Por Umberto Martins, no site Vermelho:
Os grandes meios de comunicação, liderados pela Rede Globo, desencadearam uma furiosa campanha contra a CPI das delações premiadas proposta pelo deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) para investigar acusações veiculadas na mídia contra o advogado curitibano Antonio Figueiredo Basto, especialista em delações premiadas acusado de cobrar propina de 50 mil dólares mensais a título de “taxa de proteção” dos doleiros Vinícius Claret e Cláudio de Souza.
Em torno das delações seletivas colhidas no âmbito da Lava Jato, cujos bastidores ainda permanecem obscuros, percebe-se a atuação de uma insidiosa máfia. Mas a mídia golpista procura blindar a operação comandada pelo juiz Sergio Moro, que embora seja apresentado como um cidadão acima de qualquer suspeita estabeleceu estranhas e perigosas relações com o doleiro Alberto Youssef, assim como - o que é mais intrigante e sugestivo - com o Departamento de Estado dos EUA, por quem, ao que tudo indica, foi instruído e municiado nas investigações sobre corrupção na Petrobras e Odebrecht.
Fazendo o jogo dos EUA
Independentemente das motivações subjetivas que orientaram o comportamento da força tarefa da Lava Jato, o saldo objetivo da operação é francamente negativo se usamos como critério os interesses maiores da nação e do povo brasileiro. Sob o falso pretexto de combater a corrupção, abriu caminho para o golpe de Estado que afastou uma presidenta honesta e instalou uma cleptocrocia no Palácio do Planalto para impor o projeto das classes dominantes.
Não foi pequena a contribuição da Lava Jato para a profunda depressão econômica em que o Brasil mergulhou após a posse da quadrilha liderada por Temer. O desmantelamento das grandes empreiteiras com negócios no exterior favoreceu os interesses de multinacionais estrangeiras, especialmente estadunidenses. O mesmo se pode dizer em relação ao enfraquecimento da Petrobras e à nova orientação a que a estatal foi submetida pelo governo golpista.
Os fatos sugerem que os EUA foram os principais beneficiários da operação comandada por Sergio Moro e pelo golpe liderado pela dupla Temer/Cunha. Convém relembrar as sábias palavras do historiador Muniz Bandeira, falecido em novembro de 2017 aos 81 anos, sobre os “méritos” da Lava Jato. “Os prejuízos que causaram e estão a causar à economia brasileira, paralisando a Petrobras, as empresas construtoras nacionais e toda a cadeia produtiva, ultrapassam, em uma escala imensurável, todos os prejuízos da corrupção que eles alegam combater. O que estão a fazer é desestruturar, paralisar e descapitalizar as empresas brasileiras, estatais e privadas, como a Odebrecht, que competem no mercado internacional, América do Sul e África”, sentenciou.
Essas e outros fatos clamam por investigação, mas a CPI proposta na Câmara, apesar dos receios destilados na mídia, não chega a tanto, sugere a investigação de um fato concreto, e determinado, mais modesto, relacionado ao submundo das delações premiadas. “É uma oportunidade de passar a limpo a indústria das delações e as relações que envolvem escritórios de advogados, juízes e promotores, que transformaram a Lava Jato em um grande negócio”, afirmou Paulo Pimenta.
O parlamentar petista conseguiu 190 assinaturas para a CPI, mas muitos parlamentares, pressionados pela mídia, pela extrema direita e pelo Palácio do Planalto, voltaram atrás e agora se movimentam para sabotar a iniciativa. O pânico despertado nas forças golpistas pela investigação sugere que há algo de podre na chamada República de Curitiba. Temida e amaldiçoada pela mídia burguesa a investigação rigorosa dos fatos interessa, antes de tudo, ao povo e à nação.
* Umberto Martins é jornalista e autor do livro O golpe do capital contra o trabalho.
Os grandes meios de comunicação, liderados pela Rede Globo, desencadearam uma furiosa campanha contra a CPI das delações premiadas proposta pelo deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) para investigar acusações veiculadas na mídia contra o advogado curitibano Antonio Figueiredo Basto, especialista em delações premiadas acusado de cobrar propina de 50 mil dólares mensais a título de “taxa de proteção” dos doleiros Vinícius Claret e Cláudio de Souza.
Em torno das delações seletivas colhidas no âmbito da Lava Jato, cujos bastidores ainda permanecem obscuros, percebe-se a atuação de uma insidiosa máfia. Mas a mídia golpista procura blindar a operação comandada pelo juiz Sergio Moro, que embora seja apresentado como um cidadão acima de qualquer suspeita estabeleceu estranhas e perigosas relações com o doleiro Alberto Youssef, assim como - o que é mais intrigante e sugestivo - com o Departamento de Estado dos EUA, por quem, ao que tudo indica, foi instruído e municiado nas investigações sobre corrupção na Petrobras e Odebrecht.
Fazendo o jogo dos EUA
Independentemente das motivações subjetivas que orientaram o comportamento da força tarefa da Lava Jato, o saldo objetivo da operação é francamente negativo se usamos como critério os interesses maiores da nação e do povo brasileiro. Sob o falso pretexto de combater a corrupção, abriu caminho para o golpe de Estado que afastou uma presidenta honesta e instalou uma cleptocrocia no Palácio do Planalto para impor o projeto das classes dominantes.
Não foi pequena a contribuição da Lava Jato para a profunda depressão econômica em que o Brasil mergulhou após a posse da quadrilha liderada por Temer. O desmantelamento das grandes empreiteiras com negócios no exterior favoreceu os interesses de multinacionais estrangeiras, especialmente estadunidenses. O mesmo se pode dizer em relação ao enfraquecimento da Petrobras e à nova orientação a que a estatal foi submetida pelo governo golpista.
Os fatos sugerem que os EUA foram os principais beneficiários da operação comandada por Sergio Moro e pelo golpe liderado pela dupla Temer/Cunha. Convém relembrar as sábias palavras do historiador Muniz Bandeira, falecido em novembro de 2017 aos 81 anos, sobre os “méritos” da Lava Jato. “Os prejuízos que causaram e estão a causar à economia brasileira, paralisando a Petrobras, as empresas construtoras nacionais e toda a cadeia produtiva, ultrapassam, em uma escala imensurável, todos os prejuízos da corrupção que eles alegam combater. O que estão a fazer é desestruturar, paralisar e descapitalizar as empresas brasileiras, estatais e privadas, como a Odebrecht, que competem no mercado internacional, América do Sul e África”, sentenciou.
Essas e outros fatos clamam por investigação, mas a CPI proposta na Câmara, apesar dos receios destilados na mídia, não chega a tanto, sugere a investigação de um fato concreto, e determinado, mais modesto, relacionado ao submundo das delações premiadas. “É uma oportunidade de passar a limpo a indústria das delações e as relações que envolvem escritórios de advogados, juízes e promotores, que transformaram a Lava Jato em um grande negócio”, afirmou Paulo Pimenta.
O parlamentar petista conseguiu 190 assinaturas para a CPI, mas muitos parlamentares, pressionados pela mídia, pela extrema direita e pelo Palácio do Planalto, voltaram atrás e agora se movimentam para sabotar a iniciativa. O pânico despertado nas forças golpistas pela investigação sugere que há algo de podre na chamada República de Curitiba. Temida e amaldiçoada pela mídia burguesa a investigação rigorosa dos fatos interessa, antes de tudo, ao povo e à nação.
* Umberto Martins é jornalista e autor do livro O golpe do capital contra o trabalho.
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