Por Emilio Rodriguez e Francisco Vagner, no site Jornalistas Livres:
Muitos são-roquenses ficaram indignados e preocupados com a notícia sobre a falta de ética do médico neurocirurgião Richam Faissal El Hossain Ellakkis. Este, que atua na cidade, fez um comentário sobre o estado de saúde de dona Marisa Letícia Lula da Silva (1950-2017) que horroriza qualquer pessoa. “Esses fdp vão embolizar ainda por cima”, escreveu em um grupo de WhatsApp, em referência ao procedimento que provoca o fechamento de um vaso sanguíneo para diminuir o fluxo de sangue em determinado local. “Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela”, arremata o neurocirurgião.
Ellakkis, que prestava serviços no hospital da Unimed São Roque, no interior de São Paulo, e em outras unidades de saúde da capital paulista, teve, corretamente, o seu contrato rescindido por essa instituição. O hospital Sírio Libanês, local no qual dona Marisa encontrava-se internada, também exonerou a médica Gabriela Araújo Munhoz, responsável por difundir detalhes de exames da paciente e emitir palavras torpes pelas redes sociais.
Esqueçam por um segundo que a vítima desses comentários assustadores foi dona Marisa, companheira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por 43 anos, e façam as seguintes perguntas: Como um profissional que deveria defender a vida pode desejar a morte de alguém? Como um médico pôde expressar tal pensamento em uma rede social?
A atitude desses profissionais é inaceitável. No entanto, para ser melhor compreendida faz-se necessário estendermos nosso olhar. Desde 2014 o país atravessa um momento de radicalismo singular. Por conseguinte, ninguém ouve ninguém e os adversários políticos foram transformados em inimigos mortais. Rótulos como petralha, coxinha, mortadela, feminazi, esquerdopata, fascista, etc. se sobressaem diante da razão e diálogo. O ódio tornou-se combustível gerando ações baseadas no preconceito, discriminação e segregação. Ao outro é retirado o direito de ser humano, e com ele princípios fundamentais como a compaixão.
Essa cultura do ódio origina cenas lamentáveis e, infelizmente, frequentes. Hostilização ao ex-ministro da fazenda Guido Mantega quando este acompanhava sua esposa no hospital Albert Einstein, discriminação racial contra a atriz Taís Araújo e a jornalista Maria Júlia, desrespeito às opções políticas de nordestinos, machismos, LGBTfobia, etc. Essas desastrosas ações transmitem, entre outras coisas, a mensagem de que os princípios de humanidade, profissionalismo, cientificismo, racionalismo foram deixados de lado, especialmente perante o diferente. Estamos à beira da barbárie!
Ressalta-se que não se trata de defender necessariamente dona Marisa, mas advogar as conquistas históricas de respeito e compreensão ao ser humano, especialmente em casos de doenças e morte. Além disso, as falas dos médicos desrespeitaram o juramento de Hipócrates: “Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém”.
Em 2015, a pacata São Roque assistiu a outro caso de repercussão nacional envolvendo profissionais da saúde, “os falsos médicos”. Agora registra-se a desumanidade e falta de ética de outro médico que atua no município. Contudo, a divulgação do fato na imprensa, a reação de indignação nas redes sociais e a imediata rescisão de contrato de prestador de serviço desses médicos revelam uma gota de esperança em um oceano de incerteza em que se encontra o Brasil.
Muitos são-roquenses ficaram indignados e preocupados com a notícia sobre a falta de ética do médico neurocirurgião Richam Faissal El Hossain Ellakkis. Este, que atua na cidade, fez um comentário sobre o estado de saúde de dona Marisa Letícia Lula da Silva (1950-2017) que horroriza qualquer pessoa. “Esses fdp vão embolizar ainda por cima”, escreveu em um grupo de WhatsApp, em referência ao procedimento que provoca o fechamento de um vaso sanguíneo para diminuir o fluxo de sangue em determinado local. “Tem que romper no procedimento. Daí já abre pupila. E o capeta abraça ela”, arremata o neurocirurgião.
Ellakkis, que prestava serviços no hospital da Unimed São Roque, no interior de São Paulo, e em outras unidades de saúde da capital paulista, teve, corretamente, o seu contrato rescindido por essa instituição. O hospital Sírio Libanês, local no qual dona Marisa encontrava-se internada, também exonerou a médica Gabriela Araújo Munhoz, responsável por difundir detalhes de exames da paciente e emitir palavras torpes pelas redes sociais.
Esqueçam por um segundo que a vítima desses comentários assustadores foi dona Marisa, companheira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por 43 anos, e façam as seguintes perguntas: Como um profissional que deveria defender a vida pode desejar a morte de alguém? Como um médico pôde expressar tal pensamento em uma rede social?
A atitude desses profissionais é inaceitável. No entanto, para ser melhor compreendida faz-se necessário estendermos nosso olhar. Desde 2014 o país atravessa um momento de radicalismo singular. Por conseguinte, ninguém ouve ninguém e os adversários políticos foram transformados em inimigos mortais. Rótulos como petralha, coxinha, mortadela, feminazi, esquerdopata, fascista, etc. se sobressaem diante da razão e diálogo. O ódio tornou-se combustível gerando ações baseadas no preconceito, discriminação e segregação. Ao outro é retirado o direito de ser humano, e com ele princípios fundamentais como a compaixão.
Essa cultura do ódio origina cenas lamentáveis e, infelizmente, frequentes. Hostilização ao ex-ministro da fazenda Guido Mantega quando este acompanhava sua esposa no hospital Albert Einstein, discriminação racial contra a atriz Taís Araújo e a jornalista Maria Júlia, desrespeito às opções políticas de nordestinos, machismos, LGBTfobia, etc. Essas desastrosas ações transmitem, entre outras coisas, a mensagem de que os princípios de humanidade, profissionalismo, cientificismo, racionalismo foram deixados de lado, especialmente perante o diferente. Estamos à beira da barbárie!
Ressalta-se que não se trata de defender necessariamente dona Marisa, mas advogar as conquistas históricas de respeito e compreensão ao ser humano, especialmente em casos de doenças e morte. Além disso, as falas dos médicos desrespeitaram o juramento de Hipócrates: “Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém”.
Em 2015, a pacata São Roque assistiu a outro caso de repercussão nacional envolvendo profissionais da saúde, “os falsos médicos”. Agora registra-se a desumanidade e falta de ética de outro médico que atua no município. Contudo, a divulgação do fato na imprensa, a reação de indignação nas redes sociais e a imediata rescisão de contrato de prestador de serviço desses médicos revelam uma gota de esperança em um oceano de incerteza em que se encontra o Brasil.
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