Por Jandira Feghali, no site Vermelho:
No dia 10 de maio, não era apenas o ex-presidente Lula indo encontrar um juiz de Curitiba para depor. Éramos 50 mil pessoas na capital do Paraná em sinergia emocionante. Uma multidão de homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, professores e muitos cidadãos e cidadãs paranaenses, lideranças políticas e líderes de movimentos sociais estavam junto ao ex-operário na agenda nacional em defesa da democracia. Uma singular e fortíssima demonstração de solidariedade, valor perdido por parte da sociedade brasileira. Não por coincidência, na mesma semana em que o golpe completa um ano no Brasil.
O significado desse momento no nosso país condiz com a ruptura democrática iniciada na deposição da presidenta Dilma em maio de 2016. Um processo seletivo e partidarizado, articulado com uma midiática perseguição à Lula, que sintetiza os sentimentos mais puros e autênticos do povo, é parte deste contexto. O ódio gerado no país contra as esquerdas, a descrença na política, a transformação de líderes das lutas em "bandidos" tem nascedouro também na ação de agentes públicos do MP, polícia federal e poder judiciário.
Um grande ataque à democracia está em curso, desde 85, quando ela foi restabelecida pós-Ditadura. Pariram um monstro chamado intolerância e fascismo, tentando desconstruir o maior campo popular do Brasil. Como se não bastasse o desrespeito ao ex-presidente do Brasil, a mídia manipulou frases do depoimento para desrespeitar Dona Marisa, numa demonstração caótica da indignidade desse jornalismo que nos envergonha!
Desde a aprovação do impeachment de Dilma sem crime de responsabilidade, nosso país vive as trevas de um governo neoliberal e de pautas absolutamente atrasadas. Nos últimos 365 dias, Michel Temer e seus ministros retiraram diversos direitos da população. Acabaram com o Ciências sem Fronteiras, aprovaram a terceirização como precarização generalizada do trabalho e o desmonte da CLT, tentam impor a reforma excludente da Previdência, diminuíram os investimentos em saúde, educação e todas as outras áreas tidas como estratégicas, estão vendendo nossas riquezas a preço de banana, fragilizando a segurança nacional, limitaram o futuro do país com a emenda constitucional do Teto de Gastos, fomentaram a censura nas escolas e a desconstrução do ensino plural, sugeriram pagar trabalhadores do campo com comida e casa, criminalizaram movimentos sociais e faltaram com respeito às mulheres. Mancharam a História.
A crise que atingiu o país engoliu o governo Temer numa bocada só, pois este se mostrou fraco demais para lidar com a tempestade internacional. Não é para menos que, neste momento, o Brasil se ajoelha perante o FMI e o Estados Unidos, depois de mais de uma década de soberania. A saída injusta de Dilma e a perseguição à Lula são parte do golpe. E isso precisa ser explicado de forma constante. Não há saída para nossas dificuldades sem a democracia. Sem eleições diretas.
O Partido Comunista do Brasil tem discutido incansavelmente saídas para a crise e a possibilidade de um futuro melhor para nosso povo, além de lutar minuto a minuto dentro do Parlamento para impedir os retrocessos deste governo. Defender um processo justo ao presidente Lula e barrar as reformas devem ser prioridade de todos que se perfilam na proteção ao Estado democrático de Direito. E nós não nos furtamos de atender este dever.
* Jandira Feghali é médica, deputada federal (PCdoB/RJ) e vice-líder da Oposição.
No dia 10 de maio, não era apenas o ex-presidente Lula indo encontrar um juiz de Curitiba para depor. Éramos 50 mil pessoas na capital do Paraná em sinergia emocionante. Uma multidão de homens e mulheres, trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, professores e muitos cidadãos e cidadãs paranaenses, lideranças políticas e líderes de movimentos sociais estavam junto ao ex-operário na agenda nacional em defesa da democracia. Uma singular e fortíssima demonstração de solidariedade, valor perdido por parte da sociedade brasileira. Não por coincidência, na mesma semana em que o golpe completa um ano no Brasil.
O significado desse momento no nosso país condiz com a ruptura democrática iniciada na deposição da presidenta Dilma em maio de 2016. Um processo seletivo e partidarizado, articulado com uma midiática perseguição à Lula, que sintetiza os sentimentos mais puros e autênticos do povo, é parte deste contexto. O ódio gerado no país contra as esquerdas, a descrença na política, a transformação de líderes das lutas em "bandidos" tem nascedouro também na ação de agentes públicos do MP, polícia federal e poder judiciário.
Um grande ataque à democracia está em curso, desde 85, quando ela foi restabelecida pós-Ditadura. Pariram um monstro chamado intolerância e fascismo, tentando desconstruir o maior campo popular do Brasil. Como se não bastasse o desrespeito ao ex-presidente do Brasil, a mídia manipulou frases do depoimento para desrespeitar Dona Marisa, numa demonstração caótica da indignidade desse jornalismo que nos envergonha!
Desde a aprovação do impeachment de Dilma sem crime de responsabilidade, nosso país vive as trevas de um governo neoliberal e de pautas absolutamente atrasadas. Nos últimos 365 dias, Michel Temer e seus ministros retiraram diversos direitos da população. Acabaram com o Ciências sem Fronteiras, aprovaram a terceirização como precarização generalizada do trabalho e o desmonte da CLT, tentam impor a reforma excludente da Previdência, diminuíram os investimentos em saúde, educação e todas as outras áreas tidas como estratégicas, estão vendendo nossas riquezas a preço de banana, fragilizando a segurança nacional, limitaram o futuro do país com a emenda constitucional do Teto de Gastos, fomentaram a censura nas escolas e a desconstrução do ensino plural, sugeriram pagar trabalhadores do campo com comida e casa, criminalizaram movimentos sociais e faltaram com respeito às mulheres. Mancharam a História.
A crise que atingiu o país engoliu o governo Temer numa bocada só, pois este se mostrou fraco demais para lidar com a tempestade internacional. Não é para menos que, neste momento, o Brasil se ajoelha perante o FMI e o Estados Unidos, depois de mais de uma década de soberania. A saída injusta de Dilma e a perseguição à Lula são parte do golpe. E isso precisa ser explicado de forma constante. Não há saída para nossas dificuldades sem a democracia. Sem eleições diretas.
O Partido Comunista do Brasil tem discutido incansavelmente saídas para a crise e a possibilidade de um futuro melhor para nosso povo, além de lutar minuto a minuto dentro do Parlamento para impedir os retrocessos deste governo. Defender um processo justo ao presidente Lula e barrar as reformas devem ser prioridade de todos que se perfilam na proteção ao Estado democrático de Direito. E nós não nos furtamos de atender este dever.
* Jandira Feghali é médica, deputada federal (PCdoB/RJ) e vice-líder da Oposição.
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