Durante 16 séculos, a humanidade tentou descrever o movimento dos planetas e do Sol com base na premissa de que a Terra estaria imóvel no centro do Universo. A melhor explicação com base nesse sistema geocentrista foi formulada por Ptolomeu. Essa explicação, entretanto, deixaria qualquer estudante de Astronomia moderno metido em grandes dificuldades para calcular a posição relativa de cada planeta. Toda essa complexidade nada tinha a ver com a Astronomia em si mesma, mas com a premissa de que a Terra era o centro do Universo, premissa imposta, primeiro, por Aristóteles de forma filosófica,como tentativa de compreender o cosmos através da razão, depois, pela religião, como dogma inegociável, posto ser inadmissível que o Criador não reservaria ao nosso mundo outro lugar senão a posição central. Assim que as necessidades humanas se chocaram de forma irresistivel com a concepção geocentrista, a tese de que a Terra giraria com os demais planetas em torno do Sol se impôs, o que simplificaria bastante os cálculos da posição de cada planeta em suas trajetórias. Por que faço essa longa e tediosa consideração? A motivação é a analogia que percebo com os modelos explicativos das esquerdas que renegaram em todo, ou, pelo menos, as partes fundamentais do leninismo, da parte do desenvolvimento do marxismo que foi sistematizada por um gênio chamado Lênin, que o trabalho de destruição do marxismo-leninismo realizado a partir das academias buscou fazer esquecer, como forma de perpetuar o sistema capitalista. Não desprezo os esforços acadêmicos para compreender o que vem acontecendo no mundo e na América Latina particularmrnte, apenas entendo que eles partem de uma premissa equivocada e preconceituosa: a de que existe uma democracia acima das classes que estaria ameaçada por alguma coisa que ainda está por ser descoberta. Se aceitassem a tese marxista de que o Estado tem caráter de classe, não ficariam estupefatos quando esse Estado se manifestasse de forma absolutamente visível, através da utilização da força para impor os interesses da classe que ele representa. Desse modo, não ficariam procurando respostas para perguntas que já foram respondidas cientificamente no passado. Isso seria o mesmo que reintroduzir a premissa de que a Terra é o centro do Universo.
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Durante 16 séculos, a humanidade tentou descrever o movimento dos planetas e do Sol com base na premissa de que a Terra estaria imóvel no centro do Universo. A melhor explicação com base nesse sistema geocentrista foi formulada por Ptolomeu. Essa explicação, entretanto, deixaria qualquer estudante de Astronomia moderno metido em grandes dificuldades para calcular a posição relativa de cada planeta. Toda essa complexidade nada tinha a ver com a Astronomia em si mesma, mas com a premissa de que a Terra era o centro do Universo, premissa imposta, primeiro, por Aristóteles de forma filosófica,como tentativa de compreender o cosmos através da razão, depois, pela religião, como dogma inegociável, posto ser inadmissível que o Criador não reservaria ao nosso mundo outro lugar senão a posição central. Assim que as necessidades humanas se chocaram de forma irresistivel com a concepção geocentrista, a tese de que a Terra giraria com os demais planetas em torno do Sol se impôs, o que simplificaria bastante os cálculos da posição de cada planeta em suas trajetórias. Por que faço essa longa e tediosa consideração? A motivação é a analogia que percebo com os modelos explicativos das esquerdas que renegaram em todo, ou, pelo menos, as partes fundamentais do leninismo, da parte do desenvolvimento do marxismo que foi sistematizada por um gênio chamado Lênin, que o trabalho de destruição do marxismo-leninismo realizado a partir das academias buscou fazer esquecer, como forma de perpetuar o sistema capitalista. Não desprezo os esforços acadêmicos para compreender o que vem acontecendo no mundo e na América Latina particularmrnte, apenas entendo que eles partem de uma premissa equivocada e preconceituosa: a de que existe uma democracia acima das classes que estaria ameaçada por alguma coisa que ainda está por ser descoberta. Se aceitassem a tese marxista de que o Estado tem caráter de classe, não ficariam estupefatos quando esse Estado se manifestasse de forma absolutamente visível, através da utilização da força para impor os interesses da classe que ele representa. Desse modo, não ficariam procurando respostas para perguntas que já foram respondidas cientificamente no passado. Isso seria o mesmo que reintroduzir a premissa de que a Terra é o centro do Universo.
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