Por Bepe Damasco, em seu blog:
Matéria de capa da revista CartaCapital desta semana mostra "la dolce vita" levada pelos criminosos que deduraram gente ligada ao PT e ao governo na Lava Jato, pois, decididamente, o juiz de 1ª instância Sérgio Moro e a força-tarefa da República de Curitiba não se interessam quando o dedo acusador dos corruptos mira tucanos de alta plumagem.
Um delator chegou a ouvir ao citar Aécio a resposta cortante :"isso interessa, mas não agora." E quem ousou inocentar o presidente Lula da acusação ridícula sobre as obras no apartamento do Guarujá e o sítio em Atibaia se deu deu mal. É o caso de Léo Pinheiro, executivo da empreiteira OAS, que teve a delação premiada anulada e não escapou da volta para a cadeia.
Grande parte do conteúdo da deduragem de corruptos confessos como Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Sérgio Machado, Ricardo Pessoa e Pedro Barusco sequer restou comprovada pelos investigadores. Isso não impede esses senhores de levar vida nababesca em casas e condomínios de luxo, principalmente na Barra da Tijuca, Petrópolis, Angra dos Reis, e de frente para uma praia paradisíaca, no Ceará, como mostra a reportagem.
A única exigência de Moro é que usem tornozeleira eletrônica, incomodo que esses sessentões devem tirar de letra, afinal, embora tenham devolvido alguns milhões por conta do acordo judicial, certamente ainda lhes sobrou o suficiente para manter "o boi na sombra." Não pode haver exemplo mais acabado de como o crime pode compensar no Brasil.
Desde menino sempre tive ojeriza a dedo-duro. Seja em casa, quando eu e meus quatro irmãos nos protegíamos uns aos outros da punição para as nossas travessuras através do pacto "vamos negar até a morte", ou nas turmas de rua que condenavam ao isolamento quem dedurasse alguém, não denunciar os outros sempre foi visto como questão de princípios e revelador de caráter.
Por isso, estou de pleno acordo com a avaliação severa feita pela presidenta Dilma em relação à figura do dedo-duro : "Não respeito delator." Palavra de quem enfrentou bárbaras torturas por parte de verdugos em busca de delação. Nos tempos de trevas em que vivemos no Brasil, a deduragem está banalizada, protegida pelo eufemismo "contribuição com a justiça." Alguns dirão, "ora, mas a delação está prevista em lei". Sem nem entrar no mérito de como as delações na Lava Jato são arrancadas, eu respondo : "e daí, nem tudo que é legal é moral."
O fato é que Lava Jato criou um fórmula imbatível a ser seguida de agora em diante pelos corruptos : depois de roubar à vontade, para garantir o desfrute de tudo que foi amealhado de maneira criminosa, basta um acordo de delação premiada com a justiça. Desde, é claro, que o dedo seja apontado na direção correta.
Matéria de capa da revista CartaCapital desta semana mostra "la dolce vita" levada pelos criminosos que deduraram gente ligada ao PT e ao governo na Lava Jato, pois, decididamente, o juiz de 1ª instância Sérgio Moro e a força-tarefa da República de Curitiba não se interessam quando o dedo acusador dos corruptos mira tucanos de alta plumagem.
Um delator chegou a ouvir ao citar Aécio a resposta cortante :"isso interessa, mas não agora." E quem ousou inocentar o presidente Lula da acusação ridícula sobre as obras no apartamento do Guarujá e o sítio em Atibaia se deu deu mal. É o caso de Léo Pinheiro, executivo da empreiteira OAS, que teve a delação premiada anulada e não escapou da volta para a cadeia.
Grande parte do conteúdo da deduragem de corruptos confessos como Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Sérgio Machado, Ricardo Pessoa e Pedro Barusco sequer restou comprovada pelos investigadores. Isso não impede esses senhores de levar vida nababesca em casas e condomínios de luxo, principalmente na Barra da Tijuca, Petrópolis, Angra dos Reis, e de frente para uma praia paradisíaca, no Ceará, como mostra a reportagem.
A única exigência de Moro é que usem tornozeleira eletrônica, incomodo que esses sessentões devem tirar de letra, afinal, embora tenham devolvido alguns milhões por conta do acordo judicial, certamente ainda lhes sobrou o suficiente para manter "o boi na sombra." Não pode haver exemplo mais acabado de como o crime pode compensar no Brasil.
Desde menino sempre tive ojeriza a dedo-duro. Seja em casa, quando eu e meus quatro irmãos nos protegíamos uns aos outros da punição para as nossas travessuras através do pacto "vamos negar até a morte", ou nas turmas de rua que condenavam ao isolamento quem dedurasse alguém, não denunciar os outros sempre foi visto como questão de princípios e revelador de caráter.
Por isso, estou de pleno acordo com a avaliação severa feita pela presidenta Dilma em relação à figura do dedo-duro : "Não respeito delator." Palavra de quem enfrentou bárbaras torturas por parte de verdugos em busca de delação. Nos tempos de trevas em que vivemos no Brasil, a deduragem está banalizada, protegida pelo eufemismo "contribuição com a justiça." Alguns dirão, "ora, mas a delação está prevista em lei". Sem nem entrar no mérito de como as delações na Lava Jato são arrancadas, eu respondo : "e daí, nem tudo que é legal é moral."
O fato é que Lava Jato criou um fórmula imbatível a ser seguida de agora em diante pelos corruptos : depois de roubar à vontade, para garantir o desfrute de tudo que foi amealhado de maneira criminosa, basta um acordo de delação premiada com a justiça. Desde, é claro, que o dedo seja apontado na direção correta.
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