Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
A Ilustrada da Folha publica hoje uma boa matéria sobre como se espalham, em espetáculos artísticos aqui e e lá fora, as manifestações de repúdio ao governo que se instalou no Brasil.
É o que se tem dito: onde junta gente, é “Fora, Temer”.
E é impressionante que, embora em qualquer circunstância fosse haver oposição à ruptura da ordem democrática, a direita brasileira conseguiu, em menos de um mês, criar quase um clima de “1968” contra si na área cultural.
A atitude pueril de começar o Governo extinguindo o Ministério da Cultura foi destas ideias de jerico, para atender ao discurso midiático-coxinha de diminuir o Estado logo onde ele é mais diminuto e para revelar aquilo que a dama Fernanda Montenegro resumiu com perfeição, ao dizer que essa era a visão de quem acha que Cultura é ” bobagem, frescura ou coisa de veados”.
“O presidente interino vai pagar um preço alto pela pouca visão”, disse ela, apenas uma semana depois da derrubada de Dilma.
Pagou, está pagando e vai pagar.
E não por ser “de direita” ou “conservador”, mas por ser limitado, incapaz de se sintonizar com qualquer coisa que não seja o mundo dos conchavos e do “me dá uma emenda aí” de política convencional dos medíocres senhores de Brasília.
Os americanos, no pós-guerra, despejaram milhões ou bilhões no cinema e nas artes – mesmo com o famoso Comitê de Atividades Antiamericanas de J. Edgar Hoover e Joseph McCarthy perseguisse diretores e atores suspeitos de “comunismo.
Sabiam que, por sua indústria cultural, espalhavam pelo mundo o império americano onde não podiam fazer com seus marines.
Nossos “capitães da direita” na mídia, Assis Chateaubriand e Roberto Marinho, sempre compreenderam (e lucraram) colocando debaixo de suas asas boa parte do melhor das artes brasileiras.
Mas Temer, na sua mediocridade afetada, não foi capaz de alcançar isso.
Tentou remendar-se, colocando no refeito Ministério um rapaz que, de méritos, tem apenas a aparência bem-cuidada e, em matéria de defeitos, sugere ter a mesma mesquinharia do chefe, ao ponto de ter levado uma elegante bofetada por escrito da atriz Sonia Braga.
Louve-se, porém, a capacidade de Temer. Em matéria de oposição militante dos intelectuais e artistas, está conseguindo, em menos de um mês, um milagre: uniu todos, ou quase todos, contra ele.
A Ilustrada da Folha publica hoje uma boa matéria sobre como se espalham, em espetáculos artísticos aqui e e lá fora, as manifestações de repúdio ao governo que se instalou no Brasil.
É o que se tem dito: onde junta gente, é “Fora, Temer”.
E é impressionante que, embora em qualquer circunstância fosse haver oposição à ruptura da ordem democrática, a direita brasileira conseguiu, em menos de um mês, criar quase um clima de “1968” contra si na área cultural.
A atitude pueril de começar o Governo extinguindo o Ministério da Cultura foi destas ideias de jerico, para atender ao discurso midiático-coxinha de diminuir o Estado logo onde ele é mais diminuto e para revelar aquilo que a dama Fernanda Montenegro resumiu com perfeição, ao dizer que essa era a visão de quem acha que Cultura é ” bobagem, frescura ou coisa de veados”.
“O presidente interino vai pagar um preço alto pela pouca visão”, disse ela, apenas uma semana depois da derrubada de Dilma.
Pagou, está pagando e vai pagar.
E não por ser “de direita” ou “conservador”, mas por ser limitado, incapaz de se sintonizar com qualquer coisa que não seja o mundo dos conchavos e do “me dá uma emenda aí” de política convencional dos medíocres senhores de Brasília.
Os americanos, no pós-guerra, despejaram milhões ou bilhões no cinema e nas artes – mesmo com o famoso Comitê de Atividades Antiamericanas de J. Edgar Hoover e Joseph McCarthy perseguisse diretores e atores suspeitos de “comunismo.
Sabiam que, por sua indústria cultural, espalhavam pelo mundo o império americano onde não podiam fazer com seus marines.
Nossos “capitães da direita” na mídia, Assis Chateaubriand e Roberto Marinho, sempre compreenderam (e lucraram) colocando debaixo de suas asas boa parte do melhor das artes brasileiras.
Mas Temer, na sua mediocridade afetada, não foi capaz de alcançar isso.
Tentou remendar-se, colocando no refeito Ministério um rapaz que, de méritos, tem apenas a aparência bem-cuidada e, em matéria de defeitos, sugere ter a mesma mesquinharia do chefe, ao ponto de ter levado uma elegante bofetada por escrito da atriz Sonia Braga.
Louve-se, porém, a capacidade de Temer. Em matéria de oposição militante dos intelectuais e artistas, está conseguindo, em menos de um mês, um milagre: uniu todos, ou quase todos, contra ele.
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