Da Rede Brasil Atual:
O apresentador de TV Silvio Santos, do SBT, foi denunciado nesta sexta-feira (13) por racismo no Ministério Público do Estado de São Paulo. A representação foi feita em decorrência da atuação do apresentador durante o quadro Quem Você Tira?, no dia 8. Cantoras disputavam a preferência do público interpretando a mesma canção, mas Silvio Santos desconsiderou o resultado da votação e entregou o prêmio em dinheiro para uma de suas escolhidas.
“Jennyfer Oliver foi a última a se apresentar e a única das quatro competidoras que teve a interpretação interrompida pelo argumento do apresentador, dizendo que a música era muito chata. Mesmo assim, o público a escolheu como a melhor interpretação: recebeu 84 votos, contra 8, 5 e 3 das demais competidoras. Ainda assim, Silvio Santos mostrou descontentamento com a vitória larga de Jennyfer Oliver, a única negra na competição. Logo após, ignorou a escolha do público e disse: ‘Na minha opinião, a melhor intérprete de televisão é a Juliani. Você ganhou. Você é muito bonita, você canta bem e ganhou mais 500 reais’”, afirma a representação, que é assinada pelo codeputado estadual Jesus dos Santos, da Bancada Ativista na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Segundo o parlamentar, a conduta do apresentador pode ser tipificada no artigo 20 da Lei 7.716/89, que considera preconceito de raça ou cor: “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A Lei prevê como pena reclusão de um a três anos e multa. O parlamentar também recorre ao artigo 5º da Constituição Federal, que considera a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível.
Na peça protocolada no MPE, o parlamentar também destaca que essa não foi a primeira vez que o apresentador se manifestou de maneira racista. “Em 04/09/2016, durante a apresentação de um programa televisivo, o representado perguntou no palco a uma menina com cabelo black power ‘se ela estava bem com o cabelo’. A criança respondeu que ‘sim, que estava se sentindo bem’. E em outro momento ainda disse para a menina que seu cabelo estava ‘chamando atenção demais’”.
A peça cita ainda um episódio de 8 de novembro de 2014, no programa Teleton, em que o apresentador perguntou para atrizes e atores crianças o que eles pretendiam ser no futuro. A atriz Julia Olliver, a Pata da novela Chiquititas, respondeu que continuaria a ser atriz ou cantora, como vinha atuando na novela. “Mas com esse cabelo?”, perguntou o apresentador, demonstrando preconceito com negros.
Também em 5 de novembro de 2016, no mesmo programa, o apresentador repetiu a mesma atitude ao entrevistar uma dançarina negra: “Você é muito graciosa. Embora sendo a única negra entre as brancas, é bonita. É bonita de verdade”. E depois de perguntar quanto a dançarina pesava, afirmou: “Quem casar contigo, vai ter dois prazeres. Um na hora do bem bom e outro na hora que você sai de cima”.
Na denúncia, o parlamentar enfatiza que por sua popularidade e por ser detentor de uma concessão de televisão, o apresentador não poderia propagar “o racismo internalizado em nossa sociedade”. E que a partir de regras estabelecidas por ele próprio e pelo programa, retira de um corpo negro a “possibilidade de vitória e coloca aquele corpo novamente em um processo de subalternidade de raças, o que deve ser coibido por este Ministério Público”.
“Jennyfer Oliver foi a última a se apresentar e a única das quatro competidoras que teve a interpretação interrompida pelo argumento do apresentador, dizendo que a música era muito chata. Mesmo assim, o público a escolheu como a melhor interpretação: recebeu 84 votos, contra 8, 5 e 3 das demais competidoras. Ainda assim, Silvio Santos mostrou descontentamento com a vitória larga de Jennyfer Oliver, a única negra na competição. Logo após, ignorou a escolha do público e disse: ‘Na minha opinião, a melhor intérprete de televisão é a Juliani. Você ganhou. Você é muito bonita, você canta bem e ganhou mais 500 reais’”, afirma a representação, que é assinada pelo codeputado estadual Jesus dos Santos, da Bancada Ativista na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Segundo o parlamentar, a conduta do apresentador pode ser tipificada no artigo 20 da Lei 7.716/89, que considera preconceito de raça ou cor: “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A Lei prevê como pena reclusão de um a três anos e multa. O parlamentar também recorre ao artigo 5º da Constituição Federal, que considera a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível.
Na peça protocolada no MPE, o parlamentar também destaca que essa não foi a primeira vez que o apresentador se manifestou de maneira racista. “Em 04/09/2016, durante a apresentação de um programa televisivo, o representado perguntou no palco a uma menina com cabelo black power ‘se ela estava bem com o cabelo’. A criança respondeu que ‘sim, que estava se sentindo bem’. E em outro momento ainda disse para a menina que seu cabelo estava ‘chamando atenção demais’”.
A peça cita ainda um episódio de 8 de novembro de 2014, no programa Teleton, em que o apresentador perguntou para atrizes e atores crianças o que eles pretendiam ser no futuro. A atriz Julia Olliver, a Pata da novela Chiquititas, respondeu que continuaria a ser atriz ou cantora, como vinha atuando na novela. “Mas com esse cabelo?”, perguntou o apresentador, demonstrando preconceito com negros.
Também em 5 de novembro de 2016, no mesmo programa, o apresentador repetiu a mesma atitude ao entrevistar uma dançarina negra: “Você é muito graciosa. Embora sendo a única negra entre as brancas, é bonita. É bonita de verdade”. E depois de perguntar quanto a dançarina pesava, afirmou: “Quem casar contigo, vai ter dois prazeres. Um na hora do bem bom e outro na hora que você sai de cima”.
Na denúncia, o parlamentar enfatiza que por sua popularidade e por ser detentor de uma concessão de televisão, o apresentador não poderia propagar “o racismo internalizado em nossa sociedade”. E que a partir de regras estabelecidas por ele próprio e pelo programa, retira de um corpo negro a “possibilidade de vitória e coloca aquele corpo novamente em um processo de subalternidade de raças, o que deve ser coibido por este Ministério Público”.
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