Do site do FNDC:
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), organização que reúne mais de 500 entidades filiadas em todas as regiões do país, vem a público repudiar a censura e a criminalização promovidas pela Agência Brasil, veículo público da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na cobertura do protesto das mulheres camponesas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizado no parque gráfico do jornal O Globo, na última quinta-feira (8), por ocasião da jornada de lutas do Dia Internacional da Mulher.
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), organização que reúne mais de 500 entidades filiadas em todas as regiões do país, vem a público repudiar a censura e a criminalização promovidas pela Agência Brasil, veículo público da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), na cobertura do protesto das mulheres camponesas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizado no parque gráfico do jornal O Globo, na última quinta-feira (8), por ocasião da jornada de lutas do Dia Internacional da Mulher.
A ocupação, pacífica e que durou algumas horas, teve o objetivo de denunciar a já histórica parcialidade das Organizações Globo na cobertura dos fatos políticos do país, em especial o apoio descarado ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff e o endosso das medidas do governo Temer que retiram direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, para citar dois dos exemplos mais recentes. Na matéria publicada pela Agência Brasil, a mais importante agência de notícias do país, o título (“No Rio, mulheres do MST promovem ato de vandalismo em parque gráfico da Globo”) foi claramente editorializado para expressar uma opinião política que não cabe em um texto que se pretende jornalístico. Além disso, o termo ocupação foi substituído por invasão, destoando de uma cobertura equilibrada e imparcial dos conflitos sociais que sempre foi a marca da Agência. De maneira ainda mais grave, a matéria foi editada de forma a omitir completamente a versão do MST sobre o protesto e destacar a versão da Globo, num claro gesto de censura que remonta aos tempos mais sombrios da história do país.
Com as fontes da matéria completamente desequilibradas, o que deveria ser uma reportagem jornalística se converteu em um panfleto político que viola todos os parâmetros éticos que deveriam pautar os conteúdos veiculados por emissoras públicas. Nem mesmo a cobertura da mídia comercial privada, tradicionalmente criminalizadora dos movimentos sociais, baixou tanto o nível de qualidade quanto o texto noticiado pela Agência Brasil e repercutido por outras emissoras.
Trata-se de um dos episódios mais graves da degradação a que vem sendo submetida a EBC, especialmente após a aprovação da Medida Provisória nº 744/2016, que praticamente destruiu o caráter público da emissora, transformando-a em mera extensão ideológica de um governo golpista e desmoralizado.
O Brasil não vai conseguir se firmar como país democrático enquanto, de um lado, a mídia comercial for controlada por um oligopólio de cinco famílias bilionárias cujos interesses são os mesmos de apenas 1% da população, aqueles mais ricos; e, por outro lado, enquanto a sua comunicação pública – que deveria ter garantias de independência editorial e autonomia orçamentária – estiver contaminada por interesses rasteiros de um grupo político que escalou ao poder sem voto popular e que tem no seu DNA o hábito de aparelhar o patrimônio do povo para fins privados.
O FNDC reitera sua solidariedade às mulheres camponesas do MST, no exercício legítimo do direito de manifestação e da liberdade de expressão para denunciar a gravidade da concentração econômica dos meios de comunicação no país, porque sem mídia democrática, não há democracia!
Brasília, 10 de março de 2018
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Com as fontes da matéria completamente desequilibradas, o que deveria ser uma reportagem jornalística se converteu em um panfleto político que viola todos os parâmetros éticos que deveriam pautar os conteúdos veiculados por emissoras públicas. Nem mesmo a cobertura da mídia comercial privada, tradicionalmente criminalizadora dos movimentos sociais, baixou tanto o nível de qualidade quanto o texto noticiado pela Agência Brasil e repercutido por outras emissoras.
Trata-se de um dos episódios mais graves da degradação a que vem sendo submetida a EBC, especialmente após a aprovação da Medida Provisória nº 744/2016, que praticamente destruiu o caráter público da emissora, transformando-a em mera extensão ideológica de um governo golpista e desmoralizado.
O Brasil não vai conseguir se firmar como país democrático enquanto, de um lado, a mídia comercial for controlada por um oligopólio de cinco famílias bilionárias cujos interesses são os mesmos de apenas 1% da população, aqueles mais ricos; e, por outro lado, enquanto a sua comunicação pública – que deveria ter garantias de independência editorial e autonomia orçamentária – estiver contaminada por interesses rasteiros de um grupo político que escalou ao poder sem voto popular e que tem no seu DNA o hábito de aparelhar o patrimônio do povo para fins privados.
O FNDC reitera sua solidariedade às mulheres camponesas do MST, no exercício legítimo do direito de manifestação e da liberdade de expressão para denunciar a gravidade da concentração econômica dos meios de comunicação no país, porque sem mídia democrática, não há democracia!
Brasília, 10 de março de 2018
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
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