Arte: Ruby Jones |
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta segunda-feira que o governo vai propor uma reforma tornando mais rígidas as leis sobre posse de armas no país. Segundo ela, a iniciativa tem apoio dos três partidos da coalizão governista: Partido Trabalhista da Nova Zelândia, Primeiro Partido da Nova Zelândia e Partido Verde.
A proposta ocorre após o ataque a duas mesquitas em Christchurch, no qual 50 pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas. O governo prepara um memorial nacional em homenagem às vítimas. “Dez dias após esse terrível ato de terrorismo, já teremos anunciado reformas que vão tornar nossa comunidade mais segura”, disse a primeira-ministra.
Ardern disse que os membros de seu gabinete e da coalizão concordam com a necessidade de reduzir o acesso a armas de fogo como as utilizadas pelo atirador australiano Brenton Tarrant, de 28 anos, no massacre ocorrido na sexta-feira passada.
Winston Peters, membro do partido Nova Zelândia em Primeiro Lugar, que inicialmente se opunha a novas regulamentações sobre os armamentos no país, disse que apoia totalmente a primeira-ministra. “A realidade é que, após as 13h de sexta-feira (hora local em que ocorreu o massacre), nosso mundo mudou para sempre, e nossas leis também mudarão”, afirmou.
Ardern não forneceu detalhes sobre as mudanças, mas disse que apoia a proibição de armas semiautomáticas como as utilizadas pelo atirador em Christchurch. Ela encorajou os proprietários de armas a entregar armas às autoridades, assim como fizeram os governos petistas a partir de 2004, em troca de pagamento em dinheiro. Entre 2004 e 2017, 704.319 armas foram entregues. Mas a campanha pró-armas da extrema-direita fez com que a venda superasse este número: foram 805.949 armas de fogo adquiridas no mesmo período, segundo a BBC.
“A clara lição da história em todo o mundo é que, para tornar nossa comunidade mais segura, a hora de agir é agora”, disse a primeira-ministra. “Acredito fortemente que a maioria dos proprietários de armas na Nova Zelândia irá concordar com o sentimento de que uma mudança deve ocorrer.”
Atualmente, quase todas as pessoas que solicitam licença para o porte de armas na Nova Zelândia conseguem. Uma pesquisa com base em dados oficiais, divulgada pela imprensa neo-zelandesa, afirma que 99% das pessoas que se registraram para a licença de armas em 2017 conseguiram obter o documento.
Enquanto isso, no Brasil, o filho de Bolsonaro, Flávio, que é senador, culpou o desarmamento, e não as armas, pela chacina promovida por dois adolescentes em uma escola de Suzano, em São Paulo.Na contramão do que está acontecendo na Nova Zelândia, Bolsonaro baixou um decreto facilitando a venda de armas a pessoas físicas em sua segunda semana como presidente da República.
Nesta segunda-feira aconteceu mais uma chacina contra inocentes: ao menos três pessoas morreram e cinco ficaram feridas, sendo três com gravidade, por disparos efetuados por um homem num bonde na cidade holandesa de Utrecht, na Holanda. Segundo testemunhas, o homem sacou uma arma, começou a disparar de forma aleatória e depois fugiu.
* Com informações da Deutsche Welle.
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