Por Jaime Sautchuk, no site Vermelho:
O jornal Folha de S.Paulo, apontado como o maior do País, está realizando nova reforma editorial e divulgou no final de março um projeto destinado a informar seu público sobre sua proposta. Não tem grandes novidades, mas propõe um jornalismo bem diferente daquele que pratica.
Este é um dos principais veículos do que costumamos chamar de “grande mídia impressa brasileira”, que apoiou o golpe de estado que foi o impeachment da presidente Dilma Rousseff, democraticamente eleita. Participou, portanto, de um dos momentos mais vergonhosos da história da imprensa tupiniquim.
A Folha circula em papel, mas usa também a plataforma virtual, acessada só por assinantes. Segundo o IVC (Instituto Verificador de Circulação), em fevereiro deste ano teve uma tiragem média diária de 341,5 mil exemplares, dos quais 117,7 mil via Internet. O segundo colocado foi OGlobo, com 311,5 mil exemplares, 93,2 mil dos quais na versão virtual.
As mudanças que o jornal pretende fazer agora são também no seu design gráfico, como tipologia e disposição de matérias e ilustrações, mas se atém mais ao conteúdo. O projeto foi apresentado aos leitores num formato longo, um catatau só lido por interessados no tema, mas disponibilizou também uma lista de 12 itens que considera mais importantes, de fácil leitura.
Abriu de igual modo uma espécie de debate sobre o projeto, divulgando artigos e opiniões de pessoas convidadas. Há, nesse material, opiniões diversas, embora todas convergentes, visivelmente favoráveis a um veículo de comunicação que seja porta-voz das elites que estabeleceram o atual regime político e econômico que vem sendo imposto aos brasileiros.
Isto, embora diga em sua proposta que o jornal deve “manter atitude apartidária, desatrelada de governos, oposições, doutrinas, conglomerados econômicos e grupos de pressão”. Entra, contudo, em contradição em vários momentos, em especial quando fala do “vigor financeiro da empresa”.
Mas, já no primeiro ponto eu aborda, o projeto assegura que o jornal deve “confirmar a veracidade de toda notícia antes de publicá-la”, coisa que sabidamente não faz. O que seus editores perguntam, em verdade, é se os fatos são contra ou favor suas posições políticas e ideológicas.
O projeto afirma, ainda, que a Folha irá “obrigar-se a ponderar os argumentos da parte acusada e, publicando uma acusação, garantir espaço ao contraditório”. E assegura que publicará “com visibilidade compatível pontos de vista diversos implicados em toda questão controvertida ou inconclusa”.
Só se for daqui pra frente, pois esta não é a pratica que temos visto neste jornal há anos e anos a fio. Especialmente após o início da tal Operação Lava Jato e do processo de impeachment de uma chefe de estado contra quem nunca se conseguiu provar um detalhe que fosse das mentiras publicadas. Sempre sem desmentidos.
Enfim, apesar de um novo projeto editorial, a Folha de S.Paulo continuará a mesma. Vale a pena continuar lendo pra quem, como eu, a tem como a principal porta-voz das elites paulistas.
O jornal Folha de S.Paulo, apontado como o maior do País, está realizando nova reforma editorial e divulgou no final de março um projeto destinado a informar seu público sobre sua proposta. Não tem grandes novidades, mas propõe um jornalismo bem diferente daquele que pratica.
Este é um dos principais veículos do que costumamos chamar de “grande mídia impressa brasileira”, que apoiou o golpe de estado que foi o impeachment da presidente Dilma Rousseff, democraticamente eleita. Participou, portanto, de um dos momentos mais vergonhosos da história da imprensa tupiniquim.
A Folha circula em papel, mas usa também a plataforma virtual, acessada só por assinantes. Segundo o IVC (Instituto Verificador de Circulação), em fevereiro deste ano teve uma tiragem média diária de 341,5 mil exemplares, dos quais 117,7 mil via Internet. O segundo colocado foi OGlobo, com 311,5 mil exemplares, 93,2 mil dos quais na versão virtual.
As mudanças que o jornal pretende fazer agora são também no seu design gráfico, como tipologia e disposição de matérias e ilustrações, mas se atém mais ao conteúdo. O projeto foi apresentado aos leitores num formato longo, um catatau só lido por interessados no tema, mas disponibilizou também uma lista de 12 itens que considera mais importantes, de fácil leitura.
Abriu de igual modo uma espécie de debate sobre o projeto, divulgando artigos e opiniões de pessoas convidadas. Há, nesse material, opiniões diversas, embora todas convergentes, visivelmente favoráveis a um veículo de comunicação que seja porta-voz das elites que estabeleceram o atual regime político e econômico que vem sendo imposto aos brasileiros.
Isto, embora diga em sua proposta que o jornal deve “manter atitude apartidária, desatrelada de governos, oposições, doutrinas, conglomerados econômicos e grupos de pressão”. Entra, contudo, em contradição em vários momentos, em especial quando fala do “vigor financeiro da empresa”.
Mas, já no primeiro ponto eu aborda, o projeto assegura que o jornal deve “confirmar a veracidade de toda notícia antes de publicá-la”, coisa que sabidamente não faz. O que seus editores perguntam, em verdade, é se os fatos são contra ou favor suas posições políticas e ideológicas.
O projeto afirma, ainda, que a Folha irá “obrigar-se a ponderar os argumentos da parte acusada e, publicando uma acusação, garantir espaço ao contraditório”. E assegura que publicará “com visibilidade compatível pontos de vista diversos implicados em toda questão controvertida ou inconclusa”.
Só se for daqui pra frente, pois esta não é a pratica que temos visto neste jornal há anos e anos a fio. Especialmente após o início da tal Operação Lava Jato e do processo de impeachment de uma chefe de estado contra quem nunca se conseguiu provar um detalhe que fosse das mentiras publicadas. Sempre sem desmentidos.
Enfim, apesar de um novo projeto editorial, a Folha de S.Paulo continuará a mesma. Vale a pena continuar lendo pra quem, como eu, a tem como a principal porta-voz das elites paulistas.
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