Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
É errado mas é até possível compreender aquele candidato que, favorito nas pesquisas, evita comparecer em debates no primeiro turno.
Sabemos que o risco de enfrentar uma ação articulada de vários adversários pode transformar uma discussão civilizada num circo sem valor para a democracia.
O caso é diferente num segundo turno, quando se trata de um confronto cara a cara, entre dois oponentes.
O país inteiro aguarda por essa oportunidade na qual, com tempos iguais, dois cidadãos que pretendem assumir a presidência da República expõem suas ideias, desenvolvem argumentos e contestam o adversário.
Num país com 145 milhões de eleitores, o debate é o ponto alto de uma disputa democrática, na qual os candidatos, em respeito ao eleitor, procuram mostrar o melhor de si, de suas ideias e seus projetos, permitindo que todos façam suas escolhas de modo informado e consciente.
Numa campanha dominada pelas redes sociais, que favorecem o discurso de um lado só, ensaiado e controlado, o debate é ainda mais fundamental. Impede que uma campanha eleitoral seja uma simples sequência de fake news e peças publicitárias.
No prazo de 60 minutos, ou até mais, é possível comparar os dois concorrentes, avaliar a consistência de seus argumentos, a capacidade de enfrentar perguntas inesperadas e situações imprevistas.
Não acaso, as ditaduras e os ditadores fogem dos debates, evitam discussões e conflitos que alimentam os regimes democráticos. Têm medo do debate de ideias, dos questionamentos. Na ânsia de monitorar o pensamento da sociedade, reprimir a divergência e censurar a oposição, alimentam o discurso único do pensamento único.
Líder das pesquisas graças a uma decisão absurda da Justiça Eleitoral, que impediu a candidatura de Lula, preferido por uma fatia imensa de brasileiros, Jair Bolsonaro ainda não está satisfeito. Quer chegar a presidente de um país com 215 milhões de habitantes, a oitava economia do país, sem prestar contas a ninguém.
Recusando-se a debater com Fernando Haddad, quer fazer o discurso de si mesmo, escondido numa muralha mentiras programadas que envergonham a democracia e corrompem a eleição.
Você pode até acreditar, como eu, que esse receio de Bolsonaro obedece a um cálculo previsível: o receio de enfrentar um candidato melhor preparado, com conhecimento profundo dos problemas do país e um projeto que a maioria da população conhece e compreende. O problema de fundo é outro, porém. A atitude de Bolsonaro revela um desprezo imenso pelos direitos da população brasileira e isso é inaceitável.
Inimigo assumido do debate de idéias e da da liberdade, ao tentar fugir dos debates eleitorais Bolsonaro apenas confirma aquilo que sempre se soube: só consegue sobreviver no universo fechado e protegido de uma ditadura, regime rejeitado pela imensa maioria dos brasileiros (64%, segundo a mais recente pesquisa do Ibope).
Alguma dúvida?
É errado mas é até possível compreender aquele candidato que, favorito nas pesquisas, evita comparecer em debates no primeiro turno.
Sabemos que o risco de enfrentar uma ação articulada de vários adversários pode transformar uma discussão civilizada num circo sem valor para a democracia.
O caso é diferente num segundo turno, quando se trata de um confronto cara a cara, entre dois oponentes.
O país inteiro aguarda por essa oportunidade na qual, com tempos iguais, dois cidadãos que pretendem assumir a presidência da República expõem suas ideias, desenvolvem argumentos e contestam o adversário.
Num país com 145 milhões de eleitores, o debate é o ponto alto de uma disputa democrática, na qual os candidatos, em respeito ao eleitor, procuram mostrar o melhor de si, de suas ideias e seus projetos, permitindo que todos façam suas escolhas de modo informado e consciente.
Numa campanha dominada pelas redes sociais, que favorecem o discurso de um lado só, ensaiado e controlado, o debate é ainda mais fundamental. Impede que uma campanha eleitoral seja uma simples sequência de fake news e peças publicitárias.
No prazo de 60 minutos, ou até mais, é possível comparar os dois concorrentes, avaliar a consistência de seus argumentos, a capacidade de enfrentar perguntas inesperadas e situações imprevistas.
Não acaso, as ditaduras e os ditadores fogem dos debates, evitam discussões e conflitos que alimentam os regimes democráticos. Têm medo do debate de ideias, dos questionamentos. Na ânsia de monitorar o pensamento da sociedade, reprimir a divergência e censurar a oposição, alimentam o discurso único do pensamento único.
Líder das pesquisas graças a uma decisão absurda da Justiça Eleitoral, que impediu a candidatura de Lula, preferido por uma fatia imensa de brasileiros, Jair Bolsonaro ainda não está satisfeito. Quer chegar a presidente de um país com 215 milhões de habitantes, a oitava economia do país, sem prestar contas a ninguém.
Recusando-se a debater com Fernando Haddad, quer fazer o discurso de si mesmo, escondido numa muralha mentiras programadas que envergonham a democracia e corrompem a eleição.
Você pode até acreditar, como eu, que esse receio de Bolsonaro obedece a um cálculo previsível: o receio de enfrentar um candidato melhor preparado, com conhecimento profundo dos problemas do país e um projeto que a maioria da população conhece e compreende. O problema de fundo é outro, porém. A atitude de Bolsonaro revela um desprezo imenso pelos direitos da população brasileira e isso é inaceitável.
Inimigo assumido do debate de idéias e da da liberdade, ao tentar fugir dos debates eleitorais Bolsonaro apenas confirma aquilo que sempre se soube: só consegue sobreviver no universo fechado e protegido de uma ditadura, regime rejeitado pela imensa maioria dos brasileiros (64%, segundo a mais recente pesquisa do Ibope).
Alguma dúvida?
0 comentários:
Postar um comentário