Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Cinco dias após a morte de Dona Marisa Letícia Lula da Silva (em 3 de fevereiro último), o juiz Sergio Moro intimou a falecida a ir depor na ação que a 13ª Vara de Curitiba abriu contra ela em setembro do ano passado.
A decisão que você vê acima intimava Dona Marisa a ir depor no dia exato de sua missa de sétimo dia, em 9 de fevereiro. E Moro a manteve como ré no processo, apesar de ter extinto sua punibilidade por razões mais do que óbvias.
Após a oitiva de Lula por Moro no último dia 10 de maio, porém, seguindo a prática da direita de assassinar moralmente seus adversários, a mídia, os golpistas e a própria Lava Jato trataram de acusar o ex-presidente de ter “empurrado” a própria culpa para a sua falecida esposa…
Ao avaliar o interrogatório conduzido pelo juiz Sergio Moro contra Lula, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse achar “inaceitável” o fato de o petista, segundo ele, “ter jogado a culpa” na ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro.
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da Lava Jato, foi outro que aproveitou a onda midiática que explora as falas de Lula para dizer que: “Infelizmente, as afirmações em relação à dona Marisa a responsabilizando por tudo é um tanto triste de se ver feitas nesse momento, até porque, como o ex-presidente disse, ela não está aí para se defender.”
A grande mídia, então, caiu de pau em cima de Lula, acusando-o de usar a própria esposa morta para se safar da cadeia.
O golpe de misericórdia foi a capa da revista Veja desta semana, que usa e abusa do photoshop para conferir um ar diabólico à esposa falecida de Lula e vender a tese de que foi Lula quem acusou aquela que a mídia tanto maltratou em vida quanto em morte.
No vídeo [aqui], a prova de que Sergio Moro mantém dona Marisa como ré até hoje, e, também, flashes da oitiva de Lula que mostram que o juiz e os procuradores da Lava Jato perguntaram Lula incessantemente sobre sua falecida esposa.
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