Por Marcelo P. F. Manzano, no site da Fundação Perseu Abramo:
No último dia 12 de junho os porta-vozes do “mercado” pareciam indicar que estão rompendo definitivamente o namoro com governo Temer. Depois de algumas semanas discutindo a relação, a depender das notícias estampadas nos jornais no dia dos namorados (veja aqui, aqui ou aqui) a teimosia de Temer em se agarrar ao cargo já faz cair ainda mais as projeções econômicas, com várias instituições revendo os seus números para baixo.
As cem cabeças do mercado que compõe o Boletim Focus, por exemplo, que até aqui pareciam insensíveis ao terremoto causado pelas delações da JBS, reduziram suas projeções de crescimento do PIB em 2017 de 0,5% para 0,41% em apenas uma semana, aparentemente atormentadas pela ideia de um presidente moribundo que parece disposto a se manter no poder a qualquer custo e assim evitar sua própria prisão.
O trágico desta história é que a mesma “fadinha da confiança” que há um ano atrás foi reivindicada para selar a relação de Temer com o mercado – e atropelar a democracia com um golpe contra a presidenta Dilma Rousseff -, volta agora à boca do mercado contra o Temer, sugerindo que um novo golpe (as eleições indiretas) seria o melhor atalho para se alcançar à pretérita ponte para o futuro.
Seja porque não terá como cumprir seus principais objetivos econômicos, seja porque não tem mais forças para impor à sociedade brasileira a agenda de “reformas” impopulares que prometeu entregar aos apoiadores do golpe, Temer é visto agora por seus ex-aliados no mundo das finanças como o mais novo inimigo da fadinha, um fator de instabilidade que encurta o horizonte e impede a mitológica recuperação da confiança.
Contudo, não seria melhor encarar o fato de que esta política econômica ortodoxa (fundada em juros altos, corte de despesas públicas e desmonte dos aparatos de estado que davam suporte ao desenvolvimento do país) é um absoluto fracasso, incapaz de reativar os motores do crescimento econômico?
Não pareceria óbvio também que a propalada restauração da confiança deveria começar com a eleição de um governo legítimo, eleito diretamente, cuja plataforma política tivesse o respaldo das urnas e o apoio da maioria dos brasileiros?
Infelizmente, a estas perguntas os reais donos do poder no Brasil continuam respondendo com um solene “não”. Ao que tudo indica, cuspirão o Temer, mas não dão nenhum sinal de que se incomodam em continuar dissolvendo o país.
No último dia 12 de junho os porta-vozes do “mercado” pareciam indicar que estão rompendo definitivamente o namoro com governo Temer. Depois de algumas semanas discutindo a relação, a depender das notícias estampadas nos jornais no dia dos namorados (veja aqui, aqui ou aqui) a teimosia de Temer em se agarrar ao cargo já faz cair ainda mais as projeções econômicas, com várias instituições revendo os seus números para baixo.
As cem cabeças do mercado que compõe o Boletim Focus, por exemplo, que até aqui pareciam insensíveis ao terremoto causado pelas delações da JBS, reduziram suas projeções de crescimento do PIB em 2017 de 0,5% para 0,41% em apenas uma semana, aparentemente atormentadas pela ideia de um presidente moribundo que parece disposto a se manter no poder a qualquer custo e assim evitar sua própria prisão.
O trágico desta história é que a mesma “fadinha da confiança” que há um ano atrás foi reivindicada para selar a relação de Temer com o mercado – e atropelar a democracia com um golpe contra a presidenta Dilma Rousseff -, volta agora à boca do mercado contra o Temer, sugerindo que um novo golpe (as eleições indiretas) seria o melhor atalho para se alcançar à pretérita ponte para o futuro.
Seja porque não terá como cumprir seus principais objetivos econômicos, seja porque não tem mais forças para impor à sociedade brasileira a agenda de “reformas” impopulares que prometeu entregar aos apoiadores do golpe, Temer é visto agora por seus ex-aliados no mundo das finanças como o mais novo inimigo da fadinha, um fator de instabilidade que encurta o horizonte e impede a mitológica recuperação da confiança.
Contudo, não seria melhor encarar o fato de que esta política econômica ortodoxa (fundada em juros altos, corte de despesas públicas e desmonte dos aparatos de estado que davam suporte ao desenvolvimento do país) é um absoluto fracasso, incapaz de reativar os motores do crescimento econômico?
Não pareceria óbvio também que a propalada restauração da confiança deveria começar com a eleição de um governo legítimo, eleito diretamente, cuja plataforma política tivesse o respaldo das urnas e o apoio da maioria dos brasileiros?
Infelizmente, a estas perguntas os reais donos do poder no Brasil continuam respondendo com um solene “não”. Ao que tudo indica, cuspirão o Temer, mas não dão nenhum sinal de que se incomodam em continuar dissolvendo o país.
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