Por Marcos Sacramento, no blog Diário do Centro do Mundo:
O “dirigente” do MBL e agora vereador Fernando Holiday (DEM) tem aliados poderosos na sua cruzada contra as medidas de inclusão racial.
Para saber quem são, basta ver como a imprensa tradicional repercute os planos do edil de revogar o Dia da Consciência Negra e acabar com as cotas nos concursos públicos municipais.
Holiday afirma que o Dia da Consciência Negra é “segregacionista” e por isso “as pessoas devem ter consciência humana, independentemente da cor da pele”. No entanto, em momento algum é chamado a explicar por que a data promove o racismo em vez de combatê-lo.
Também não é questionado a respeito da sua afirmação de que as cotas raciais “reforçam o racismo ao invés de ajudar os negros”. Assim, Holiday tem um terreno livre para pregar seus ideais fundamentados apenas no achismo, sem qualquer base teórica mais sólida que os sustente.
Números não faltam para colocar Holiday contra a parede.
Entre os anos de 2013 e 2015, 150 mil estudantes negros entraram no ensino superior graças ao sistema de cotas.
Ainda assim os negros são minoria entre os jovens que frequentam a universidade. Em 2015 12,8% dos negros com idades entre 18 e 24 anos estavam no curso superior, menos da metade do percentual de brancos da mesma faixa etária, de 26,5%.
Jovens negros são as maiores vítimas de homicídios e os trabalhadores negros recebem, em média, 59,2% do rendimento dos brancos. Ignorar essas discrepâncias entre brancos e negros, como Holiday insiste em fazer, ou é sinal de má fé ou de falta de conhecimento histórico.
O bom jornalismo tem o papel de jogar luz sobre a postura do vereador e instigá-lo a apresentar alternativas à inclusão dos negros. Em vez disso, os veículos Istoé, Jornal do Brasil, Estadão e Época optaram por reproduzir a entrevista chapa branca de Holiday à TV Câmara.
Ao divulgar as ideias polêmicas do rapaz sem levantar um único contraponto, esses veículos acabam por fazer um trabalho de relações públicas para o vereador que arrebanhou 48 mil votos à base de histrionismo e discursos vazios.
Contribuem, também, para a manutenção do mito da meritocracia e da falácia criada por Morgan Freeman de que a solução para acabar com o racismo é deixar de falar do problema.
A ausência de críticas ao pensamento de Holiday pode ser apenas resultado do mau jornalismo, mais preocupado com manchetes imediatas que em promover esclarecimentos e reflexões.
Mas pode também ser o sinal de um casamento de conveniência, onde um lado ganha visibilidade e o outro segue firme na sua missão de manter o status quo.
Para saber quem são, basta ver como a imprensa tradicional repercute os planos do edil de revogar o Dia da Consciência Negra e acabar com as cotas nos concursos públicos municipais.
Holiday afirma que o Dia da Consciência Negra é “segregacionista” e por isso “as pessoas devem ter consciência humana, independentemente da cor da pele”. No entanto, em momento algum é chamado a explicar por que a data promove o racismo em vez de combatê-lo.
Também não é questionado a respeito da sua afirmação de que as cotas raciais “reforçam o racismo ao invés de ajudar os negros”. Assim, Holiday tem um terreno livre para pregar seus ideais fundamentados apenas no achismo, sem qualquer base teórica mais sólida que os sustente.
Números não faltam para colocar Holiday contra a parede.
Entre os anos de 2013 e 2015, 150 mil estudantes negros entraram no ensino superior graças ao sistema de cotas.
Ainda assim os negros são minoria entre os jovens que frequentam a universidade. Em 2015 12,8% dos negros com idades entre 18 e 24 anos estavam no curso superior, menos da metade do percentual de brancos da mesma faixa etária, de 26,5%.
Jovens negros são as maiores vítimas de homicídios e os trabalhadores negros recebem, em média, 59,2% do rendimento dos brancos. Ignorar essas discrepâncias entre brancos e negros, como Holiday insiste em fazer, ou é sinal de má fé ou de falta de conhecimento histórico.
O bom jornalismo tem o papel de jogar luz sobre a postura do vereador e instigá-lo a apresentar alternativas à inclusão dos negros. Em vez disso, os veículos Istoé, Jornal do Brasil, Estadão e Época optaram por reproduzir a entrevista chapa branca de Holiday à TV Câmara.
Ao divulgar as ideias polêmicas do rapaz sem levantar um único contraponto, esses veículos acabam por fazer um trabalho de relações públicas para o vereador que arrebanhou 48 mil votos à base de histrionismo e discursos vazios.
Contribuem, também, para a manutenção do mito da meritocracia e da falácia criada por Morgan Freeman de que a solução para acabar com o racismo é deixar de falar do problema.
A ausência de críticas ao pensamento de Holiday pode ser apenas resultado do mau jornalismo, mais preocupado com manchetes imediatas que em promover esclarecimentos e reflexões.
Mas pode também ser o sinal de um casamento de conveniência, onde um lado ganha visibilidade e o outro segue firme na sua missão de manter o status quo.
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