Lula disse algo muito lúcido na sua entrevista à Folha de S.Paulo, mais ou menos o seguinte: enquanto os países europeus padecem ameaças às benesses conquistadas à sombra da democracia, no Brasil agredido pelas consequências do golpe de 2016, democracia na acepção completa e profunda jamais foi alcançada. Não somos por acaso o país da casa-grande e da senzala.
O ex-premier português José Sócrates, refinado político de longo curso e europeísta autêntico, enxerga com comedido otimismo o resultado das eleições europeias de domingo passado e eu digo salve, salve.
Em contrapartida, a situação nas nossas plagas infla os temores ao encarar o futuro. Uma diferença fatal em relação a países onde ainda se mantêm fortes liames com o Iluminismo reside no papel das Forças Armadas. Lá existem para defender as fronteiras e a soberania do Estado, aqui se atribuem, de armas em riste, o poder de mandar quando bem entendem. O Brasil sujeita-se a um exército de ocupação sempre em condições de determinar o nosso destino.
Em busca de uma reflexão o mais possível isenta, pergunto aos meus sombrios botões qual poderia ser o futuro à nossa espera. Nada de bom, murmuram. Inevitável constatar que o capitão não vive dias tranquilos ao cabo de cinco meses de um governo inconsequente e desastrado, vincado pela incompetência e pelo ridículo. Não deixam, no entanto, de anotar os botões que somente uma minoria de brasileiros é capaz de captar o lado cômico da atuação governista: a patetice adubada pela ignorância é congênita, bem como a credulidade malsã de quem se nutre de WhatsApp.
O momento apinha-se de perguntas por ora sem resposta a irrigar a incerteza. O governo bolsonarista chega a 2022? E haverá eleições?
As manifestações promovidas pelo capitão no domingo 26 de maio provam que o bolsonarismo, em todo o seu espectro de ferocidade demente, existe e tem dimensão nacional, mesmo assim tem força e peso bastante inferiores a quanto basta para saltar em segurança da corda bamba. Está claro que quem segura Bolsonaro é o exército de ocupação. Daí a conclusão: apenas os fardados podem apear o ex-subordinado vitorioso em 2018.
A inescapável lembrança de 1964 está longe de ser animadora, mas o Brasil de então era infinitamente melhor do que este dos dias de hoje. Se Bolsonaro cai, sobra para eles dar continuidade a um projeto de desvairado entreguismo que nos garante um lugar de honra no quintal de Tio Sam sem o risco do pleito de 2022. Ficam até quando quiserem.
O ex-premier português José Sócrates, refinado político de longo curso e europeísta autêntico, enxerga com comedido otimismo o resultado das eleições europeias de domingo passado e eu digo salve, salve.
Em contrapartida, a situação nas nossas plagas infla os temores ao encarar o futuro. Uma diferença fatal em relação a países onde ainda se mantêm fortes liames com o Iluminismo reside no papel das Forças Armadas. Lá existem para defender as fronteiras e a soberania do Estado, aqui se atribuem, de armas em riste, o poder de mandar quando bem entendem. O Brasil sujeita-se a um exército de ocupação sempre em condições de determinar o nosso destino.
Em busca de uma reflexão o mais possível isenta, pergunto aos meus sombrios botões qual poderia ser o futuro à nossa espera. Nada de bom, murmuram. Inevitável constatar que o capitão não vive dias tranquilos ao cabo de cinco meses de um governo inconsequente e desastrado, vincado pela incompetência e pelo ridículo. Não deixam, no entanto, de anotar os botões que somente uma minoria de brasileiros é capaz de captar o lado cômico da atuação governista: a patetice adubada pela ignorância é congênita, bem como a credulidade malsã de quem se nutre de WhatsApp.
O momento apinha-se de perguntas por ora sem resposta a irrigar a incerteza. O governo bolsonarista chega a 2022? E haverá eleições?
As manifestações promovidas pelo capitão no domingo 26 de maio provam que o bolsonarismo, em todo o seu espectro de ferocidade demente, existe e tem dimensão nacional, mesmo assim tem força e peso bastante inferiores a quanto basta para saltar em segurança da corda bamba. Está claro que quem segura Bolsonaro é o exército de ocupação. Daí a conclusão: apenas os fardados podem apear o ex-subordinado vitorioso em 2018.
A inescapável lembrança de 1964 está longe de ser animadora, mas o Brasil de então era infinitamente melhor do que este dos dias de hoje. Se Bolsonaro cai, sobra para eles dar continuidade a um projeto de desvairado entreguismo que nos garante um lugar de honra no quintal de Tio Sam sem o risco do pleito de 2022. Ficam até quando quiserem.
0 comentários:
Postar um comentário