Da Rede Brasil Atual:
Reação popular
Nem mesmo os fãs de Sílvio Santos pouparam críticas ao apresentador. Em uma página do Facebook em sua homenagem, os seguidores do empresário dispararam críticas. "Sílvio Santos tão inteligente e não fez uma pergunta importantíssima: Por que os bancos e as empresas que estão devendo bilhões para a Previdência não acertam suas dívidas. Tô achando que foi comprado (...) muito triste ver isso de uma pessoa tão admirada", disse um internauta. "Admiramos você pela pessoa que é, pelo ícone da TV brasileira que você é, pela dedicação que tem e mostra para todos nós (...) E receber um lixo desses no seu programa? Um cara que mexeu nas leis trabalhistas, que mexeu na aposentadoria, que afetou mais ainda o desemprego no Brasil, que o seu político é mais para os ricos do que para os menos favorecidos", completou outro.
O jornalista e crítico de mídia do UOL, Maurício Stycer, em sua coluna de hoje, analisou a justificativa do SBT para a presença de Temer no programa Sílvio Santos. De acordo com a emissora, o apresentador recebe frequentemente "líderes públicos para explicar ao povo brasileiro projetos e ações que são considerados importantes para a vida da população". Entre os exemplos, citam a participação de Zélia Cardoso de Mello, ministra da Fazenda de Fernando Collor de Mello (1990-1992), que foi ao programa explicar o traumático confisco das poupanças. Outro exemplo foi a presença do tucano FHC, sobre a transição entre moedas, do cruzeiro real para o real.
"Desta vez, diferentemente, Temer foi a programa como parte de uma campanha de convencimento de um projeto ainda não aprovado, que divide tanto a população quanto os deputados que precisam analisá-lo. Sílvio, ao defender a proposta, colocou-se como garoto-propaganda do governo", disse Stycer. Mesmo deputados da base de Temer divergem sobre a matéria e ponderam sobre as dificuldades de aprovação da reforma.
O apresentador e empresário-dono do SBT Sílvio Santos recebeu na noite de ontem (28) o presidente Michel Temer (PMDB) em seu programa dominical. O encontro foi anunciado como uma "sabatina", entretanto, a participação do peemedebista não foi recebida, por muitos, com olhos da prática do bom jornalismo. "A dupla ficou fazendo um bate bola ensaiado sobre a 'reforma' da Previdência", disse o deputado federal opositor ao governo Ivan Valente (Psol-SP).
O parlamentar criticou a utilização de "um canal de televisão que funciona por concessão pública para tomar partido em favor de uma proposta que ataca a aposentadoria de milhões de brasileiros e brasileiras". Valente expôs um jogo de interesses entre o empresário e Temer. "O espaço foi 'concedido' após o SBT ter veiculado dezenas de peças publicitárias em favor da famigerada 'reforma', tendo ganho com isso milhões de reais dos cofres públicos."
"A conversa, como no melhor estilo das ditaduras, não teve qualquer contraponto, nenhuma posição crítica sobre a 'reforma'", continuou Valente. A "sabatina" foi realizada após acordo entre o o empresário e Temer, realizado em um almoço no início do mês, que contou ainda com a presença do ministro da Secretaria-Geral do Governo, Moreira Franco.
A defesa da "reforma" da Previdência, principal objetivo do Planalto após a aprovação da reforma trabalhista, foi a pauta única da "entrevista". "Nenhuma palavra foi mencionada sobre os vários escândalos que cercam o governo corrupto de Temer. Uma entrevista comprada, um escárnio contra a inteligência do povo brasileiro. Tudo isso utilizando um canal de televisão que deveria respeitar as regras da pluralidade e da democracia a que as concessões públicas estão sujeitas", completou Valente.
50 reais
A entrevista em tom de defesa da proposta de Temer acabou em tom de deboche. Após Sílvio anunciar o fim da propaganda, o presidente entregou ao dono do Baú uma nota de 50 reais. "Uma cena repugnante do ponto de vista da ética foi transmitida para milhares de lares brasileiros no último domingo, quando o presidente Michel Temer escalou Silvio Santos e sua emissora para defenderem o fim da aposentadoria dos trabalhadores, entregando-lhe R$ 50 no palco", afirmou a deputada estadual líder da minoria na Assembleia Legislativa de São Paulo, Márcia Lia (PT).
"O simbolismo é enorme e equivale à entrega da mala com módicos R$ 500 mil a Rocha Loures, braço e bolso direito de Temer. De onde vem R$ 50 vem mais; de onde vem R$ 500 mil vem mais", completou. "O povo brasileiro não pode aceitar tamanho escárnio contra seus direitos, pago com dinheiro do seu imposto. É preciso manter-se mobilizado nas ruas, nas redes e ter consciência de que cenas como essa são tentativas de impor um desmonte na aposentadoria dos trabalhadores, dos ‘pobres’, que só interessa aos grandes bancos e investidores em Previdência Privada. ‘Pobre’, na concepção deles, serve apenas pra encher baú. E a Previdência não é deficitária. Que eles cobrem os grandes devedores", finalizou.
A visão foi compartilhada por outros parlamentares da oposição. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou que "na frente das câmeras, Michel Temer deu uma nota de R$ 50 a Silvio Santos; mas a verdade é que o golpista está despejando milhões em dinheiro público em propaganda no SBT para acabar com o direito à aposentadoria dos brasileiros". Já o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) comparou o caso ao trato do empresário do Baú com sua empresa de cosméticos. "Com um merchã da Jequiti de cabo a rabo, Silvio Santos recebeu neste domingo Michel Temer que defendeu a Reforma da Previdência. Temer falou que a mudança nas aposentadorias não vai prejudicar os mais pobres e que, se a população chegar até 120 anos num raciocínio maluco do Silvio, vai precisar mudar a Previdência futuramente."
O parlamentar criticou a utilização de "um canal de televisão que funciona por concessão pública para tomar partido em favor de uma proposta que ataca a aposentadoria de milhões de brasileiros e brasileiras". Valente expôs um jogo de interesses entre o empresário e Temer. "O espaço foi 'concedido' após o SBT ter veiculado dezenas de peças publicitárias em favor da famigerada 'reforma', tendo ganho com isso milhões de reais dos cofres públicos."
"A conversa, como no melhor estilo das ditaduras, não teve qualquer contraponto, nenhuma posição crítica sobre a 'reforma'", continuou Valente. A "sabatina" foi realizada após acordo entre o o empresário e Temer, realizado em um almoço no início do mês, que contou ainda com a presença do ministro da Secretaria-Geral do Governo, Moreira Franco.
A defesa da "reforma" da Previdência, principal objetivo do Planalto após a aprovação da reforma trabalhista, foi a pauta única da "entrevista". "Nenhuma palavra foi mencionada sobre os vários escândalos que cercam o governo corrupto de Temer. Uma entrevista comprada, um escárnio contra a inteligência do povo brasileiro. Tudo isso utilizando um canal de televisão que deveria respeitar as regras da pluralidade e da democracia a que as concessões públicas estão sujeitas", completou Valente.
50 reais
A entrevista em tom de defesa da proposta de Temer acabou em tom de deboche. Após Sílvio anunciar o fim da propaganda, o presidente entregou ao dono do Baú uma nota de 50 reais. "Uma cena repugnante do ponto de vista da ética foi transmitida para milhares de lares brasileiros no último domingo, quando o presidente Michel Temer escalou Silvio Santos e sua emissora para defenderem o fim da aposentadoria dos trabalhadores, entregando-lhe R$ 50 no palco", afirmou a deputada estadual líder da minoria na Assembleia Legislativa de São Paulo, Márcia Lia (PT).
"O simbolismo é enorme e equivale à entrega da mala com módicos R$ 500 mil a Rocha Loures, braço e bolso direito de Temer. De onde vem R$ 50 vem mais; de onde vem R$ 500 mil vem mais", completou. "O povo brasileiro não pode aceitar tamanho escárnio contra seus direitos, pago com dinheiro do seu imposto. É preciso manter-se mobilizado nas ruas, nas redes e ter consciência de que cenas como essa são tentativas de impor um desmonte na aposentadoria dos trabalhadores, dos ‘pobres’, que só interessa aos grandes bancos e investidores em Previdência Privada. ‘Pobre’, na concepção deles, serve apenas pra encher baú. E a Previdência não é deficitária. Que eles cobrem os grandes devedores", finalizou.
A visão foi compartilhada por outros parlamentares da oposição. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou que "na frente das câmeras, Michel Temer deu uma nota de R$ 50 a Silvio Santos; mas a verdade é que o golpista está despejando milhões em dinheiro público em propaganda no SBT para acabar com o direito à aposentadoria dos brasileiros". Já o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) comparou o caso ao trato do empresário do Baú com sua empresa de cosméticos. "Com um merchã da Jequiti de cabo a rabo, Silvio Santos recebeu neste domingo Michel Temer que defendeu a Reforma da Previdência. Temer falou que a mudança nas aposentadorias não vai prejudicar os mais pobres e que, se a população chegar até 120 anos num raciocínio maluco do Silvio, vai precisar mudar a Previdência futuramente."
Reação popular
Nem mesmo os fãs de Sílvio Santos pouparam críticas ao apresentador. Em uma página do Facebook em sua homenagem, os seguidores do empresário dispararam críticas. "Sílvio Santos tão inteligente e não fez uma pergunta importantíssima: Por que os bancos e as empresas que estão devendo bilhões para a Previdência não acertam suas dívidas. Tô achando que foi comprado (...) muito triste ver isso de uma pessoa tão admirada", disse um internauta. "Admiramos você pela pessoa que é, pelo ícone da TV brasileira que você é, pela dedicação que tem e mostra para todos nós (...) E receber um lixo desses no seu programa? Um cara que mexeu nas leis trabalhistas, que mexeu na aposentadoria, que afetou mais ainda o desemprego no Brasil, que o seu político é mais para os ricos do que para os menos favorecidos", completou outro.
O jornalista e crítico de mídia do UOL, Maurício Stycer, em sua coluna de hoje, analisou a justificativa do SBT para a presença de Temer no programa Sílvio Santos. De acordo com a emissora, o apresentador recebe frequentemente "líderes públicos para explicar ao povo brasileiro projetos e ações que são considerados importantes para a vida da população". Entre os exemplos, citam a participação de Zélia Cardoso de Mello, ministra da Fazenda de Fernando Collor de Mello (1990-1992), que foi ao programa explicar o traumático confisco das poupanças. Outro exemplo foi a presença do tucano FHC, sobre a transição entre moedas, do cruzeiro real para o real.
"Desta vez, diferentemente, Temer foi a programa como parte de uma campanha de convencimento de um projeto ainda não aprovado, que divide tanto a população quanto os deputados que precisam analisá-lo. Sílvio, ao defender a proposta, colocou-se como garoto-propaganda do governo", disse Stycer. Mesmo deputados da base de Temer divergem sobre a matéria e ponderam sobre as dificuldades de aprovação da reforma.
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