais precisa é de unidade, de reunificação, um instante em que todos têm que se dar as mãos para tirar o país da crise". Reunificação em torno dele e do PMDB, é claro, já que em nenhum momento o vice citou o nome da presidente Dilma.
Após os acontecimentos da semana passada, que colocaram o governo Dilma e o ex-presidente Lula no alvo central da Operação Lava Jato, PMDB e partidos de oposição voltaram a discutir meios de acelerar o processo de impeachment na Câmara, depois de um período de hibernação.
De outro lado, a presidente Dilma procurou se reaproximar de Lula, ao visitá-lo sábado em sua casa de São Bernardo do Campo para lhe prestar solidariedade. Os dois marcaram um novo encontro para esta segunda-feira, em Brasília. Assunto é o que não falta.
Os últimos vazamentos da Lava Jato dão conta de que o próximo objetivo da operação é mover contra o ex-presidente uma ação civil de improbidade administrativa para torná-lo inelegível em 2018, o que é o grande objetivo das oposições. Para isso, os procuradores querem comprovar que empreiteiras denunciadas no Petrolão bancaram obras no sítio de Atibaia quando Lula ainda era presidente.
Desde que saiu do depoimento à Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas e foi para a sede do PT, na sexta-feira, Lula já fez dois discursos inflamados, em que abandonou a defesa jurídica e procurou levar o confronto para o campo político-eleitoral, já se colocando à disposição do partido para ser candidato a presidente em 2018. Lula quer levar a disputa para as ruas, com todos os riscos que isso pode provocar num ambiente de alta combustão.
Para completar, na quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal vai julgar a liminar que suspendeu a nomeação do promotor Wellington Lima para o Ministério da Justiça. O relator do processo, para não variar, é o ministro Gilmar Mendes.
Se o objetivo da "condução coercitiva" de Lula, uma espécie de "pré-prisão", na 24ª operação desencadeada pela Lava Jato, era testar a capacidade de reação do PT e dos movimentos sociais que apoiam o ex-presidente, vamos saber o resultado até o próximo domingo.
Para responder à pergunta que fiz na abertura desta matéria, só tenho a dizer: tudo indica que tão cedo não voltaremos a ter um dia normal. E faço outra pergunta: o caro leitor se lembra quando foi e como viveu seu último dia normal nesta guerra política sem fim, que se arrasta desde a campanha presidencial?
E vamos que vamos.
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