Fotos: Lula Marques |
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:
Com caixões simbolizando o genocídio dos povos indígenas (54 indígenas foram assassinados em todo o país por conflitos de terra só em 2015, segundo o Conselho Indigenista Missionário), representantes de diversas etnias que participam do Acampamento Terra Livre na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foram atacados nesta terça-feira, 25 de abril, pela Polícia Militar do Distrito Federal com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha ao tentarem se aproximar do Congresso Nacional.
O fotógrafo Lula Marques registrou a violência policial contra os índios, que têm seus direitos cada vez mais ameaçados pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Na semana passada, foi noticiado que o ministro da Justiça irá indicar um ruralista para a presidência da Funai (Fundação Nacional do Índio). É como colocar um lobo para cuidar das ovelhas. Os ruralistas são os maiores inimigos dos índios, já que seu único interesse é se apropriar das terras que pertencem aos descendentes dos habitantes originais do Brasil e não a herdeiros de latifundiários.
O protesto começou em frente ao Teatro Nacional, de onde os indígenas saíram em marcha em direção ao Congresso levando faixas com dizeres como “Não ao retrocesso dos direitos indígenas” e “Retire os madeireiros das terras indígenas”. Este ano, a principal reivindicação do acampamento, que reúne cerca de 4 mil pessoas, é a retomada das demarcações de terras indígenas, paralisadas desde que Temer e os ruralistas chegaram ao poder.
Angela Katxuyana, liderança indígena do norte do Pará, repudiou a ação da polícia: “Cada dia a gente vem sofrendo, vem sendo massacrado, e quando a gente vem dialogar com o Estado, acontece isso. A violência contra os povos indígenas continua tanto no papel quanto aqui”, disse. José Uirakitã, do povo Tingui Botó (AL), testemunhou a repressão e coletou artefatos utilizados pela polícia: “Eles estavam atirando como se fossemos criminosos.”
Representantes indígenas estiveram com o ex-presidente Lula na segunda-feira à noite. Sônia Guajajara, da coordenação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), afirmou que a demarcação das terras indígenas durante os governos do PT foi insatisfatória, mas avaliou que a situação piorou com o governo Temer.
“O mais grave agora é que o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, Osmar Serraglio, foi nomeado ministro da Justiça. Agora não é só mais uma ameaça de retrocesso, já é o retrocesso em execução”, afirmou Sônia. A PEC tramita na Câmara e transfere do governo federal para o Congresso a última palavra sobre as demarcações. Se o projeto for aprovado, as demarcações devem ser paralisadas definitivamente.
* Com informações da Mobilização Nacional Indígena.
O protesto começou em frente ao Teatro Nacional, de onde os indígenas saíram em marcha em direção ao Congresso levando faixas com dizeres como “Não ao retrocesso dos direitos indígenas” e “Retire os madeireiros das terras indígenas”. Este ano, a principal reivindicação do acampamento, que reúne cerca de 4 mil pessoas, é a retomada das demarcações de terras indígenas, paralisadas desde que Temer e os ruralistas chegaram ao poder.
Angela Katxuyana, liderança indígena do norte do Pará, repudiou a ação da polícia: “Cada dia a gente vem sofrendo, vem sendo massacrado, e quando a gente vem dialogar com o Estado, acontece isso. A violência contra os povos indígenas continua tanto no papel quanto aqui”, disse. José Uirakitã, do povo Tingui Botó (AL), testemunhou a repressão e coletou artefatos utilizados pela polícia: “Eles estavam atirando como se fossemos criminosos.”
Representantes indígenas estiveram com o ex-presidente Lula na segunda-feira à noite. Sônia Guajajara, da coordenação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), afirmou que a demarcação das terras indígenas durante os governos do PT foi insatisfatória, mas avaliou que a situação piorou com o governo Temer.
“O mais grave agora é que o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, Osmar Serraglio, foi nomeado ministro da Justiça. Agora não é só mais uma ameaça de retrocesso, já é o retrocesso em execução”, afirmou Sônia. A PEC tramita na Câmara e transfere do governo federal para o Congresso a última palavra sobre as demarcações. Se o projeto for aprovado, as demarcações devem ser paralisadas definitivamente.
* Com informações da Mobilização Nacional Indígena.
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