Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Durante duas semanas, em maio, após a delação da JBS contra Michel Temer, o nome dele começou a circular nas altas rodas e na grande mídia como o próximo presidente da República.
Em caso de impedimento do titular, o que já era dado como certo, o jovem presidente da Câmara assumiria primeiro como interino e, em trinta dias, seria efetivado no cargo na eleição indireta do colégio eleitoral.
Parecia um caminho inexorável diante das circunstâncias.
Rodrigo Maia passou a ser a bola da vez e já se especulava até sobre nomes para o seu virtual ministério, mantendo a equipe econômica.
Menos de três meses depois, na quarta-feira, logo após a votação na Câmara que salvou o mandato de Temer, Maia chorou.
Num jantar com seus colegas de bancada do DEM, Maia se emocionou e foi às lágrimas ao fazer um balanço do que aconteceu neste período.
Não se conformava com a suspeita levantada por assessores presidenciais de estar traindo Temer para tomar o seu lugar.
"De fato, em torno do presidente, houve uma relação muito ruim comigo, muito desrespeitosa, mas o tempo vai resolver isso".
Contou que se sentiu pressionado, mas disse não se arrepender de nada e deixou claro que, se quisesse, poderia ter derrubado o presidente.
"Não fiz isso porque tenho caráter, mas não posso negar que atos de alguns assessores do presidente foram muito truculentos, muito duros contra a minha pessoa, um deputado que sempre foi leal ao governo", desabafou.
Por coincidência, no dia seguinte foi às bancas a revista "Piauí" trazendo um perfil de dez páginas de Rodrigo Maia, apresentado na capa como "O Regra Três".
Sob o título "O Improvável - Rodrigo Maia flerta com a Presidência da República", a matéria chegou com atraso porque a esta altura já não se falava mais nele.
O que aconteceu?
Afora a incrível resiliência de Michel Temer, que foi para a luta com todas as suas armas disposto a não entregar a rapadura, o fato é que, ao conhecerem melhor quem é o personagem, os que bancavam sua "candidatura" se desencantaram e Maia foi sendo deixado de lado.
Acharam melhor não arriscar. Bastam cinco minutos de conversa com o filho de Cesar Maia, três vezes prefeito do Rio e hoje vereador, para se chegar à conclusão de que ele não tinha a menor condição, o mínimo perfil para ser presidente da República.
Já tinha ido longe demais para quem só obteve 3% dos votos quando se candidatou a prefeito do Rio, em 2012.
O próprio Rodrigo Maia achou melhor se guardar e juntar forças para se candidatar no próximo ano a governador do Estado que está falido e órfão de lideranças, algumas delas na cadeia e outras a caminho.
Termina como a "Viúva Porcina", a célebre personagem de Regina Duarte na novela "Roque Santeiro", de 1985, aquela que "foi sem nunca ter sido".
E vida que segue.
Durante duas semanas, em maio, após a delação da JBS contra Michel Temer, o nome dele começou a circular nas altas rodas e na grande mídia como o próximo presidente da República.
Em caso de impedimento do titular, o que já era dado como certo, o jovem presidente da Câmara assumiria primeiro como interino e, em trinta dias, seria efetivado no cargo na eleição indireta do colégio eleitoral.
Parecia um caminho inexorável diante das circunstâncias.
Rodrigo Maia passou a ser a bola da vez e já se especulava até sobre nomes para o seu virtual ministério, mantendo a equipe econômica.
Menos de três meses depois, na quarta-feira, logo após a votação na Câmara que salvou o mandato de Temer, Maia chorou.
Num jantar com seus colegas de bancada do DEM, Maia se emocionou e foi às lágrimas ao fazer um balanço do que aconteceu neste período.
Não se conformava com a suspeita levantada por assessores presidenciais de estar traindo Temer para tomar o seu lugar.
"De fato, em torno do presidente, houve uma relação muito ruim comigo, muito desrespeitosa, mas o tempo vai resolver isso".
Contou que se sentiu pressionado, mas disse não se arrepender de nada e deixou claro que, se quisesse, poderia ter derrubado o presidente.
"Não fiz isso porque tenho caráter, mas não posso negar que atos de alguns assessores do presidente foram muito truculentos, muito duros contra a minha pessoa, um deputado que sempre foi leal ao governo", desabafou.
Por coincidência, no dia seguinte foi às bancas a revista "Piauí" trazendo um perfil de dez páginas de Rodrigo Maia, apresentado na capa como "O Regra Três".
Sob o título "O Improvável - Rodrigo Maia flerta com a Presidência da República", a matéria chegou com atraso porque a esta altura já não se falava mais nele.
O que aconteceu?
Afora a incrível resiliência de Michel Temer, que foi para a luta com todas as suas armas disposto a não entregar a rapadura, o fato é que, ao conhecerem melhor quem é o personagem, os que bancavam sua "candidatura" se desencantaram e Maia foi sendo deixado de lado.
Acharam melhor não arriscar. Bastam cinco minutos de conversa com o filho de Cesar Maia, três vezes prefeito do Rio e hoje vereador, para se chegar à conclusão de que ele não tinha a menor condição, o mínimo perfil para ser presidente da República.
Já tinha ido longe demais para quem só obteve 3% dos votos quando se candidatou a prefeito do Rio, em 2012.
O próprio Rodrigo Maia achou melhor se guardar e juntar forças para se candidatar no próximo ano a governador do Estado que está falido e órfão de lideranças, algumas delas na cadeia e outras a caminho.
Termina como a "Viúva Porcina", a célebre personagem de Regina Duarte na novela "Roque Santeiro", de 1985, aquela que "foi sem nunca ter sido".
E vida que segue.
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