Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Quatro horas atrás, o colunista Ricardo Noblat postava no Twitter (veja aí em cima) a “quase premonição” de que Jair Bolsonaro ganharia (ou quase) as eleições em primeiro turno. ou que passaria ao segundo em condições de favoritismo difíceis de reverter.
Claro, nunca aderiu expressamente ao ex-capitão, mas conservada a esperança de, vencedor o fascista, pudesse “se explicar” pela “teimosia” do PT e de Lula de terem um “poste” como candidato.
“Deu ruim”, como diz a gíria.
Não houve condições de “segurar” no Ibope a certeza de vitória folgada do ex-capitão.
Bolsonaro bateu no teto da histeria, e olhe que com facada e tudo.
Haddad, o “radical” tranquilão e gentil, segue subindo e vai terminar o segundo turno empatado ou vencendo o “Mito”.
E os Noblat, os Merval, as Leitão, os Camarotti terão de se posicionar. E não podem, por razões óbvias, sacudir bandeirinhas de Bolsonaro. Sob pena de se destruírem para a próxima batalha, a de desestabilização do próximo governo eleito do PT.
Há sinais escandalosos disso, embora não devamos tomá-los por definitivos.
O recém lançado editorial da Época , intitulado “Basta de ditaduras! Fora, golpistas!” é de rir, chorando:
(…) O comportamento de muitos dos atores sociais e políticos tem demonstrado indícios preocupantes de desvios. Comandantes militares e oficiais reformados que se imiscuem em temas institucionais com ameaças implícitas de rompimento da ordem democrática, políticos que debocham das instituições e pregam as mais variadas desobediências legais, candidatos que lançam desconfiança sobre a lisura do pleito, estimuladores do confronto físico entre militantes divergentes, enfim, esses pregadores do caos disfarçados de mantenedores da ordem devem ser relegados à insignificância que merecem por uma sociedade madura e comprometida com os valores da democracia.(…)
A única forma aceitável de resolução de impasses é a aquela dentro dos parâmetros constitucionais, que consagram o estado democrático de direito, com o respeito às liberdades civis e aos direitos humanos e às garantias fundamentais definidas na Carta de 1988. É preciso dizer um altissonante “não” àqueles que querem romper as regras do jogo democrático, que negam a legitimidade dos oponentes, que cultivam a intolerância ou encorajam a violência, aqueles que admitem a restrição - mínima que seja - às liberdades civis. Basta do arbítrio que já macula o passado!
A menos que achem – e duvido que achem – que possam dissolver a histeria bolsonárica a ponto de colocar outro no segundo turno, já se preparam para o terceiro.
Cuidado com essa gente.
Pode ser assim, mas pode ser também uma cobertura para manobras desesperadas.
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